18º Encontro do PT de São Paulo lança Padilha e mantem a rota de Alckmin, alianças, privatizações e repressão

Para o Campo Majoritário do PT (formado pelas corrente CNB, Mensagem ao Partido, Movimento PT, PTLM e Novo Rumo) era apenas mais uma etapa burocrática da vida partidária, já que tudo havia sido acordado entre eles previamente. Para a Esquerda Marxista, o encontro se insere no marco do aniversário de um ano das jornadas de junho de 2013.

Aconteceu no último dia 14/06/2014 o 18º Encontro Estadual do PT de são Paulo. Para o Campo Majoritário do PT (formado pelas corrente CNB, Mensagem ao Partido, Movimento PT, PTLM e Novo Rumo) era apenas mais uma etapa burocrática da vida partidária, já que tudo havia sido acordado entre eles previamente. Para a Esquerda Marxista, o encontro se insere no marco do aniversário de um ano das jornadas de junho de 2013.

O movimento, que começou em São Paulo com a manifestação de algumas centenas de pessoas contra o aumento da tarifa do transporte público, acabou massificado e nacionalizado diante da brutal repressão organizada e aplicada pelo governo tucano de Geraldo Alckmin, com apoio do governo municipal de SP e do governo federal, ambos dirigidos pelo PT.

Ombro a ombro e em consonância com os jovens e trabalhadores que saíram às ruas naquele momento, a Esquerda Marxista levantou a bandeira do “Fora Alckmin”. Já a maioria do PT, optou por compartilhar com a burguesia e com os políticos em geral, o medo do desdobramento daquele movimento. E estavam certos em temer, não pelo movimento em si que dificilmente chegaria às últimas consequências tendo a sua frente a limitada e confusa direção do MPL, dos Anonymus e dos Black Blocks, mas porque as jornadas de junho, de fato, mudaram a situação política no Brasil.

Passado um ano desse processo, o PT oferece ao povo de São Paulo a candidatura do ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a governador, único objetivo do evento. O Encontro, que estava bastante esvaziado, seguiu conforme proposta feita pela Executiva Estadual do partido, com a leitura dos documentos de tática eleitoral, e diretrizes do programa de governo na parte da manhã (paralelo com o credenciamento) e no período da tarde, leitura, debate e votação das emendas e moções a estes textos. Depois apresentação e aprovação das candidaturas proporcionais do partido nas eleições de 2014 (Deputados Federais e Deputados Estaduais).

“Um novo homem, para um novo tempo” este é o espírito da candidatura de Alexandre Padilha a governador, assim como foi com a candidatura de Fernando Haddad a prefeito de São Paulo em 2012. Mas a pergunta que fica é: o que realmente oferece de novo essa candidatura?

No campo da tática eleitoral, aliança com Maluf e o seu Partido Progressista (que de progressista, não tem nada). Aliança que combatemos durante o encontro, mas que acabou aprovada com a seguinte justificativa “É o Maluf que está apoiando o PT e não o PT que está apoiando o Maluf”, como se fizesse alguma diferença.

E o que dizer da questão da Saúde, que deve ser tema central da campanha uma vez que Padilha é médico, assim como Alckmin?

Propomos que Padilha, se eleito for, rompa com o processo de privatização da Saúde pública através das Organizações Sociais, mas estas, também foram defendidas pelo Campo Majoritário com a justifica de que “Não podemos arriscar interromper serviços que são prestados pelo estado através das OSs”. Oras, estes serviços são de péssima qualidade, seja pela falta de profissionais e equipamentos, seja pela falta de condições de trabalho adequada aos servidores, e isso ocorre justamente porque o dinheiro público destinado à Saúde acaba na mão de hospitais e empresas privadas através de ONGs por eles criadas para “administrar” hospitais e ambulatórios públicos, além de contratar funcionários para essas repartições com as quais estabelecem contrato de trabalho precarizado.

O que dizer ainda do silêncio da candidatura de Padilha sobre o que faria em relação aos contratos firmados pelo Metrô, com empresas estrangeiras, comprovadamente superfaturados ou ainda que mudanças serão feitas em relação à PM paulista, uma das mais repressoras do país?

Além de se negar a realmente se diferenciar da candidatura tucana (que é o que realmente a população de São Paulo espera, afinal, por que votar no PT pra fazer o que o PSDB já faz?) a covardia da direção do PT de não empunhar a bandeira do “Fora Alckmin” durante as jornadas de Junho, deu o tempo necessário para que este se recuperasse nas pesquisas de opinião, tornando a vitória do PT nas eleições de outubro em São Paulo, ainda mais difíceis.

De positivo no encontro, ficou a aprovação da moção de solidariedade à luta antifascista na Ucrânia, proposta pela Esquerda Marxista, além da aprovação das candidaturas, dos camaradas Roque Ferreira e Caio Dezorzi a Deputado Federal. Essas candidaturas serão mais um ponto de apoio dos trabalhadores e da juventude na luta por suas reivindicações mais sentidas e pela ruptura com a burguesia e pelo socialismo:

– Pelo fim de todas as privatizações e concessões, reestatização de tudo que foi privatizado!

– Por uma verdadeira reforma agrária!

– Pela estatização da Flaskô sob controle dos trabalhadores!

– Por um Projeto de Lei que anistie todos os militantes dos movimentos sociais processados e/ou condenados desde 1988!

– Pelo fim do pagamento da Dívida interna e externa! Que esse dinheiro seja revertido para Transporte, Saúde e Educação, públicos, gratuitos e para todos!

– Pelo rompimento do PT com os partidos capitalistas!

– Por um governo Socialista dos Trabalhadores!

 Convidamos todos os militantes do PT que ainda preservam os princípios de fundação do Partido, bem como todos os trabalhadores e a juventude a juntarem-se a nós, nessa luta.