América Latina, Brasil, estado de SP, Sumaré, cidade do interior, da região operária de Campinas. Fábrica ocupada Flaskô, há mais de 11 anos sob controle dos trabalhadores. Dentro da Flaskô, um gramado debaixo de uma enorme mangueira carregada, que a cada 5 minutos deixava uma manga madura cair. Este foi o palco dos intensos debates que embalaram por 4 dias o 1º Acampamento Revolucionário da campanha nacional “Público, Gratuito e Para Todos: Transporte, Saúde, Educação! Abaixo a Repressão!”
América Latina, Brasil, estado de SP, Sumaré, cidade do interior, da região operária de Campinas. Fábrica ocupada Flaskô, há mais de 11 anos sob controle dos trabalhadores. Dentro da Flaskô, um gramado debaixo de uma enorme mangueira carregada, que a cada 5 minutos deixava uma manga madura cair. Este foi o palco dos intensos debates que embalaram por 4 dias o 1º Acampamento Revolucionário da campanha nacional “Público, Gratuito e Para Todos: Transporte, Saúde, Educação! Abaixo a Repressão!”
Esta campanha, impulsionada pela Esquerda Marxista, surge a partir das Jornadas de Junho de 2013 e desde então busca organizar Comitês de Luta em escolas e universidades de todo o país. O 1º Acampamento Revolucionário, de 15 a 18 de janeiro de 2015, tinha o objetivo de reunir os jovens que vêm travando este combate em vários cantos do Brasil.
Mais de 220 pessoas das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste do Brasil participaram do acampamento de maneira completamente autofinanciada. Todas as delegações levaram um combate de arrecadação coletiva durante meses para conseguir pagar sua taxa de inscrição e transporte até o local do acampamento. E, diferentemente dos costumeiros encontros de juventude e estudantes que ocorrem Brasil afora, onde só ocorrem festas e a discussão fica em segundo plano, muitas vezes sem qualquer democracia, o Acampamento Revolucionário mostrou que é possível realizar um encontro de jovens com muita diversão sim, mas também com profundas discussões democráticas. Além disso, convidados da Inglaterra, Itália, México, Argentina e Colômbia nos trouxeram importantes reflexões da luta da juventude em seus países e em todo o mundo.
1º dia
No dia 15, enquanto as delegações chegavam, se credenciavam, armavam suas barracas, foi organizada uma visita guiada à fábrica, onde trabalhadores da Flaskô mostravam aos jovens como funciona uma fábrica sob controle operário. Em seguida, às 18h, a mesa de abertura do acampamento contou com a presença de representantes de diversos movimentos sociais que trataram da questão da repressão e criminalização das lutas sociais no Brasil e no mundo.
Marcaram presença alguns vereadores combativos, como o camarada Adilson Mariano (da Esquerda Marxista, de Joinville-SC), o camarada Roque Ferreira (da Esquerda Marxista de Bauru-SP) e o companheiro Carlão (da Militância Socialista de Campinas-SP). O Deputado Renato Simões, da Militância Socialista, enviou uma saudação e lamentou não poder estar presente, pois não tinha conseguido regressar de Cuba a tempo.
Do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra), os companheiros Gilmar Mauro e Marcelo Buzetto também enviaram uma saudação e não puderam comparecer, pois a data do Encontro Estadual do MST de SP havia mudado e coincidia com a do acampamento.
Estiveram presentes ainda o camarada Alexandre Mandl, representando o Conselho de Fábrica da Flaskô, o camarada Serge Goulart, fundador do Movimento das Fábricas Ocupadas e dirigente da Corrente Marxista Internacional. O camarada Miranda, do Movimento Negro Socialista. A companheira Érica Zucatti, da Renap (Rede Nacional de Advogados Populares). E representantes de organizações de juventude: Pedro (JM, Juventude Marxista), Ligia (UJC, União da Juventude Comunista), José (JCA, Juventude Comunista Avançando) e Jesus (JUNTOS!).
