Prefeito de Joinville fecha unidades de saúde em meio ao pior período da pandemia, mantém escolas abertas, transporte lotado e ataca liberdades democráticas

Prefeito Adriano quer calar a voz dos trabalhadores e garantir o lucro dos grandes empresários em Joinville

Na última semana todo país sentiu o agravamento da pandemia, que ultrapassa 2 mil mortes diárias. Joinville, SC, passa pela mesma situação. Diante disso, no início de março, o prefeito Adriano Silva (Novo) anunciou que o município chegava à fase 3 do plano de contingência e que não haveria fase 4. Isto posto, anunciou dois novos decretos de “enfrentamento” à pandemia de Covid-19.

Entretanto, na prática, as medidas anunciadas não mudam em nada a vida dos jovens e trabalhadores da cidade, pois mantêm todas as escolas e serviços não essenciais abertos. Aliás, os decretos são motivo de chacota e ódio da população trabalhadora, inclusive de parte de seus eleitores, já que não geram qualquer redução no contágio.

O prefeito ignora suas responsabilidades e aplica uma política que contribui para o adoecimento e morte da população. Certamente o povo trabalhador que está adoecendo e as famílias daqueles que estão morrendo de coronavírus, por falta de medidas sérias de isolamento, por falta de atendimento médico e atendimento de saúde adequado à situação que vivemos, não esquecerão.

Fica evidente que o prefeito sabe o que está fazendo quando tenta com o decreto cercear as liberdades democráticas e calar a revolta do povo trabalhador e da juventude que começa a surgir:

“Art. 13 Fica vedada abordagem e/ou intervenção com pessoas, por qualquer meio (panfletagem, pesquisas, apresentações artísticas, etc.), em logradouros públicos (ruas, avenidas, praças, jardins etc.), espaços de uso comum do povo.”

Ou seja, o prefeito com suas medidas mantém tudo funcionando como se nada estivesse acontecendo, mas tenta impedir a reação da população. Quer impor a “paz e a ordem” com a restrição das liberdades de expressão e manifestação. E, assim, a vida segue com os ricos e poderosos da cidade lucrando, mesmo que às custas do assassinato social que a ausência de medidas reais.

Nesta sexta-feira (12/3), começaram os preparativos para as novas medidas de “enfrentamento” e, para isso, a prefeitura informou que fechará algumas unidades de saúde para ter profissionais para atendimento nos pontos de urgência. Com as novas medidas, ou seria melhor dizer antimedidas, os bairros Adhemar Garcia, Parque Guarani e Profipo terão suas unidades de saúde fechadas a partir de segunda-feira (15/3) e os usuários serão direcionados para o Ullysses Guimarães e Fátima.

O fechamento de unidades não é um enfrentamento à Covid-19, mas, sim, um atestado de descaso total com a população que continua exposta ao vírus na escola, no trabalho, no transporte coletivo e ainda vê suas unidades já precárias serem fechadas e, portanto, sem conseguir tratar qualquer outra enfermidade.

Fui vereador durante 16 anos na cidade. Conheço e denunciei a situação da saúde. Mesmo sendo uma das cidades mais ricas do país, Joinville desmonta sua saúde pública há anos. Na pandemia a falta de profissionais na área da saúde se ampliou e ao invés de o prefeito contratar servidores públicos, ampliando empregos, fazendo com que se tenham mais locais para a população de Joinville ser atendida, ele resolveu fechar as unidades, deixando parte da população desassistida. Nem mesmo a substituição dos profissionais que adoecem na linha de frente do enfrentamento à Covid-19 está sendo feita.

O alinhamento político com o governo federal fica claro quando Adriano deixa as escolas abertas, deixando circular o vírus. São centenas de estudantes e trabalhadores em educação em ambiente fechado fazendo com que as pessoas lidem com algo invisível todos os dias e proliferem o vírus.

Fica evidente ainda a quem o governo serve quando deixa milhares de trabalhadores enfrentarem o transporte público e terminais lotados, com redução de frotas e tratando as pessoas como sardinhas enlatadas sem fazer qualquer exigência às concessionárias do transporte coletivo. Enquanto isso, ele não esquece de tentar aplicar multas, caso o trabalhador esteja voltando de bicicleta e esqueça de colocar máscara, depois de uma longa jornada de trabalho. Para “cuidar” da saúde do povo trabalhador, ele resolve fechar unidades de saúde na cidade. Não preciso dizer que o cenário atual exige a ampliações e não fechamentos.

Não tínhamos dúvida de que esse seria o caráter do “novo” governo de Joinville e não podemos deixar que a nossa vida seja tirada, enquanto patrões e banqueiros podem ficar em casa com a garantia de que todos de sua família estarão vivos e com mesas fartas.

Entendo que a população precisa sim se organizar, se manifestar em defesa da sua vida e que nenhuma multa pode ser aplicada ao trabalhador. Quem merece ser penalizado são os patrões, as empresas de transporte a todos aqueles que lucram com a pandemia e permitem que milhares morram.

É passada a hora de todas as entidades de classe se posicionarem sobre o que está acontecendo, não aceitarem a tentativa de cerceamento das liberdades democráticas com decretos de ameaça e exigirem medidas de contenção.

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