Em momentos de crise do capital como esta, a classe dominante ataca frontalmente a classe trabalhadora e a juventude, buscando manter seus interesses. E quem sente mais duramente o aumento desses ataques são as mulheres, que durante o isolamento sofrem ainda mais com a violência doméstica, o aumento da sobrecarga das tarefas domésticas, o cuidado de pessoas adoecidas, o auxílio nas atividades escolares de crianças e adolescentes e a perda de renda das que atuavam em serviços como manicure, cabeleireira e diarista. Além disso, as mulheres estão na linha de frente do enfrentamento à pandemia (técnicas, auxiliares de enfermagem e enfermeiras são em sua maioria mulheres negras), entre tantas outras dificuldades que as trabalhadoras vivem em seu cotidiano.
Mas a opressão pela qual a mulher passa não está ocorrendo por conta das crises econômica e sanitária atuais. Essa opressão se dá pelas relações sociais de produção, fruto da sociedade de classes. Por isso, a luta pela emancipação da mulher, para ser efetiva, precisa ser uma luta contra o sistema capitalista, que tem o machismo como um dos seus pilares, mantendo a mulher em uma posição inferior na sociedade e na família.
Portanto, a luta pela emancipação da mulher deve vislumbrar o fim da sociedade de classes enquanto luta pela ampliação de direitos dentro do sistema capitalista. Com base no entendimento da necessidade de uma plataforma política de reivindicações transitórias que conecte a defesa e a ampliação de direitos das mulheres à conquista do poder pela classe trabalhadora — como aponta Trotsky no Programa de Transição —, o Mulheres pelo Socialismo possui uma plataforma política de luta, que reúne reivindicações como salário igual para trabalho igual, direito ao corpo, legalização do aborto e laicização das decisões do Estado, condições adequadas para a mulher permanecer no seu trabalho, desenvolvimento de políticas públicas para acolher as mulheres e seus filhos vítimas de violência doméstica, vagas para todas as crianças em creches públicas, luta contra a mercantilização do corpo da mulher, estabilidade no emprego, dentre outras.
Tais reivindicações buscam fazer a ponte da luta pelos direitos da mulher à luta pelo socialismo, pois a opressão da mulher possui base material concreta e, para superá-la, s]ao necessárias mudanças materiais concretas: superar a sociedade de classes.
Hoje a luta pelos direitos das mulheres é também uma luta contra Bolsonaro, dado seu caráter reacionário, seus ataques aos nossos direitos (disse que as mulheres devem ter salários menores porque engravidam), a banalização da violência contra a mulher, a referência à mulher como “fraquejada”, dentre tantas outras expressões de desprezo e ataques. Além disso, Bolsonaro é um representante do sistema capitalista, que orquestra ataques à classe trabalhadora e personaliza o que existe de mais atrasado e reacionário na burguesia. Logo, é o primeiro que precisa ser derrubado e substituído por um governo de trabalhadores.
Diante desses desafios, o Mulheres pelo Socialismo no Rio de Janeiro e em outras regiões do país tem por objetivo organizar mulheres na luta pelos seus direitos, baseada numa plataforma de reivindicações transitórias que conduzam ao futuro socialista.
Organize-se! Faça parte de um Comitê de Mulheres pelo Socialismo e Pelo Fora Bolsonaro. Como disse Lenin, a arma da classe trabalhadora está na sua organização. O capitalismo já deixou claro o que tem a oferecer à classe trabalhadora: a barbárie. Este sistema não tem o direito de existir.
- Fora Bolsonaro!
- Por igualdade de direitos!
- Abaixo o capitalismo!
- Lutamos pelo socialismo!
Se você é do RJ ou do RS, entre em contato por mulherespelosocialismo.rj@gmail.com
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