Serge Goulart fez uma explanação bastante completa sobre a criminalização dos movimentos sociais no Brasil, relacionando isso com a necessidade do capitalismo de atacar os direitos da classe trabalhadora e as condições de vida da juventude no mundo inteiro, para poder atravessar o atual período de crise. Só a luta revolucionária e organizada da classe trabalhadora e da juventude poderá abrir uma saída positiva para esta situação. Combater a repressão e a criminalização dos movimentos populares é condição obrigatória desta luta. No Brasil, isso passa pelo apoio ao PL 7951/2014 que concede anistia, anula e revoga condenações, ações penais e inquéritos policiais contra ativistas e lideranças dos movimentos sociais, sindicais e estudantis que participaram de greves, ocupações de fábricas, ocupações de terras, ocupações de instituições de ensino, manifestações e atividades públicas, além de propor o fim das Polícias Militares, a revogação da velha legislação repressora da época da ditadura, como a Lei de Segurança Nacional (LSN – 7.170/1983) e também a revogação da nova legislação repressora, como a GLO (Garantia da Lei e da Ordem), que permite colocar as forças armadas nas ruas para reprimir manifestações.
Em homenagem a Karl Liebknecht e Rosa Luxemburgo, mártires revolucionários que foram assassinados num 15 de janeiro, os presentes ergueram pôsteres com suas fotos, entoaram “Rosa presente! Karl presente! Agora e sempre!” e lembraram de seu papel revolucionário e como o problema da repressão é bastante antigo e constante para as classes oprimidas e os que lutam. Ao invés de isso nos desanimar ou amedrontar, a história dos combatentes que caíram nos dá forças para seguir nosso combate com ainda mais determinação e não deixar que os esforços dos mártires de nossa classe tenham sido em vão. Como disse Rosa, “Socialismo ou Barbárie!”, e venceremos!
Depois deste grande ato de abertura, todos foram ao jantar e em seguida à Festa Vermelha, que ocorreu num grande terreno entre os galpões da fábrica ocupada, com um palco improvisado numa plataforma de carga e descarga. Os militantes puderam descontrair ao som do grupo de rap paulistano “Influência Positiva” e dos músicos Juh Vieira e Vini Hoffman.
2º dia
No dia 16, a Comissão de Alvorada ajudou os participantes do acampamento a levantar às 6h da manhã. Todos tiveram tempo para se aprontar, tomar o café da manhã e estar a postos às 9h para a discussão. Uma mesa com a presença dos 5 convidados internacionais deu um panorama da luta da juventude no mundo todo.
Um dos pontos altos, foi a explanação do camarada Christian do México sobre a luta dos estudantes do Politécnico que, com uma greve de 78 dias, colocaram na parede o governo, que foi obrigado a atender todas as reivindicações. Esta greve na Cidade do México teve início no mesmo dia em que desapareceram os 43 estudantes de Ayotzinapa e se deu também em solidariedade a estes, compondo o movimento que exige a reaparição dos estudantes com vida, responsabilizando o Estado mexicano.
Depois do almoço, tomou lugar uma discussão sobre várias questões que afligem a juventude brasileira sobre as quais a campanha precisa se posicionar: Racismo, Racialismo, Drogas, Violência Policial e Redução da Maioridade Penal. Na mesa, coordenada pela camarada Mayara de Santa Catarina, estavam os camaradas Felipe do Rio de Janeiro e Evelyn de São Paulo, além dos convidados Roque e Miranda, do MNS (Movimento Negro Socialista).
Miranda explicou a origem das políticas de ações afirmativas e das cotas raciais no governo Nixon dos EUA; explicou como que grandes lutadores como Martin Luther King Jr, os Black Panthers, Malcolm X e Steve Biko nunca levantaram essa bandeira e opôs a política de cotas à luta por direitos iguais e universalização dos serviços públicos.
