Barack Obama, prêmio Nobel da paz, aumentou o orçamento militar dos EUA para 680 bilhões de dólares (o maior da história), não retirou as tropas no Iraque, enviou mais tropas ao Afeganistão e realiza incursões no Paquistão.
No dia 20 de março de 2003 começava a guerra no Iraque. Pela televisão, as imagens das primeiras bombas sendo despejadas. No território iraquiano, homens, mulheres e crianças sofriam as primeiras dores dessa guerra.
George W. Bush e Tony Blair explicavam que existia um bom motivo para o ataque: os iraquianos estariam fabricando armas de destruição em massa para aterrorizar o ocidente. Esses senhores sabem que a verdade nem sempre convence pessoas a entrar numa guerra, assim foram as cruzadas na Idade Média (uma suposta missão religiosa), assim foi a guerra contra o Iraque. Lembremos que tais armas de destruição em massa nunca foram encontradas, no entanto, grandes companhias de petróleo do mundo puderam voltar a saquear o petóleo iraquiano, além de ter sido empossado um governo submisso às ordens americanas.
Milhões em todo o mundo não cairam na mentira e protestaram pelas ruas de diversos paises contra a guerra, inclusive nos EUA. Mesmo após a queda do governo e do exército, grupos iraquianos, alimentados pelo ódio à ocupação, prosseguiram os ataques aos exércitos imperialistas. Bush e Blair utilizaram a desculpa do combate ao terrorismo, mas a ocupação militar só fez aumentar o ódio aos americanos e o recrutamento de jovens pelos grupos terroristas.
Obama: uma máscara que começa a desmoronar
Obama foi eleito em 2008 com um discurso contra a guerra no Iraque, os americanos, fartos da guerra, votaram na esperança de ver os soldados retornarem ao país. Mas Obama eleito, só o que fez foi ratificar o acordo de Bush de desocupar o Iraque plenamente até o final de 2011. Essa é uma das razões para a queda em mais de 20% da popularidade de Obama após um ano na Casa Branca.
Esse senhor, prêmio Nobel da paz, que aumentou o orçamento militar dos EUA para o valor mais elevado em toda sua história (680 bilhões de dólares!), não avançou na retirada das tropas no Iraque, mas avançou no envio de mais tropas para o Afeganistão e realiza incursões no Paquistão. A face do imperialismo continua monstruosa, mesmo que com uma máscara mais simpática do que a de Bush.
O terror para os iraquianos
O Iraque, que era um dos países mais desenvolvidos da região, sofre hoje com falta de escolas, hospitais e mesmo de água potável. Saddam Hussein era um ditador, que antes havia sido apoiado pelos EUA, os marxistas não tinham nenhuma simpatia por Saddam e seus ataques à classe trabalhadora, mas a ocupação imperialista foi um golpe mais duro e trágico para todo o povo iraquiano. Mais de um milhão de mortos, sem contar os feridos, mutilados e refugiados. Além dos milhares de jovens americanos que também morreram e se feriram nessa guerra.
A própria imprensa americana noticia um outro desastre: muitas das mulheres iraquianas refugiadas estão recorrendo à prostituição para sobreviver. Somente na Síria estima-se que 50.000 mulheres iraquianas, muitas dela viúvas, são levadas à prostiuição. Prostitutas iraquianas ajudaram a fazer da Síria um mercado popular para turistas sexuais.
O futuro no Iraque
A pressão dos povos de todo o mundo, a resistência iraquiana, a forte oposição à guerra no próprio território americano, forçou George W. Bush a colocar um prazo para a retirada das tropas americanas (31 de dezembro de 2011). Obama manteve esse longínquo prazo e apenas prometeu retirar cerca de metade das tropas em Agosto de 2010. O imperialismo se enfiou numa guerra que trouxe um enorme desgaste político, militar e financeiro. São forçados agora a sair do Iraque.
No dia 07 de Março, ocorreram as eleições para o parlamento iraquiano, que foram precedidas de intensas revoltas populares, com centenas de mortos e feridos em atentados. Mas as eleições burguesas, mesmo em países “democráticos”, já são um terreno bastante distorcido, em um país sob ocupação militar, com denúncias de fraudes nos pleitos anteriores, essa distorção é evidentemente muito maior para a manutenção dos interesses do imperialismo na guerra.
A pressão pela retirada IMEDIATA das tropas deve continuar. O povo iraquiano deu inúmeras demonstrações de coragem enfrentando a ocupação, já ocorreram manifestações com milhares nas ruas protestando contra a permanência das tropas americanas, greves como a dos petroleiros de Basra foram duramente reprimidas pelo exército, a classe trabalhadora iraquiana deve avançar nesse difícil contexto em sua organização e mobilização, pois mesmo depois que as tropas se forem, a mão do imperialismo e do capital internacional estará presente, no governo fantoche, na polícia local treinada pelo exército americano e nas empresas que vieram pilhar as riquezas do país. Somente a classe trabalhadora organizada com seus métodos de luta, com a solidariedade internacional do proletariado, poderá por fim à guerra e à exploração no Iraque, no Oriente Médio e em todo o mundo.