Registro de 2020, em uma das tentativas de destruir o quilombo que agora foi reconhecido pelo governo como assentamento da reforma agrária em área desapropriada / Imagem: Agatha Azevedo

Ameaça fascista de ex-vereador do PV contra militante da OCI em MG

O militante da Organização Comunista Internacionalista (OCI), Diogo Camilo, foi alvo de xingamentos e ameaças de agressão física por parte do ex-vereador da cidade de Alfenas, Luciano Solar, do Partido Verde. O episódio ocorreu em 7 de março, no assentamento Quilombo Campo Grande, na cidade de Campo do Meio, no sul de Minas Gerais.

Na ocasião, o presidente Lula, a primeira-dama e uma comitiva governamental acompanhavam no local o lançamento do programa do Governo Federal “Terra da Gente: mais reforma agrária e alimento para o Brasil”. O evento marcou uma série de medidas federais a respeito da reforma agrária. Uma dessas iniciativas foi o reconhecimento do assentamento. O Quilombo Campo Grande existe há 27 anos, resistiu a 11 despejos e hoje abriga 459 famílias, que produzem mais de 130 tipos de alimentos.

O camarada Diogo participava do evento representando a Universidade Federal de Alfenas (Unifal). Sua atividade consistia em apresentar os resultados de seu grupo de estudos, que desenvolveu projetos de pesquisa junto ao assentamento. Foi durante sua exposição a respeito dos impactos positivos do assentamento para a região que Diogo foi alvo de xingamentos, de ameaças à sua integridade física e foi interpelado para uma briga física.

Esta não é a primeira vez que o ex-vereador Luciano Solar tem esse tipo de comportamento fascista. Na cidade de Alfenas, já intimidou outros indivíduos de quem discorda e que têm a ousadia de expressar críticas às suas ideias e atividades públicas. Além disso, coage suas vítimas a se manterem em silêncio.

Suas tendências fascistas se escancaram não apenas por suas atitudes violentas. Luciano também utilizava o sol negro, tradicional símbolo fascista, nos eventos que promovia, e tatuou o mesmo sol negro em seu pulso esquerdo. Só depois de denúncias, Luciano cobriu a referida tatuagem com outra.

Tais indivíduos prevalecem por meio do medo e do uso da violência contra suas vítimas. A melhor resposta contra eles é uma ação coletiva por parte dos movimentos sociais e dos militantes que defendem as liberdades democráticas de reunião e de expressão.

Diogo não está sozinho. Um ataque contra um é um ataque contra o conjunto dos trabalhadores. Pedimos a todos que repudiam esse ataque que o repercutam nas redes sociais e o levem ao conhecimento dos movimentos, sindicatos, partidos e lideranças populares do sul de Minas Gerais.