Há um mal-estar na sociedade. O sistema capitalista, em meio a sua crise, converte nosso potencial criador em destruição, impregnando todos os poros da sociedade com pólvora e sangue. Mais da metade dos cientistas no mundo estão trabalhando na indústria bélica, isto é, trabalhando para a destruição das condições de vida e da própria vida de centenas de milhares de pessoas em todo o mundo. Enquanto isso, um punhado de bilionários aumentam seus lucros com a carnificina dos oprimidos.
Entre esses conflitos, um massacre histórico está em curso na Palestina. Apenas no último ano, mais de 42 mil pessoas foram assassinadas, dos quais 27% eram crianças. A destruição e a crise humanitária são terríveis, 70% das casas, 79% das mesquitas e 100% das escolas e universidades foram destruídas em Gaza, forçando 90% da população a abandonar suas casas, ou o que sobrou delas, para ir a algum campo de refugiados que já foi ou provavelmente será bombardeado pela agressão israelense. A escalada do conflito já se desenvolveu para a invasão no Líbano e Israel ameaça outros países do Oriente Médio.
Se por um lado as potências imperialistas, particularmente os EUA e países europeus, continuam alimentando a máquina de guerra israelense com bilhões em recursos financeiros e armamentos. Por outro, países como o Brasil seguem mantendo as relações diplomáticas com o Estado sionista e relações comerciais com Israel.
O Brasil importa de Israel insumos para a indústria química, principalmente fertilizantes do agronegócio, insumos para a indústria têxtil, armas e munições, tanques e tecnologia de vigilância. No caso das exportações, os produtos campeões de venda para Israel são o petróleo e derivados, carne bovina e soja.
Os casos mais escandalosos desses contratos de importação são com a empresa Israelense Elbit Systems, acusada de construir drones para assassinar crianças, que tem contratos com o Exército Brasileiro para o fornecimento de optrônicos (sistemas eletrônicos que fornecem, detectam e controlam a luz) do Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), no valor de cerca de R$ 13,6 milhões. A mesma empresa venceu uma licitação para as Forças Armadas do Brasil para a compra de 36 tanques blindados, cujo contrato equivale a R$ 1 bilhão.
As Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (ROTA), batalhão especial da Polícia Militar de São Paulo criado em 1970 para perseguir militantes de esquerda durante a Ditadura Militar, foi equipada em 2020 com fuzis e metralhadoras israelenses, fornecidas pela empresa Israel Weapon Industries LTDA, que custaram R$ 526,3 mil. São essas as armas para reprimir a juventude e os trabalhadores, sobretudo negros, nos bairros proletários brasileiros, promovendo terror e violência.
Esses são apenas alguns dos casos, mas há uma política orientada pelo imperialismo para o aumento dos gastos militares também para o Brasil. O governo Lula aprovou no Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) um total de R$ 53 bilhões destinados a equipar o país com tecnologias de ponta e aumentar a capacidade da “defesa nacional”, fortalecendo a Base Industrial de Defesa (BID). Lula ainda estuda criar um fundo para a defesa. Esses planos se expressam nas recorrentes falas do Ministro da Defesa, José Múcio Monteiro Filho, de ampliar os gastos do setor de 1,3% para 2% do PIB. O que isso significa? Para promover tal ampliação seria necessário um aumento de cerca de R$ 67.881,4 milhões apenas para a pasta de defesa, mais do que todo o orçamento nacional para os transportes, por exemplo.
Esse está longe de ser um problema distante, que não nos interessa e sobre o qual nada podemos fazer. A juventude e os trabalhadores brasileiros devem tomar sua posição e agir frente ao massacre de palestinos, às guerras e ao capitalismo.
Por isso, a Organização Comunista Internacionalista (OCI) lança a campanha “Abaixo a guerra e o capitalismo! Ruptura com Israel! Lute pelo comunismo!”. Nosso objetivo é organizar e mobilizar jovens e trabalhadores contra as guerras capitalistas e seus horrores, responsabilizar a classe dominante e os governantes em cada país, o que significa exigir do governo brasileiro a ruptura das relações diplomáticas e comerciais com Israel, e avançarmos no combate contra a raiz destas guerras, o decadente sistema capitalista, abrindo caminho para a construção de um mundo comunista.
O que estamos fazendo e como você pode ajudar?
Em primeiro lugar, convidamos todos a se organizarem na OCI, a seção brasileira da Internacional Comunista Revolucionária (ICR), que está levando a campanha contra a guerra e o capitalismo em cerca de 40 países, denunciando a hipocrisia de cada uma das burguesias nacionais e dando continuidade aos ensinamentos de Lênin: o principal inimigo está em casa! É tarefa dos trabalhadores em cada país pôr abaixo as suas burguesias e estabelecer um regime econômico que sirva aos interesses da maioria do povo e não aos lucros de um punhado de famílias.
Compreendemos que para pôr abaixo o capitalismo, que é um sistema global, temos que nos organizar internacionalmente, coordenando os esforços de milhares de comunistas em todo o mundo e nos preparando para os combates imediatos e decisivos ao lado da nossa classe.