Embora esta já seja a posição da campanha (ver vídeo do manifesto: http://youtu.be/EV7twXvcKYc), alguns jovens presentes, habituados com o debate que se dá dentro das universidades e na maioria do movimento negro institucionalizado no Brasil, questionaram se não era caso de defender as cotas enquanto não conseguimos conquistar direitos iguais de fato. Um debate riquíssimo se deu com contribuições de diversos camaradas.
Lutar por cotas raciais hoje significa na prática abrir mão da luta por vagas para todos, aceitar que haja o funil do vestibular nas universidades públicas e a exclusão da maioria esmagadora da juventude negra. Para a Esquerda Marxista, definitivamente esta não é a postura que os revolucionários devem adotar. Como diz o manifesto da campanha: “Queremos todos os jovens negros na universidade! Queremos todos os jovens, independente da cor da pele, com os mesmos direitos na universidade pública!”.
Sobre a questão da violência policial e da redução da maioridade penal, Felipe e Roque nos trouxeram muitos dados, estatísticas e reflexões. Roque ressaltou que não é correto afirmar, como se costuma, que há um “genocídio da juventude negra”. Ele explicou que certamente a polícia brasileira é racista e mata mais negros do que brancos. Mas o conceito de genocídio descreveria uma situação muito mais grave que já foi vista em alguns países, onde num curto espaço de tempo milhões de pessoas foram assassinadas. Não é este o caso do Brasil hoje. O que há é uma política de repressão cotidiana que leva à morte de jovens trabalhadores e filhos de trabalhadores, principalmente nas periferias das grandes cidades, por responsabilidade direta do Estado, através das forças policiais, e nessas regiões em geral a maior parte da população é negra. Os camaradas também explicaram a política de encarceramento, necessária para o capitalismo controlar uma parte do chamado exército de reserva da classe trabalhadora. O racismo, a violência policial, a política de encarceramento em massa (e agora de privatização dos presídios) e as tentativas de redução da maioridade penal, devem ser duramente combatidos pela campanha “Público, Gratuito e Para Todos: Transporte, Saúde, Educação! Abaixo a Repressão!”.
Já na discussão sobre as drogas, a camarada Evelyn explicou a posição da Esquerda Marxista, que vê as drogas hoje como um instrumento da classe dominante para dopar a juventude e a classe trabalhadora, além da direta destruição física no caso de algumas drogas. Ao mesmo tempo, o imperialismo usa o pretexto de um suposto “combate às drogas” para tentar justificar mais uma vez a repressão contra a juventude e a classe trabalhadora.
Um caloroso debate se deu, com alguns presentes defendendo a pauta de “legalização da maconha”. Várias intervenções de militantes da Esquerda Marxista colocaram a questão de uma perspectiva histórica, lembrando que a própria classe operária e suas organizações se viram obrigadas a proibir ou liberar até mesmo o álcool dependendo do contexto da luta de classes. E colocavam: a tarefa dos revolucionários hoje é ajudar a juventude que desperta para a luta a lutar por quais pautas? Transporte, Saúde e Educação, contra a repressão, pelo socialismo ou pela legalização das drogas?
Todos têm acordo de que os usuários de maconha não devem ser criminalizados, já o debate sobre defender ou não a pauta da legalização da maconha ficou de ser aprofundado após o acampamento. Um caderno de debates da campanha deve ser editado com as diferentes posições sobre a questão.
Em seguida teve lugar uma atividade de formação cultural sobre hinos e canções revolucionárias. Foi apresentado um pouco do contexto histórico de cada hino e os participantes ensaiaram em coro, ao som dos vários instrumentos de Juh Vieira e Vini Hoffman, várias canções como o hino da Internacional inteiro, a canção antifascista e comunista italiana “Bandiera Rossa”, apresentada pelo camarada italiano, Alessio Marconi, a canção “Solidarity Forever” da classe trabalhadora dos EUA, além de outras canções e hinos revolucionários brasileiros, da América Latina e da Revolução dos Cravos, de Portugal.
