A greve e o Congresso do Sepe no Rio de Janeiro

Professores da rede estadual do Rio de Janeiro estão em greve desde o dia 17 de maio. As assembleias têm sido cheias e as manifestações nas ruas vibrantes. Entre as reivindicações estão o pagamento do piso para todos os profissionais, o cumprimento do plano de carreira e a revogação da Reforma do Ensino Médio.

O governador Cláudio Castro (PL), em pelo menos três ocasiões diferentes e recentes, disse que iria pagar o piso aos professores, não citando qualquer problema em relação à Justiça: na campanha eleitoral, ano passado; e em 2023, em duas publicações em redes sociais.

A situação é de achatamento salarial que os servidores do estado e em especial a Educação sofreram – sem qualquer reajuste de 2014 a 2022. Os servidores receberam uma recomposição salarial das perdas de 2017 a 2021, que seriam pagas em três vezes, a partir de acordo entre a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) e o governo Castro, mas o governo só pagou a primeira parcela, em 2022, e não pagou a segunda, que seria agora em 2023.

Hoje (25), o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Estado do Rio de Janeiro (Sepe) realiza seu Congresso, que vai até o dia 27. Segue abaixo o panfleto da Esquerda Marxista distribuído no evento.

Contribuição da Esquerda Marxista

Congresso do Sepe 2023

A revolta contra o Novo Ensino Médio (NEM) existe e continua indignando estudantes e trabalhadores em todo o país. Nossa greve mostra a Cláudio Castro e Eduardo Paes nossa força. Derrotamos Bolsonaro e continuamos lutando diante do Governo Lula-Alckmin que concilia com empresários para salvar o capitalismo. Nossa luta é pela auto-organização, tomada do poder pelos trabalhadores e pelo socialismo.

Como avançar na luta pela revogação do NEM?

Somos favoráveis ao PL 2601 que ataca os piores problemas do NEM como a privatização, o notório saber e os itinerários formativos, além de assegurar o diploma como certificado nacional. Apesar dos pontos negativos desse PL serem o Ensino Integral sem política de permanência estudantil, sem carga horária mínima para cada disciplina e obrigatoriedade em todos os anos, precisamos desmascarar a fajuta “Consulta Pública” que visa dar um caráter “democrático” à reforma e não nos limitar ao combate parlamentar. O caminho é seguirmos mobilizados junto aos estudantes nessa luta para que Lula revogue o NEM.

Como deixar nossa greve mais forte?

Precisamos organizar a luta desde a base. Devemos fazer reuniões e debates em todas as escolas. O objetivo é convencer todos os professores a entrarem em greve. Então, todas as escolas precisam ter assembleias locais e comandos de greve locais.

Como avançar na unidade da categoria?

Defendemos que o Sepe se refilie à Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), que agrupa a maioria dos sindicatos no Brasil, e ajude a impulsionar a oposição contra aqueles que atrelam os sindicatos ao Estado.

Principais bandeiras:

  • Implementação do Piso no salário base e não como abono, como anunciou o governo.
  • Concurso público já! Pela revogação do NEM!
  • Não ao pagamento da Dívida Pública, interna e externa!
  • Todo dinheiro público para garantir educação, saúde e transporte público, gratuito e para todos!
  • Pela revogação das reformas Trabalhistas e Previdência de FHC, Lula, Dilma, Temer e Bolsonaro! Previdência pública, solidária e universal!