Você é comunista? Então, organize-se! Quer lutar para pôr abaixo a guerra e o capitalismo? Então organize-se! Quer a imediata ruptura das relações comerciais e diplomáticas do Brasil com Israel? Então, organize-se! Lute pelo comunismo!
Colagem de adesivos, cartazes e lambes
As células da OCI, os organismos de base de nossa organização, estão realizando a colagem de adesivos, lambes e cartazes da campanha nas ruas, muros, pontos de ônibus, murais das escolas e universidades, com as palavras de ordem da campanha, estabelece uma conexão direta com a necessidade de lutar pelo comunismo e se organizar. A partir da colagem, centenas de milhares de pessoas podem alcançar a nossa mensagem e se somar às fileiras da OCI, potencializando cada uma das ações dessa campanha e de nosso combate geral contra o capitalismo.
Com o panfleto temos como objetivo conversar com as pessoas nas escolas, universidades, locais de trabalho e bairros. O panfleto fornece uma pequena explicação histórica sobre o massacre atual na Palestina, apontando a responsabilidade da burguesia imperialista, com apoio e colaboração da burguesia brasileira. Nas panfletagens, queremos convidar as pessoas com quem conversarmos para uma reunião aberta temática “O que saber e como lutar contra o capitalismo e a guerra? Lições do massacre na Palestina”, em que nossas células vão debater com mais profundidade histórica e teórica a origem das guerras imperialistas e em particular as lições do massacre na Palestina. O panfleto redireciona para um QR Code onde qualquer pessoa pode manifestar interesse em participar das reuniões abertas. Você que está lendo, pode participar também. Basta preencher este formulário.
Para nós, as reuniões abertas também têm um sentido de educação teórica, onde nos preparamos e incentivamos os militantes nas células a tomar para si a tarefa de explicar esse tema. Assim, desenvolvemos uma maior capacidade coletiva de propagandear nossas ideias.
Abaixo-assinado
Como um instrumento para mobilizar jovens e trabalhadores nos locais em que estamos inseridos, desenvolvemos um abaixo-assinado, assim podemos agrupar todos aqueles que concordam com o texto do abaixo-assinado para se mobilizar conosco. Se você que está lendo também quiser coletar assinaturas nesse texto, basta baixar o documento aqui e começar o trabalho. Você pode nos enviar esse documento, depois de preenchido, para jci.comunista@gmail.com. Assim te ajudaremos a dar continuidade com o trabalho, como enviar adesivos, organizar uma reunião aberta, propor ao seu grêmio, centro acadêmico ou sindicato aprovar uma moção etc.
Moção
As moções destinam-se a entidades sindicais e estudantis. É um posicionamento que a entidade pode tomar para pressionar entidades superiores a ela e o próprio governo. O texto da moção está abaixo e pode ser submetido às direções das entidades sindicais e estudantis que, por sua vez, podem e devem construir assembleias para debater o tema mais profundamente entre sua base. Quando aprovada, as moções devem ser amplamente divulgadas, se possível ser reunidas e publicadas em um único local. Se você submeter essa moção a sua agremiação e ela for aprovada, conte-nos, envie uma mensagem para jci.comunista@gmail.com que teremos o maior prazer de divulgar! Confira o modelo ao final dessa postagem.
Defendemos o direito dos proletários e da humanidade de viver em paz. Mas a paz que queremos não é a paz burguesa, que, na verdade, é a preparação para outras guerras mais sangrentas. A paz justa, democrática e duradoura só pode existir verdadeiramente sob a bandeira do comunismo e pela insurreição proletária.
Contra o militarismo crescente, contra a violência e a repressão, hasteamos a bandeira do comunismo como perspectiva revolucionária. O programa do comunismo é o único que pode realmente promover a paz verdadeira, justa, duradoura e democrática. É sob essa bandeira que todos os que querem lutar para pôr abaixo a guerra e o capitalismo devem marchar, como soldados do exército mundial do proletariado! Junte-se a nós.
Modelo de Moção:
“A entidade (colocar nome da entidade sindical ou estudantil) repudia as ações do Estado sionista de Israel na Faixa de Gaza, no Líbano e em outros países do Oriente Médio. As ações perpetradas pelo governo de Netanyahu são atos terroristas contra jovens e trabalhadores palestinos e libaneses, cujo objetivo é completar a ocupação colonial de todo o território histórico da Palestina e alimentar a máquina imperialista de guerra. Nos solidarizamos a todas as vítimas das ações genocidas do Estado sionista de Israel. Exigimos a ruptura imediata de todas as relações diplomáticas e comerciais do Brasil com Israel! Nenhum centavo para financiar o massacre na Faixa de Gaza e no Oriente Médio! Nenhum petróleo da Petrobras para a máquina de guerra israelense! Nenhuma tecnologia de reconhecimento facial, criada para realizar o genocídio de palestinos, nas escolas brasileiras! Abaixo o Estado sionista de Israel! Palestina livre!”