Após o jantar, a atividade cultural da noite foi embalada pela mostra teatral revolucionária, que contou com a apresentação da Trupe Olho da Rua, de Santos-SP, com uma esquete cômica satirizando a repressão, a Polícia e a Mídia Burguesa. Em seguida, a Companhia Buraco d’Oráculo, da Zona Leste de São Paulo, trouxe uma interessante apresentação com uma crônica da vida da classe trabalhadora e seus sofrimentos cotidianos. Para terminar, a Companhia Antropofágica, também de São Paulo, apresentou o seu “Cabaré Antropofágico”, um musical com textos adaptados de Oswald de Andrade, Brecht e Maiakovsky, canções de vários compositores brasileiros, divertindo a todos os presentes, e encerrando com o hino da Internacional.
3º dia
No dia 17, a primeira mesa, coordenada pela camarada Simone, de Brasília, tinha como tema de formação “Reformismo e Esquerdismo ou Tática Revolucionária de Massas? – Lições da História”. Infelizmente, por problemas de saúde, um velho militante comunista, o camarada Andreas Maia, do Rio de Janeiro, não pôde estar presente e foi substituído na mesa pelo camarada Miranda. Também participaram da mesa o camarada Pedro de São Paulo e Jorge da Colômbia.
Pedro fez uma explanação sobre as raízes históricas do reformismo, e explicou porque os revolucionários não se engajam na luta por reformar o Estado burguês, como proposto pelo PT com a chamada “Reforma Política”. Nossa tarefa não é reformar o Estado burguês, mas destruí-lo e substituí-lo por um Estado de outro tipo: um Estado operário que poderá combater a burguesia agonizante e as forças burguesas externas, enquanto a luta se dá para que o mesmo seja feito em todos os países, até que chegaremos num ponto onde o Estado não seja mais necessário, num mundo comunista!
O camarada Miranda falou sobre o perigo do esquerdismo infantil, a tática dos Black Blocs e as ações diretas isoladas das massas. E o camarada Jorge explicou sobre os erros do foquismo e da guerrilha, falando um pouco de Che Guevara e das FARC na Colômbia.
Após o almoço, a segunda discussão foi sobre as tarefas da nossa campanha. A mesa dirigida pela camarada Lucy de São Paulo, teve contribuições do camarada Evandro de Santa Catarina e Alexandre, advogado da Flaskô.
Alexandre explicou sobre o Projeto de Lei (PL) 7951/2014 e a importância da luta pela sua aprovação, para a luta contra a repressão e a criminalização dos movimentos sociais. Isso foi aprovado por unanimidade dos presentes e a campanha deve agora organizar vídeos na internet e outras formas de propaganda para impulsionar a luta pela aprovação deste projeto.
Evandro abriu o debate ressaltando que o manifesto escrito em 2013 que deu início à campanha segue atual, bem como o abaixo-assinado trabalhado pelos Comitês de Luta espalhados pelo país. Em seguida jovens de diversos Comitês de Luta se inscreveram para falar de suas experiências, aprendizados e dificuldades para desenvolver a campanha. Foi constatado que muitos dos jovens que estavam participando do acampamento ainda não faziam parte de um Comitê de Luta, e ao ouvir aqueles que já haviam conseguido formalizar esta etapa da campanha, saíram do acampamento com disposição para travar este combate.
O terceiro debate do dia foi uma mesa coordenada pela camarada Mayara de Santa Catarina, sobre a luta das mulheres trabalhadoras, com informe das camaradas Lucy e Evelyn. As duas estabeleceram a origem histórica do machismo e da opressão do homem sobre a mulher, e como o “feminismo”, uma ideologia pequeno-burguesa, é insuficiente para combater o machismo, já que não considera a luta de classes, estabelecendo uma visão de mundo onde haveria uma “luta de gêneros”. Com isso, as feministas acabam caindo na armadilha burguesa de dividir a classe trabalhadora em linhas de gênero, opondo homens e mulheres, enquanto o papel dos revolucionários deve ser o de unir homens e mulheres na mesma luta, contra o capitalismo e todas as formas de opressão de que ele faz uso, como o machismo, o racismo, etc.
