Imagem: Sinte/SC

Apesar da direção sindical do Sinte, os servidores de Santa Catarina têm disposição de luta

No dia 04 de abril os trabalhadores em educação de Santa Catarina, diante do descaso do governo Jorginho Mello, deliberaram em assembleia massiva deflagrar greve por tempo indeterminado no dia 23. A situação da categoria pode ser compreendida a partir do artigo “A situação do magistério catarinense em 2024“, publicado na página do Sinte.

Os militantes da Organização Comunista Internacionalista (OCI) têm discutido incansavelmente sobre a importância de a categoria mostrar sua força no dia 23 de abril. É impressionante o tanto que os trabalhadores em educação entendem essa necessidade, entendem a situação de ataque aos seus direitos nos últimos anos e, ao mesmo tempo, têm uma grande dificuldade de confiar na direção sindical. E não sem razão! O histórico dessa direção sindical é de um completo abandono da categoria, de uma burocracia instalada há mais de 30 anos na direção sob o comando da Articulação Sindical. Nesse sentido, é fundamental que a verdade fique expressa e, sem ter qualquer ilusão na direção, construamos o movimento.  

Nas discussões nas escolas temos explicado que estamos em uma guerra e nesse momento o fundamental é nossa unidade e os métodos de democracia da nossa classe, ou seja, precisamos de muita organização e independência política do governo. Desse ponto de vista estamos nós por nós mesmos, pois a direção do Sinte é incapaz de organizar a categoria. Devemos confiar na nossa força de organização em cada local de trabalho e na unidade na base, pois somente isso pode garantir que avancemos. E há forças para tal!

Na tarde dessa quinta-feira (18/04) o governo chamou a direção sindical para uma suposta negociação, mas não apresentou proposta. Ou seja, está brincando com a categoria. É preciso mostrar ao senhor governador quem é o magistério catarinense.

Não no furtamos, porém, de explicar que a direção começou o movimento com uma manobra e continua fazendo mais confusão do que ajudando. É fundamental que algumas questões fiquem muito bem explicadas:

  • Sobre o início da greve:

Se por um lado a assembleia foi massiva, por outro, como vem acontecendo em todas as assembleias da categoria, os mais de 5 mil servidores presentes não saíram dela com encaminhamentos concretos de como construir a greve, pelo contrário;

  • Comando de greve:

Numa manobra muito inteligente, a direção aprovou que o Comando de Greve seria eleito antes do início da greve. Inicialmente isso pode parecer interessante, afinal haveria um grupo de mobilização “antecipado”. Por outro lado, é uma medida totalmente antidemocrática, pois quem elege o comando de greve elege uma direção do movimento e isso só pode ser feito com os servidores em greve;

  • Sobre o dia 23 de abril

O primeiro dia de greve é sempre um dia elementar, quando todos os olhos se voltam para o poder de ataque imediato da categoria. É, portanto, um dia estratégico. Por isso todos os servidores esperavam um grande ato em Florianópolis para mostrar força ou atos em todas as regionais para pressionar por uma mesa de negociação. Ao contrário disso, a direção “inovou” e vai fazer uma atividade de formação online, “estratégia” que a categoria repudia. Até o momento, apesar de boatos de que haverá atos, permanece somente a chamada para tal atividade, conforme se vê no site da entidade. Não bastasse o primeiro dia, não há assembleia marcada e a previsão é que o Comando de Greve (eleito antes da greve iniciar) se reúna no segundo dia da greve.

Em resumo, não há nenhuma iniciativa real de mobilização.

Por isso, nós da corrente sindical da OCI convidamos todos os trabalhadores em educação de Santa Catarina a se organizarem conosco nos locais de trabalho e garantir nossa unidade apesar das manobras da direção sindical.

Mostremos a nossa força por cima de qualquer manobra, mostremos ao governador Jorginho Mello quem é o magistério catarinense!

Exigimos do Sinte ações concretas de mobilização para greve!

Entre em contato, organize sua escola!