Teve início no dia 28 e prosseguirá até o dia 1º de dezembro, em Porto Alegre, o Fórum Social Mundial Palestina Livre. Nas semanas que antecederam ao Fórum, o Estado sionista de Israel novamente realizou um brutal massacre na Faixa de Gaza, assassinando com selvageria centenas de mulheres, criança e idosos.
Teve início no dia 28 e prosseguirá até o dia 1º de dezembro, em Porto Alegre, o Fórum Social Mundial Palestina Livre. Nas semanas que antecederam ao Fórum, o Estado sionista de Israel novamente realizou um brutal massacre na Faixa de Gaza, assassinando com selvageria centenas de mulheres, criança e idosos.
Décadas de conflitos na região estão sendo alimentados pelos interesses do imperialismo e das burguesias árabe e israelense.
Obama, por trás de um discurso aparentemente dúbio, na verdade apoia as bombas israelenses contra um povo desarmado. Os EUA sempre sustentaram e armaram o exército de Israel e agora subsidiaram as bombas e aviões contra Gaza.
Os ataques vêm para agravar um quadro cotidiano de miséria e fome na Faixa de Gaza. O bloqueio imposto por Israel impede a entrada de alimentos, materiais de construção, medicamentos, etc. É a cruel história de um povo expulso de suas terras para a implantação de um Estado reacionário, militarizado, baseado na religião, financiado pelo imperialismo para defender seus interesses no Oriente Médio.
Esses ataques ocorreram na véspera de novas eleições em Israel, marcadas para janeiro. Um dos objetivos é o de camuflar as questões sociais, que já provocam o descontentamento entre trabalhadores e jovens israelenses, tentando coesionar o povo contra ‘um inimigo externo’, esperando assim levantar a moral do governo com uma salvadora ação militar.
As forças que lutam pela liberdade em todo o mundo, as que estão empenhadas na defesa e na liberdade do povo palestino, devem exigir a imediata retirada das tropas israelenses de todos os territórios ocupados e o fim dos ataques de Israel contra os palestinos.
Nacionalismo e terrorismo não são a saída
Quando foi criada a OLP em 1964 ela tinha a pretensão de unificar diferentes grupos em seu interior. A Al Fatah, dirigida por Yasser Arafat e a Frente Popular para a Libertação da Palestina, abrigadas na OLP, amparavam-se ora na luta armada, ora na luta nacionalista, sem jamais ligarem a luta do povo palestino à luta dos trabalhadores árabes e israelenses, pelo socialismo. Daí o fracasso da OLP.
Luta armada, terrorismo e nacionalismo, acabaram deixando as portas abertas para as classes dominantes árabes e israelenses realizarem manipulações de todo tipo, esmagando dentro e fora de seus países as revoltas da juventude e dos trabalhadores. O imperialismo agradeceu e incentivou o fundamentalismo islâmico contra as organizações e movimentos, principalmente contra os sindicatos por meio da CIA. Isso ajudou a florescer o Hamas dentro do movimento palestino.
Condenamos o terrorismo promovido pelo Hamas. Os ataques com foguetes a bairros pobres de Israel só serviram de pretexto para o governo sionista tentar unificar a opinião popular em sua ofensiva contra o povo palestino. Somente a ação dos trabalhadores, das massas, é que poderá, de vez por todas, por fim a essa guerra. Essa é a lição deixada pela Primavera Árabe.
O Egito e a Jordânia temendo um novo levante das massas por meio de seus governos buscaram desesperadamente um acordo de cessar fogo durante os 8 dias que duraram os bombardeios, sempre amparados em Hillary Clinton que está a serviço de Obama e do imperialismo dos EUA. Todos temiam e temem que os ataques contra Gaza, combinados com uma crescente piora na vida dos trabalhadores de Israel, possam se tornar uma panela de pressão prestes a explodir e que contaminará todo o Oriente Médio, incluindo o Egito, a Jordânia e Israel, dando nova dimensão à Primavera Árabe.
O cessar fogo apenas adia uma nova explosão mais aguda mais adiante, pois na verdade ninguém controla as forças do Hamas e, invariavelmente a interrupção da beligerância irrompe mais adiante com novas provocações e ações militares do sionismo e sem dúvida a precária condição de vida dos palestinos não indica que eles deixarão de se mobilizar contra o imperialismo e o sionismo.
Os marxistas defendem que a única solução duradoura e pacificadora para a região é o estabelecimento de um Estado laico (separado de qualquer religião) e democrático (onde todos os cidadãos tenham direitos iguais, onde todas as liberdades democráticas estejam inscritas) em que possam viver em paz judeus, muçulmanos e cristãos sobre todo o território histórico da Palestina.
Isso implica na derrota das cúpulas sionistas e das cúpulas corruptas e pró-imperialistas palestinas. Só a luta de classes pode unir os trabalhadores e oprimidos no próprio Estado de Israel com as massas sofredoras palestinas e por abaixo o jogo no qual os únicos perdedores reais são os explorados e oprimidos.
A classe trabalhadora palestina ou de Israel não tem nada a ver com a classe burguesa palestina ou sionista. Ela é internacional e por isso sua luta não tem fronteiras. A classe trabalhadora, os oprimidos e explorados, dentro de Israel e em toda Palestina, são os verdadeiros protagonistas de uma saída feliz para a situação.
Qual a posição a ser adotada pelo Fórum?
O governo Dilma tenta manobrar, apoiando Israel e sem questionar os EUA, afirma que defende a criação do Estado Palestino, mas também defende a existência do Estado sionista de Israel e se cala sobre a questão da volta dos refugiados expulsos de suas terras. Essa posição mais atrapalha que ajuda a luta dos palestinos.
Chamamos todas as tendências políticas presentes no Fórum a se posicionar pelo fim do Estado de Israel, pelo estabelecimento de um Estado Palestino laico e democrático em todo o território histórico da Palestina, pelo direito ao retorno dos milhões de refugiado palestinos às suas terras.
Essas são as bandeiras que, no nosso entendimento, unificam e fortalecem a luta dos trabalhadores. Essas são as bandeiras que podem abrir caminho para a construção de uma sociedade que elimine a raiz dessa guerra, o sistema capitalista. Essas são as bandeiras que apontam para a unidade da luta de todo o povo árabe, criando as condições para a construção de uma Federação de Repúblicas Socialistas do Oriente Médio.