Em março deste ano os trabalhadores da Odebrecht contratados para trabalharem na Usina Jirau em Rondônia se rebelaram contra as condições subumanas de trabalho. Amontoados aos milhares em barracões, sob precárias condições de higiene, sem poderem visitar regularmente seus familiares, enfrentaram-se à violenta repressão desencadeada pela construtora. Paralisaram as obras e forçaram que a CUT e a Força Sindical abrissem negociações. Depois de marchas e contramarchas, o Ministro Gilberto de Carvalho, aconselhou a empresa a demitir milhares de trabalhadores, argumentando que a obra tinha excesso de mão de obra. A Odebrecht carinhosamente agradeceu e demitiu 4000 trabalhadores. Agora a mesma empresa, demitiu no dia 28 de outubro 10 trabalhadores da Comissão de Negociação na obra de ampliação da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) instalada na cidade de Volta Redonda no estado do Rio de Janeiro.
Além destes companheiros da Comissão foram também demitidos outros 70, que pelo visto, estavam à testa do movimento.
A CUT denunciou que os trabalhadores foram constrangidos por policiais militares que estavam com uniformes da empresa, “contratados” pela Odebrecht. Estes mesmos policiais se infiltraram entre os trabalhadores para identificar as lideranças.
Segundo a CUT os trabalhadores demitidos eram representantes do sindicato e negociavam com a empresa. Ao serem demitidos caracterizou-se assim prática antisindical, o que fere a Constituição Federal. A Odebrecht ataca, a CSN se cala e o governo fingiu que não viu.
A CUT exigiu, acertadamente, que os trabalhadores fossem readmitidos. Mas na segunda feira a empresa voltou à carga e colocou falsos lideres e encarregados entre os trabalhadores para intimidá-los, dizendo-lhes que quem participasse de qualquer manifestação seria demitido.
É sempre bom lembrar que a Odebrecht, além de ter controle sobre boa parte das grandes obras do governo federal, foi financiadora pesada de vários candidatos e partidos na campanha eleitoral, dentre os quais estão polpudas quantias liberadas para as candidaturas Dilma e Temer.
Lembremo-nos também que a própria presidente aceitou a prática antisindical quando da greve dos trabalhadores dos correios.
Nesta luta, a primeira questão que se coloca para os trabalhadores é a de que exijam a volta imediata de todos os companheiros demitidos e a retirada dos ratões da policia de dentro das obras. Garantia de estabilidade para todos. Fim de qualquer ameaça. Nenhuma demissão! O ditado popular que diz “quem paga a banda escolhe a música” tem todo sentido e pelo visto a Odebrecht veio mais uma vez cobrar a fatura: silenciando os trabalhadores nas obras da CSN.
Os trabalhadores só podem confiar em suas próprias forças!
Pela imediata readmissão de todos os demitidos pela Odebrecht nas obras da CSN!
A Esquerda Marxista está solidária com os companheiros que estão nos canteiros da Odebrecht na CSN!