Corte de luz na Flaskô ameaça ocupação e continuidade da luta dos trabalhadores. Reproduzimos aqui o apelo do companheiro Pedro Santinho, coordenador do conselho dos trabalhadores.
CPFL rompe acordo com trabalhadores da Flaskô e interrompe fornecimento de energia elétrica
Nós, trabalhadores da Flaskô – fábrica ocupada, precisamos de socorro e ajuda imediata. A CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz) cortou às 18 horas da última sexta-feira (17/10) o fornecimento de energia na fábrica. Precisamos de uma ação imediata e forte para resistirmos mantendo nossos empregos.
Desde o dia 02 de Setembro estamos negociando com a CPFL, intermediados pela Superintendência do Ministério do Trabalho de São Paulo. Após reunião entre os trabalhadores da Flaskô e a CPFL, na sede do Ministério do Trabalho de São Paulo, foi acordada a suspensão do pagamento de um acordo no dia 15 de Setembro, que depois pagamos para garantir a continuidade da produção. Também foi marcada uma nova reunião para 30 de Setembro na sede da CPFL e outra em 07 de Outubro no Ministério do Trabalho para dar continuidade às negociações. Na reunião de 30 de Setembro, assinamos a suspensão do pagamento do acordo até 27/11, quando faríamos outra reunião tentando viabilizar o entendimento entre as parte quanto à forma de pagamento. Assim, ficou acordado também suspender a reunião com o Ministério do Trabalho do dia 07/10.
No entanto, fomos surpreendidos com a ruptura do acordo por parte da CPFL que nos cortou a energia sem nenhum aviso prévio. Parece-nos que a CPFL simplesmente estava interessada em cancelar a reunião no Ministério do Trabalho para nos atacar, pois sabe que toda a questão se concentra na discussão da luta pelos empregos e pelos direitos. Confirma-se ridícula a afirmação de “responsabilidade social” por parte da CPFL, escondida atrás de fraudulentos espaços culturais que servem somente para ter isenção de impostos.
Nossos empregos estão em risco caso a energia não seja religada imediatamente. Há quase um ano e meio a CPFL cumpriu o mesmo papel nefasto, cortando a energia na fábrica depois do pedido do fascista do Interventor da Cipla e foi obrigada a retomar as negociações com os trabalhadores da Flaskô, após ficar provada a fraude da intervenção na Flaskô. Um ano atrás, vencemos, depois de muita dor e sofrimento durante 40 dias, mas nunca recuperamos os prejuízos que, na realidade, deveriam ser pagos pela CPFL.
Por isso não podemos aceitar essa ação desleal da CPFL. Precisamos de todo o apoio para retomar o fornecimento de energia na fábrica, com a mais ampla solidariedade em defesa da trincheira que a luta dos trabalhadores da Flaskô fincou na luta contra o desemprego.
Assim decidimos adotar uma série de medidas sendo a primeira delas o pedido de solidariedade a todos os trabalhadores e trabalhadoras em todo o Brasil para o envio de moções de apoio direcionadas à CPFL, solicitando o restabelecimento das negociações e, para isso, a retomada do fornecimento de energia para os trabalhadores imediatamente.
Ato nesta Quarta-Feira, dia 22/10 – às 11h
Na CPFL Campinas – Rodovia Campinas Mogi-Mirim
Envie moções Urgentemente:
Pedimos a todos os companheiros apoiadores das fábricas ocupadas, todos os movimentos sociais, entidades sindicais, partidos e parlamentares comprometidos com o povo trabalhador a sustentar a luta da fábrica ocupada Flaskô: enviem moções à CPFL e ao Ministério do Trabalho (que está intermediando a questão), exigindo a retomada do fornecimento de energia elétrica e a retomada das negociações (de onde elas pararam).
Gerência da CPFL Campinas
A/C Carlos Alcântara – alcantara@cpfl.com.br
Gerência da CPFL Campinas
A/C de Ulisses Guerreiro – guerreiro@cpfl.com.br
Superintendência do Ministério do Trabalho/SP
A/C Lucíola Rodrigues Jaime – luciola.jaime@mte.gov.br
Com cópias para a mobilizacaoflasko@yahoo.com.br
No momento do corte de energia elétrica, dois trabalhadores estavam em contato com o moinho, o que poderia acarretar em um acidente grave e até mesmo em perigo de morte. No detalhe, peça entalada no meio do equipamento de moer.
Produção interrompida significa perda de clientes, pois os trabalhadores não conseguirão entregar as peças solicitadas. Sem faturamento, não há como pagar os salários e manter os empregos.
Com o corte brusco de energia elétrica, o plástico resfria e endurece dentro das máquinas, o que pode danificar os equipamentos e gerar graves prejuízos. Mesmo que as máquinas não quebrem, os trabalhadores perderão horas e horas até conseguirem fazê-las funcionar corretamente.