Foto: Antônio Barbosa

A criminosa manutenção das escolas abertas durante a pandemia em SP

No dia 3 de março de 2021 o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), declarou que a partir de 6 de março o estado estará na fase vermelha por pelo menos duas semanas. Junto a isso, afirma categoricamente que as escolas se manterão abertas. A contradição chocou setores amplos da sociedade, frente a mais essa demonstração de irracionalidade da burguesia.

A burguesia brasileira, seja do lado de Doria, seja de Bolsonaro (sem partido), expressa a falência completa deste sistema. Mesmo com média de mortes no país superior a 1.300 pessoas, batendo recordes diários, a produção e compra de vacinas continuam muito insuficientes. E isso ocorre tanto pela degeneração acentuada do pensamento burguês, que dificulta deliberadamente o acesso às vacinas por razões ideológicas, quanto pelos limites do modo de produção do capitalismo.

Neste trágico contexto, sabemos que são os trabalhadores os que mais sofrem as consequências destas políticas criminosas. Um trabalhador de periferia na cidade de SP tem quatro vezes mais chances de morrer do que um burguês ou pequeno-burguês que vive no bairro do Jardim Paulista1. Isso não é coincidência, é capitalismo. É um reflexo da capacidade de acesso e de condições de prevenção de contágio de cada parcela da população.

Com a manutenção das escolas abertas, mesmo com algumas restrições autorizadas, os contágios e mortes continuarão ocorrendo. De acordo com a Apeoesp, já são quase 2 mil casos da Covid-19 e pelo menos 89 professores mortos pela doença no estado de SP, isso fora os estudantes que também estão morrendo. É um escândalo.

Doria condena Bolsonaro, mas aplica a mesma política do governo federal. Ambos expressam setores da burguesia contra os trabalhadores. E quando se trata da pandemia, suas políticas são orientadas diretamente contra a vida dos trabalhadores e da juventude proletária.

Junto a isso, é imprescindível denunciar a direção da Apeoesp, que mantém a farsesca greve sanitária que propicia mais a repressão e desmoralização dos combatentes do que uma alternativa real de luta. Portanto, é cúmplice dessa política do governo Doria.

É preciso construir uma greve total, parando o trabalho remoto e presencial, unificando os setores da educação e do conjunto da classe trabalhadora contra essa tragédia que aumenta suas consequências a cada dia.

  • Aula presencial, só com vacina para todos!
  • Abaixo os governos Doria e Bolsonaro!
  • Por um governo dos trabalhadores, sem patrões nem generais!

Fonte:

1 https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2021/02/25/risco-de-morrer-por-covid-19-em-sao-miguel-na-zona-leste-de-sp-e-25-vezes-maior-do-que-no-jardim-paulista-na-zona-sul.ghtml