Editorial da edição nº 21 do Jornal Luta de Classes.
Por mais que os patrões, os governos, tentem de todas as formas propagar que a crise capitalista está sob controle, os fatos do mundo real desmontam suas mentiras. Os donos do capital estão igual barata em festa de inseticida. Não sabem para onde correr e quando correm tentam a todo custo passar em cima dos trabalhadores.
A crise do sistema capitalista tem levado os trabalhadores de vários países do mundo a usar de todas as formas de lutas para barrar os efeitos destruidores da crise. Greves Gerais na Grécia, França, Guadalupe, Inglaterra, Irlanda; grandes manifestações na Alemanha, Áustria, Madagascar; ocupações de Fábrica eclodem em vários países europeus, na Indonésia e até nos EUA!
Barack Obama liberou um pacote de US$ 1 trilhão para extrair os ativos podres dos bancos. Os países do G-20 anunciam que vão arrecadar entre seus membros de US$ 1,1 trilhão a US$ 5 trilhões para “injetar” na economia. Na verdade, mais dinheiro para somar aos cerca de US$ 6 trilhões que já foram dados aos banqueiros, especuladores e empresários desde o início da crise. Em alguns meses foi dado a um bando de aves de rapina o montante correspondente a toda a riqueza que o Brasil inteiro levaria 5 anos para produzir.
No Brasil os efeitos da crise já são notados com o aumento do desemprego, arrocho de salários. A taxa de desemprego chega aos 12%. Sob esta pressão brutal, os trabalhadores são atacados pelos patrões que se aproveitam da crise para impor o banco de horas, lay-off, redução da jornada com redução de salários, e contam com a ajuda da camarilha pelega que controla a maioria dos sindicatos no Brasil fazendo aumentar a exploração dos trabalhadores.
O Governo Lula continua na sua trajetória. Aplica uma série de medidas para tentar salvar os capitalistas e os patrões e não apresenta uma única medida concreta para barrar as demissões. Ao contrário do que tenta mostrar o governo e a mídia, o desemprego continua aumentando, apesar dos pacotes de Lula (diminuição de impostos para empresários, aumento do financiamento público para casas, carros, eletrodomésticos).
Na Embraer (4.270 foram demitidos), Vale (1.300 demitidos – e colocou mais de 2 mil em licença remunerada), CSN (1.200 demitidos), Flextronic (2.200 demitidos), Santander (400 demitidos), LG (400 demitidos) e muitas outras, ainda houve o Frigorífico Independência – um dos maiores exportadores de carne do Brasil – que teve várias unidades fechadas!
Mas, os trabalhadores resistem e lutam: Na Flaskô, fábrica ocupada, há quase 6 anos os trabalhadores enfrentam todo tipo de pressão e seguem produzindo e exigindo de Lula a estatização sob controle operário. Com as demissões em massa na Embraer foi retomada a luta por sua reestatização, assim como segue a luta pela reestatização da Vale e pela Petrobrás 100% estatal. A luta contra a privatização e pela propriedade pública dos meios de produção ganha força no momento em que a crise revela ainda mais a falência do capitalismo – sistema baseado na propriedade privada dos meios de produção.
Mas sabemos que a única forma de fazer Lula tomar uma medida concreta em favor dos trabalhadores, contra os interesses dos patrões, é a mobilização de massas. E quem pode impulsionar isso hoje é a CUT – maior central sindical construída pelos trabalhadores – e os sindicatos em sua base.
Por isso os delegados e delegadas que participaram dos CECUTS e que participarão do CONCUT, devem se dirigir à CUT para que esta mobilize amplamente a classe trabalhadora para exigir de Lula que promulgue uma MP que proíba as demissões já! Uma mobilização dessas impulsionada pela CUT, pode desencadear uma Greve Geral e obrigar Lula a romper com a burguesia.