Encontro analisa situação da mulher trabalhadora na revolução iraniana, na França e no Brasil

Dia 17 de novembro ocorreu o debate “A luta das mulheres no mundo: insurreição no Irã e as mulheres no Governo Lula”. Participaram 14 pessoas. A reunião ocorreu na ocupação Manoel Congo, no Centro do Rio de Janeiro. Na mesa, Flávio Reis (Esquerda Marxista), Elise Lasserrade (Révolution, seção francesa da CMI) e Leslie Loreto (Mulheres pelo Socialismo). Participaram também companheiros do coletivo Carmem Portinho. Além de trabalhadores da arte, da educação, estudantes etc.

Sobre o Irã, com apresentação de Elise Lasserrade, passamos a descrição dos acontecimentos nas últimas semanas. Como o assassinato da jovem curda Jina Mahsa, em setembro, por uso inadequado do véu. Um assassinato bárbaro pela polícia que desencadeou protestos de massas em dezenas de cidades. São manifestações massivas que reúnem milhares de homens e mulheres contra o regime. O movimento também se enraíza nas escolas, universidades e conta com greves operárias. As palavras de ordens principais foram por liberdade, contra a repressão, pela separação entre igreja e Estado e reivindicações das mulheres, além de emprego e combate a fome.

Ainda no plano internacional, Elise nos relatou um panorama da luta das mulheres em seu país, na França, elas possuem direitos conquistados como uma ampla rede de creches públicas e o direito ao aborto. Contudo, nos últimos anos, há o crescimento de Le Pen, mulher que dirige uma força política de direita e que por duas vezes seguidas ficou em segundo lugar nas eleições.

Sobre o Brasil, com apresentação de Leslie Loreto, partimos da realidade das mulheres que trazem monstruosos números de feminicídio, estupros, mortes decorrentes de abortos em clínicas clandestinas etc. Também debatemos o que é o bolsonarismo, como combatê-lo e a necessidade de defender a posse de Lula. E discutimos como as mulheres podem se organizar mais e melhor diante do novo Governo Lula. Foram feitas críticas as alianças que Lula tem estabelecido nesse governo de transição, algumas alianças incluem até bolsonaristas. E as contradições dessas alianças por um presidente que diz representar os trabalhadores e espera-se que atenda as reivindicações.

Ficou decidido que será organizado, em breve, um ato pública em solidariedade a insurreição e as mulheres iranianas que se levantam contra o regime com a palavra de ordem “lutem como as iranianas”. Outros companheiros e outras organizações serão procuradas para essa construção.