“Standard & Poor’s ameaça a eurozona com um rebaixamento geral de qualificação”
“As nuvens aparecem até mesmo nos dias de boas notícias. Depois de um dia de euforia nos mercados, a Standard & Poor botou água na festa ao anunciar esta noite que está decidindo por rebaixar quase toda a zona euro. O rebaixamento afetaria até mesmo o até então intocável clube AAA, a mais alta classificação de crédito, um grupo liderado pela Alemanha e que também tem a França, Holanda, Áustria, Finlândia e Luxemburgo. No anúncio de ontem apenas se salvaram da “perspectiva negativa” (Isso pressupõe que há chance de 50% de que vai diminuir a nota destes no prazo de 90 dias), o Chipre, que já tem esse rótulo, e a Grécia , que não foi avaliado nesta ocasião.
S & P, justifica sua decisão pelo aprofundamento da crise e as tensões na união monetária e menciona cinco fatores de preocupação: o aperto das condições de crédito na área do euro: os principais riscos da dívida soberana de alguns países, incluindo alguns com o triplo A, as divergências em curso entre os líderes sobre como restaurar a confiança, níveis elevados de endividamento, tanto público como privado, e o risco crescente de recessão na zona do euro como um todo em 2012”. (El País, 05/12/2012)
Com este título e com esta sucinta descrição o jornal El País, Espanha, anuncia o caos em que chegou a economia imperialista. Não é estranho às leis do mercado que alguém se encarregue de avaliar os riscos de empréstimos para alguém já endividado. Os gerentes dos bancos fazem isso todos os dias.
O que mostra o caráter degenerado da atual fase do sistema capitalista é que imediatamente os governos dos mais importantes países imperialistas do mundo, depois dos EUA, saiam imediatamente a público para se explicar. Ou seja, uma empresa, não por acaso norte-americana, atira e acelera, ou causa, um efeito manada entre os “investidores”, leia-se especuladores, amplificando as dificuldades e eventualmente provocando a quebra de bancos europeus ou mesmo de governos.
Na declaração CONJUNTA, imediata, da Alemanha e França se lê “que “tomam nota” da ameaça e confirmam sua “vontade de assumir e tomar todas as decisões necessárias para garantir a estabilidade na zona euro.” “A França e a Alemanha tomaram nota da perspectiva de reexame da S&P sobre a nota dos Estados membros da zona do euro”, diz o comunicado divulgado pela presidência francesa.
Enfim, a economia europeia está tão podre, tão assentada na ciranda financeira e tão dependente da especulação, tão endividada e sem futuro que uma empresa norte-americana, divisão financeira de uma multinacional, a The McGraw-Hill Companies, é capaz de abalar e pôr em risco o edifício todo.
Chegar a este “capitalismo avançado” é o sonho e o objetivo dos reformistas brasileiros?´!
Eles pensam mesmo que um país com a economia dominada pelo capital internacional, que não pára de aprofundar os aspectos mais típicos de um país semicolonial (vejam o PAC), em pleno século 21, vai “chegar lá”?! E lá aonde?!