Na segunda-feira (17 de junho) a assembleia dos servidores públicos municipais de Florianópolis deliberou pelo encerramento de sua greve. Essa mobilização, que foi parte da data-base da categoria, tinha como centro a luta pela recomposição das perdas salarias, entre outras questões. O encerramento da greve garantiu a recomposição do INPC de 5,07%, em duas parcelas, uma imediatamente e outra em dezembro.
O movimento grevista se deu dentro de uma situação política mais ampla de crises e mobilizações. A greve estava inserida no contexto de ataques que vêm sendo perpetrados contra os trabalhadores, em âmbito nacional, pelo presidente Jair Bolsonaro, cujo centro é a destruição da previdência pública e solidária e a privatização de estatais e serviços públicos.
A greve dos trabalhadores da prefeitura de Florianópolis se iniciou no dia 12 de junho, com um quadro de adesão bastante baixo, o que contrasta com as greves anteriores, que tiveram massiva participação. Esse contraste com as greves anteriores se deve fundamentalmente à derrota sofrida no ano passado, quando os trabalhadores viram o sindicato induzir ao final da greve, apesar da disposição de luta da base. A derrota da greve abriu as portas para a privatização de parte dos serviços, por meio das organizações sociais (OSs). Além disso, no acordo de final de greve, aceitou-se a punição da luta, por meio do desconto dos dias parados e da multa para o sindicato.
Na greve deste ano, apesar da pouca adesão à pauta econômica imediata, os trabalhadores da prefeitura demonstraram grande força na mobilização em torno a lutas nacionais. No dia 14 de junho se deu o principal exemplo, com uma ampla participação dos trabalhadores da prefeitura na greve geral. Embora as principais direções sindicais tenham feito de tudo para impedir uma ampla mobilização, a base dos trabalhadores da prefeitura se somou a outras categorias, construindo uma ampla mobilização que parou a cidade.
A atual direção do Sintrasem mesmo convocando a categoria para a greve geral, indicou que a participação no ato público não era relevante, evitando a mobilização dos trabalhadores, em sintonia com a estratégia adotada pelas principais direções dos trabalhadores, em especial da CUT e do PT. Neste momento, em que a democracia burguesa está ruindo, sendo emblemática a prisão do prefeito Gean Loureiro logo ao final da greve, no dia 18/06, os trabalhadores devem ampliar suas mobilizações, articulando as pautas nacionais com suas reivindicações econômicas imediatas.
O dia 14 de junho, que articulou a data-base com a luta contra a Reforma da Previdência, apesar da postura da direção do sindicato, mostrou a disposição de luta dos trabalhadores da prefeitura e a necessidade de continuar a mobilização por uma nova greve geral por tempo indeterminado com mobilizações em Brasília para derrotar a Reforma da Previdência e o Governo Bolsonaro.