Aos Bancários de Campinas e Região: Que sindicato queremos?

Dias 25 e 26/03 ocorrerão eleições para a diretoria do Sindicato dos Bancários de Campinas e região e somente uma chapa está inscrita, a da atual direção. Ela se apresenta como chapa da CUT, mas em São Paulo e Mato Grosso do Sul, nosso sindicato encabeça uma federação de sindicatos filiada a UGT (central sindical pelega). O presidente dessa federação é o Deputado Estadual David Zaia (PPS), atual Secretário de Trabalho e Renda do governo Geraldo Alckmin (PSDB)!

Dias 25 e 26/03 ocorrerão eleições para a diretoria do Sindicato dos Bancários de Campinas e região e somente uma chapa está inscrita, a da atual direção. Ela se apresenta como chapa da CUT, mas em São Paulo e Mato Grosso do Sul, nosso sindicato encabeça uma federação de sindicatos filiada a UGT (central sindical pelega). O presidente dessa federação é o Deputado Estadual David Zaia (PPS), atual Secretário de Trabalho e Renda do governo Geraldo Alckmin (PSDB)!

Há anos o PSDB governa o estado e o resultado é a privatização do Banespa para o “Satã-der”, arrocho salarial aos professores e servidores paulistas, destruição da educação pública, privatização dos hospitais e leitos do SUS, pedágios, etc. David Zaia está a serviço desse governo!

A direção do sindicato deveria lutar contra essa política, ao invés de manter “relações perigosas” com os tucanos! Deveria trabalhar para desfiliar essa federação da UGT e estabelecer uma frente única pelas reivindicações com o Sindicato dos Bancários de São Paulo e demais sindicatos da CUT, para fortalecer a unidade da categoria.

Mas, a próxima direção não vai fazer isso porque é liderada por militantes do PPS, mesmo partido do David Zaia! Esse partido forma um bloco junto com o PSDB e o DEM para defender os interesses da burguesia não aliada ao governo Dilma (PT).

A política desses partidos é a mesma de outros partidos burgueses, como o PMDB (Sarney, Renan Calheiros), PSB (Jonas Donizetti, Eduardo Campos), PP (Maluf), PTB (Collor, Roberto Jefferson), etc. Existe apenas uma divergência tática entre eles: fazer parte ou não do governo Dilma, mas, no fundo, todos lutam para retomar o controle político do país e avançar ainda mais com as privatizações e os ataques aos trabalhadores. Sindicalista de verdade não deveria dar apoio a esse tipo de política!

Já Lula, Dilma e o PT têm no povo seu maior e verdadeiro aliado e deveriam governar para a classe trabalhadora. Para isso, têm que parar de entregar o país a esses partidos que são inimigos históricos dos trabalhadores! Têm que parar de fazer tudo o que os bancos e multinacionais querem e atender as reivindicações populares: saúde e educação pública, gratuita e universal, reverter as reformas da previdência e as privatizações, garantir melhores empregos e salários! Ou então, o povo terá que passar por cima e garantir tudo isso com greves e mobilizações! Nosso sindicato tem que estar a serviço dessa luta!

O que devemos fazer para avançar?

É verdade que há muitos companheiros na chapa que combatem honestamente pelas reivindicações da categoria, são sindicalistas da CUT, lutam contra o parasitismo financeiro dos banqueiros sobre o Tesouro da União (através da dívida pública), sobre a economia e a sociedade, mas acabam ficando presos dentro de certos limites. Não tocam em nenhum desses assuntos que descrevemos acima, por exemplo.

Além disso, as campanhas salariais dos últimos anos revelaram a enorme disposição de luta da categoria, com os bancários protagonizando grandes greves nacionais, mas os resultados não foram condizentes: os avanços foram muito pequenos. A direção da Contraf/CUT – da qual nosso sindicato faz parte – não soube conduzir as greves nacionais para alcançarmos resultados melhores, tanto que, logo após a assinatura dos Acordos, os bancos retomam a pressão com a mesma força de antes.

O BB, por exemplo, assinou o Acordo Coletivo em outubro/2012 e em janeiro/2013 impõe o Plano de Funções que reduz a jornada de 8 para 6 horas para os Assistentes, mas com redução de 16% nos salários e uma redução ainda maior para os novos comissionamentos. Os gerentes foram obrigados a aderir ao Plano, continuarão trabalhando 8 horas e ainda terão que assumir mais atribuições e responsabilidades!

Os caixas foram transferidos para o PSO, mas faltam trabalhadores em todas as agências para dar conta do atendimento e do suporte. Além disso, para o BB, os escriturários não têm mérito nenhum, pois nem sequer ganham pontinhos na carreira por exercer essa função…

Já os bancos privados começaram o ano com uma nova onda de demissões, ampliando a já alta rotatividade, pressionando pela redução geral dos salários no setor financeiro!

Por isso, é hora de começarmos a construir uma corrente sindical de bancários que analise os fatos como eles são, que aponte o melhor caminho para as mobilizações e que seja capaz de agir com completa independência financeira para não ter rabo preso e poder falar o que pensa! Uma corrente sindical que retome os princípios originais da CUT e lute para melhorar a vida dos bancários e de toda a classe trabalhadora.

Vamos marcar conversas e reuniões porque Sindicato É Pra Lutar!

*Rafael Prata, militante bancário da Esquerda Marxista

rafaelpratacps@yahoo.com.br