Diante da crise capitalista e a decisão dos patrões de fechar a fábrica, os operários levantaram a cabeça e organizaram-se para manter a fábrica funcionando na luta em defesa dos empregos, ocupando a fábrica e retomando a produção sob controle operário.
Sem o patrão e a partir da democracia operária, foi reduzida a jornada de trabalho para 30 horas semanais, sem redução nos salários. Sem o patrão, os operários em conjunto com famílias da região, organizaram a ocupação do terreno da Fábrica e construíram a Vila Operária e Popular com moradia para mais de 560 famílias. Sem o patrão, os operários reativaram um galpão abandonado e iniciaram o projeto “Fábrica de Cultura e Esporte”, com teatro, cinema, judô, balé, atividades de formação, etc.
Desde o início os operários defenderam a estatização da fábrica sob controle dos trabalhadores diante das dívidas dos patrões com o estado. Desde o inicio os operários e operárias se somaram a luta do conjunto da classe trabalhadora. Defendendo a reforma agrária junto com os trabalhadores do campo, defendendo a luta pelas moradias com os operários na cidade, defendendo os direitos e a luta contra os patrões em dezenas e dezenas de fábricas. Defendendo os serviços públicos como saúde e educação junto ao povo e aos trabalhadores do setor publico. Lutaram desde o inicio pela reestatização das ferrovias junto aos ferroviários, pela reestatização da Vale do Rio Doce e da Embraer, por uma Petrobrás 100% estatal.
Os operários da Flaskô organizaram, por meio do Movimento das Fábricas Ocupadas, em conjunto com os operários da Cipla e Interfibra, de Joinville/SC, 8 caravanas a Brasília para exigir a estatização da fábrica. Organizaram conferências, seminários, encontros nacionais e internacionais, além de manifestações por todo o Brasil sempre discutindo com sua classe os caminhos da luta.
Como forma de impulsionar a luta dos trabalhadores da Flaskô, um dos instrumentos utilizados para debater suas perspectivas foi o uso de Audiências Públicas, debatendo com a estrutura do Estado o atendimento de suas reivindicações. Em 2009, realizou-se uma Audiência Pública na Câmara dos Deputados, e em março de 2011, foi a vez da Câmara dos Vereadores de Sumaré, onde fica a Flaskô.
Hoje, os trabalhadores da Flaskô estão em mais uma Audiência Pública, agora no Senado Federal. Juntamente com a Vila Operária, lutam pela campanha para que a prefeitura declare a fábrica e toda a sua área de Interesse Social, dando um passo no caminho da desapropriação das propriedades do patrão para a sua definitiva estatização sob o controle dos trabalhadores. Mas, mais do que isso, estão lutando por seus empregos e direitos, de forma digna, numa clara perspectiva classista, servindo de exemplo para todos aqueles que lutam pela construção do socialismo.
Aproveitamos esta oportunidade para saudar a iniciativa da Comissão de Assuntos Sociais, em especial ao Senador Paulo Paim (PT/RS), no interesse em provocar o debate sobre a situação das fábricas ocupadas, particularmente na busca de soluções e no atendimento das reivindicações dos trabalhadores da Flaskô.
Durante os 8 anos do Governo Lula estivemos em Brasília. Não será diferente agora. Presidenta Dilma, você foi eleita pelos trabalhadores para exercer uma política para a classe trabalhadora. Assim, os trabalhadores da Flaskô e do Movimento das Fábricas Ocupadas continuarão com mesma bandeira que levantaram no Governo Lula:
“FÁBRICA QUEBRADA É FÁBRICA QUE DEVE SER TOMADA PELOS TRABALHADORES E TRABALHADORAS; E FÁBRICA TOMADA DEVE SER ESTATIZADA SOB CONTROLE DOS TRABALHADORES E TRABALHADORAS”.
Maiores informações em www.fabricasocupadas.org.br
Assine o manifesto de apoio à campanha e participe da delegação à Brasília!
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