O machismo deve ser combatido cotidianamente, como parte intrínseca da luta contra o capitalismo. Como tarefa prática, foi tirada uma campanha de repúdio ao Deputado Jair Bolsonaro do Rio de Janeiro, com o mote de “trabalho igual, salário igual”, motivada por uma declaração que ele deu defendendo que as mulheres devem mesmo receber salários menores do que os homens, por que essas dariam prejuízo aos patrões, por conta de engravidarem e terem direito a licença maternidade remunerada.
Após o jantar, teve lugar o Sarau Revolucionário, com a participação dos “Poetas Ambulantes” da Zona Sul de São Paulo, o “Slam da Guilhermina”, da Zona Leste de São Paulo e o “Sarau do Manolo”, de Atibaia-SP. Os poetas realizaram uma batalha de poesias chamada de “slam”, que ficou batizado na hora mesmo de “Slam Público, Gratuito e Para Todos”. Antes teve um microfone aberto e depois um sarau onde todos os participantes do acampamento tiveram a oportunidade de recitar poesias e cantar canções. Impressionou a muitos o fato de que muitos dos temas e discussões que estavam em debate no acampamento foram tratados no sarau também, com uma poesia engajada e de luta.
4º dia
No domingo, dia 18, a última mesa coordenada pelo camarada Caio Dezorzi, de São Paulo, tinha a tarefa de sintetizar todas as discussões feitas até ali e tirar um plano de lutas para 2015. Foi eleita uma Comissão de Trabalho, com um representante de cada estado para redigir uma declaração final do acampamento. Uma série de intervenções do plenário levantou propostas do que deveria constar nesta declaração final.
Uma das questões principais tiradas é que cada jovem presente saísse do acampamento com a missão de impulsionar a campanha, organizando coletas de assinaturas no abaixo-assinado e batalhando para formar Comitês de Luta nas escolas, bairros e universidades.
Todos tiveram acordo em participar ativamente em todas as lutas contra o aumento da tarifas do transporte público e pela tarifa zero, levando em cada uma dessas lutas a nossa campanha.
Como parte da luta contra a repressão, foi decidido realizar uma campanha de escrachos contra os sujeitos apontados pela Comissão Nacional da Verdade como agentes e colaboradores da ditadura militar.
E por fim, foi decidido realizar um 2º Acampamento Revolucionário em 2016, para reunir uma quantidade ainda maior de jovens que queiram lutar pelas bandeiras da campanha e para construir uma organização que responda às necessidades da luta da juventude hoje. Está aberta também a discussão sobre a viabilidade de realizar acampamentos regionais preparatórios, como por exemplo no Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Como não havia ninguém presente da região Norte do Brasil, uma comissão ficou responsável de buscar os contatos da campanha na região e levar o combate para que estejam presentes no próximo acampamento.
A mesa de encerramento contou com falas dos camaradas da UJC, JM, MNS e os convidados internacionais, bem como de um representante dos trabalhadores da Flaskô.
O camarada Christian, do México, prognosticou: “Mais cedo ou mais tarde, os capitalistas se darão conta de que mexeram com a geração errada!”. Um grande ânimo se via nos rostos dos jovens que cerraram punhos para, de pé, cantar o hino da Internacional.
Após este ato de encerramento, os participantes do acampamento ainda fizeram uma homenagem ao Shaolin e às Donas Marias que durante os 4 dias prepararam as refeições de todos, de maneira militante. Muitos militantes se emocionaram ao ouvir o discurso do camarada Shaolin que lembrou sua trajetória de luta no Movimento das Fábricas Ocupadas há 10 anos.
Ao levantar acampamento para partir, os jovens se entreolhavam de um jeito muito diferente do que quando tinham chegado. Os quatro dias de debate fraterno e leal, o ânimo, a integração de jovens, coletivos, estudantes secundaristas e universitários, professores, etc. inevitavelmente traz a reflexão sobre a necessidade de uma nova organização de jovens ampla, democrática e revolucionária.