1º Seminário de Educação em clima de ânimo e combate

No dia 27 de junho, sábado, ocorreu o 1º Seminário online em defesa da Educação Pública, Gratuita e para Todos em tempos de pandemia, promovido pela Esquerda Marxista, e contou com a participação ativa de centenas de trabalhadores em educação e estudantes de todas as regiões o país. 

O primeiro informe ficou a cargo da professora Bruna dos Reis que fez um detalhado histórico sobre a formação e as transformações da estrutura educacional brasileira desde os Jesuítas, passando pelos diferentes governos após a proclamação da República, até os dias de hoje. Na sequência destacou a incapacidade do Brasil, enquanto economia dominada, de promover uma educação pública, gratuita e para todos. Demanda democrática que esteve presente no programa de diferentes revoluções (Revolução Francesa, Comuna de Paris, Revolução Russa, entre outras) e que só pode ser alcançada plenamente através de uma revolução socialista. Para fechar sua intervenção, ressaltou os ataques promovidos pelos diferentes governos com ênfase para a Reforma do Ensino Médio, a tentativa de implementação da lei da mordaça e o fracasso da Educação Remota durante a pandemia da Covid-19.

Na segunda exposição, sob responsabilidade do professor Pedro Bernardes, foram abordados aspectos conceituais sobre o papel histórico dos sindicatos e a estrutura sindical brasileira – reconhecimento oficial, intervenção nos sindicatos, unicidade sindical e contribuição compulsória – implantada no país na década de 1930 e que no fundamental, apesar de algumas modificações, persiste até hoje. Pedro fez questão de enfatizar que o imobilismo das atuais direções, independente da central sindical, é fruto da adaptação, de longo prazo, à estrutura sindical vigente e que uma batalha permanente pela independência de classe, pela democracia operária e contra a atual estrutura sindical é fundamental para que os trabalhadores possam defender suas reivindicações imediatas e históricas.

Após as intervenções iniciais, foi aberto para que os demais participantes pudessem se manifestar. As falas abordaram diferentes aspectos da situação atual da educação como o descaso dos governos e as dificuldades encontradas com a Educação Remota em todo país; as demissões e o combate contra as MP 927/928; as altas mensalidades e a campanha pela federalização das universidades privadas; a luta por uma educação pública, gratuita e para todos como reivindicação transitória na luta pelo socialismo; a tentativa dos governos de retomarem as aulas na fase aguda da pandemia da Covid-19 e a necessidade de defender a vida; a situação precária que se encontra as estruturas escolares atualmente; a tentativa nefasta dos governos promoverem a militarização das escolas; a paralisia dos sindicatos; a necessidade da manutenção do recesso escolar no mês de julho; a campanha em defesa da vida da professora Mara, além de temas mais gerais como os comitês pelo Fora Bolsonaro e a campanha de solidariedade internacional contra a prisão da advogada mexicana, Susana Prieto. Sem falar nas demais perguntas e intervenções feitas por escrito no chat da plataforma utilizada para realização do seminário.

Ao final do seminário, foram respondidas algumas das questões levantadas pelos participantes e encaminhadas campanhas que serão reforçadas e impulsionadas no próximo período (ver abaixo).

Para financiar a atividade os participantes contribuíram com R$ 10,00 de inscrição (R$ 20,00 solidário), seguindo uma saudável e antiga tradição do movimento dos trabalhadores, afinal, sem independência financeira não existe independência política. Os estudantes e trabalhadores em educação que não puderam contribuir financeiramente, mas estavam interessados em participar não ficaram de fora. Resguardando-se assim outro princípio fundamental, o da solidariedade de classe. Uma síntese das falas que abriram a discussão do seminário será publicada na próxima edição do Jornal Foice & Martelo para que todos possam ter uma dimensão mais precisa do que foi debatido no 1º seminário em defesa da educação pública, gratuita e para todos em tempos de pandemia.

O clima geral do seminário foi de muito ânimo e combatividade. As questões levantadas pelos participantes foram tantas que um segundo seminário, com as mesmas características, deverá ser convocado para o segundo semestre. Convidamos todos para que continuem acompanhando as publicações na página da Esquerda Marxista, engajem-se nas campanhas que resultaram do primeiro seminário e contribuam com a organização e divulgação da convocatória do 2º seminário que será lançada em breve. 

Campanhas que se somam às reivindicações apresentadas na convocatória do 1º Seminário em defesa da educação pública, gratuita e para todos em tempos de pandemia: