Desde 9 de janeiro de 2003 a data foi incluída no calendário escolar através da aprovação da Lei 10.639.
O Quilombo dos Palmares, com seu tamanho e com seus mais de 30 mil habitantes se tornou um ícone de resistência à opressão colonial e a escravidão no país. Foi dizimado por um exército de 10 mil homens comandados pelo bandeirante Domingos Jorge Velho, pago pela Coroa Portuguesa e pelos donos de escravos.
O 20 de novembro não deve ser para apenas relembrar a história de Palmares. No dia da Consciência Negra devemos nos lembrar da exploração e da humilhação que milhões de brasileiros passam todos os dias, da falta de serviços públicos de qualidade, da miséria, da fome e da opressão, do racismo que existe no Brasil.
Neste dia devemos nos lembrar que raças não existem, pois existe apenas uma única raça entre os hominídeos: a raça humana; devemos lembrar que o racismo é fruto de uma ideologia pseudocientífica nascida junto com o sistema capitalista.
A história já demonstrou que só a luta organizada e a unidade dos trabalhadores podem garantir direitos e conquistas e uma vida melhor para os trabalhadores.
O racismo, assim como todas as ideologias que foram criadas com a missão de dividir os trabalhadores, deve ser combatido cotidianamente de forma enérgica. Da mesma forma e com a mesma energia devem ser combatidas as políticas chamadas de discriminação positiva, como as cotas raciais. As duas ideologias bebem nas mesmas fontes: na crença de “raças humanas” e na subordinação dos interesses de classe em detrimento da “raça”.
Alguns tentam distorcer a história para apagar a luta de classes e transformá-la em luta entre “raças”, entre povos com cores de peles diferentes. Tentam convencer que a culpa da escravidão e do racismo é dos “homens brancos” e não da sociedade de classes e da opressão e exploração de uma classe social contra a outra.
Recusamos-nos a acusar os “brancos”, nos recusamos em apagar a luta de classes. Nós trabalhadores somos irmãos de classe, independentemente da cor da pele, do sexo, da religião, da orientação sexual, do país em que vivemos. De um lado estamos nós, os trabalhadores e explorados, de outro estão os capitalistas proprietários dos meios de produção. Seguimos confiantes na luta pelo socialismo que deve por fim à todas as formas de exploração e ao racismo.
No último período, onde houve um crescimento econômico, mesmo que limitado, no Brasil, fica evidente que a diminuição das desigualdades sociais é que permite abrir o caminho para que todos possam ter os mesmos direitos de fato. Somente com pesados investimentos nos serviços públicos, em especial na educação e saúde podemos combater de forma eficaz o abismo que existe entre as classes sociais. A aprovação do denominado “Estatuto da Igualdade Racial” não modificou substancialmente as desigualdades sociais e depois de anos de aplicação das “cotas raciais” a situação demonstrada pelas estatísticas do IBGE divulgada nos últimos dias não modificou substancialmente a situação dos negros no país.
Continuamos firmes na luta por salário igual para trabalho igual, exigindo vagas para todos nas escolas e universidades, e que sejam públicas e gratuitas; serviços públicos gratuitos e de qualidade para todos, reforma agrária, estatização das empresas privatizadas, revogação da reforma da previdência e fim do fator previdenciário, com a certeza que só a luta do povo trabalhador poderá garantir conquistas que abram caminho para uma sociedade sem explorados e exploradores.
O MNS, nesta data, relembra a luta de Palmares, como parte da luta do povo trabalhador brasileiro por sua liberdade. Lembramos Zumbi como herói de todo o povo trabalhador brasileiro.
Viva a Zumbi!
Viva a unidade dos trabalhadores em defesa de suas reivindicações!