Comerciários de Aracaju reivindicavam aprovação de Projeto de Lei que determinava o fechamento do comércio aos Domingos e Feriados. Mas os patrões conseguiram apoio dentro da câmara para barrar o Projeto.
O Dia 27 de Agosto vai ficar marcado para os comerciários de Aracaju (capital de Sergipe). A Camâra Municipal, rejeitou o Projeto de Lei nº111/2007, que determinava o fechamento do comércio nos dias de domingo e feriados na capital sergipana. A decisão era esperada pelos sindicalistas locais, já que os vereadores em sua maioria tiveram suas campanhas eleitorais financiadas pelos donos de supermercados locais.
Mas, para a surpresa dos trabalhadores do comércio, todos os vereadores da base de apoio do Prefeito Edvaldo Nogueira (PCdoB), votaram a favor da abertura do comércio aos Domingos!
E o mais supreendente, todos os vereadores do PT colaboraram para aumentar a exploração dos patrões em cima da categoria comerciária, com o argumento bem simples: “se aprovarmos o PL 111/2007, estabelecendo o descanso semanal dos comerciários com o fechamento dos supermercados e shopping-centers em dias de domingo e feriado, haverá demissões. Já com o seu funcionamento nos Domingos e feriados, haverá geração de empregos.”
A frustação dos trabalhadores comerciários aracajuanos era enorme, já que o presidente de seu sindicato, Romildo Almeida, disse que “perdermos para os poderosos”. Mas Romildo Almeida é diretor nacional da CNTC, que não fez mobilização em apoio aos trabalhadores do comércio de Aracaju.
Registra-se também as ausências da Contracs (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Comércio e Serviços) e da CUT local no dia da votação.
Os trabalhadores do comércio sergipano, e especialmente da cidade de Aracaju, terão que conviver com mais uma maneira de exploração dos donos de supermercados, com a alegação de que os seus clientes não têm tempo durante a semana para fazer compras.
Detalhe: de fato a abertura do comércio aos domingos e feriados não promoveu a criação de sequer 1 novo posto de trabalho nos estabelecimentos comerciais, pelo contrário, foi seguida de mais demissões dentro e fora dos supermercados, como o fechamento das mercearias de bairros populares que, essas de fato, geram empregos.
A geração de emprego só será concreta quando os trabalhadores de todos os setores se unirem e exigirem a redução da jornada de trabalho sem a redução de salários, pagamento de 100% das horas-extras no salário-base e outras medidas que venham garantir para a classe trabalhadora um trabalho dignificante e seu descanso dominical, de ter o seu direito de estar com a sua família, estar com os seus amigos, estudando, namorando e fazendo aproveitar o seu dia sem precisar trabalhar de graça em dias de domingo e feriado.
Isso inclui os parlamentares do PT que devem se reposicionar ao lado da classe trabalhadora, na luta por seus interesses e não junto com os patrões.
* Josenilson de Oliveira é comerciário em Aracaju e filiado ao PT.