Após mobilização dos estudantes, Ufes cancela contrato com empresa que serviu comida estragada

Na última segunda-feira, 9 de maio, os estudantes da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) organizaram um ato após o Restaurante Universitário (RU) servir marmitas contendo larvas, feijão azedo e carne estragada. Os alimentos eram fornecidos por uma empresa privada que teve o contrato cancelado pela universidade após as mobilizações.

A manifestação foi organizada a partir de uma reunião realizada no Diretório Central dos Estudantes (DCE), na quinta (5), que contou com a presença de inúmeros Centros Acadêmicos (CA), para organizar os cursos para repassar as informações para os estudantes. Inicialmente, após a apresentação das demandas estudantis, a direção do DCE fez a defesa de uma reunião com a reitoria, entretanto, com a pressão dos CA, ficou decidido que se a reitoria não desse uma resposta satisfatória até sexta-feira (6), na segunda seria realizado um ato de ocupação da reitoria.

Na sexta a reitoria cancelou a reunião com os estudantes e então começou a mobilização para o ato. Os estudantes foram chamados sala por sala, por publicações em redes sociais e grupos de mensagens.

Na segunda, às 11h, o ato contou com cerca de 200 estudantes que fizeram a concentração na frente da reitoria com cartazes, tambores e palavras de ordem. A reitoria foi ocupada, mas a presença da polícia militar foi forte, impedindo que os estudantes subissem para o andar onde ficava a sala do reitor Paulo Vargas. O grito “FORA BOLSONARO!” foi repetido muitas vezes com fervor pelos estudantes.

Logo em seguida os estudantes foram em direção ao RU para fazer um “roletaço”, que foi barrado pelos guardas, mas a pressão estudantil venceu, os portões foram abertos e as marmitas foram pegas gratuitamente.

A TV Gazeta esteve presente, mas não conversou com os estudantes, entrevistou apenas o dono da empresa responsável, que acusou os alunos de sabotagem das marmitas. A reitoria soltou uma nota cancelando de imediato o contrato com a empresa, e deixando o RU parado até o dia 23 de maio, data em que outra empresa começará as atividades, sem nenhuma garantia de melhoria. Apenas os alunos assistidos ganharão R$ 15 por dia sem RU, valor que mal dá para garantir uma refeição.

A resposta da reitoria e da empresa responsável serviu como gasolina para inflamar os estudantes que chamaram um novo ato para o dia 12.

Durante a manifestação, a Esquerda Marxista se fez presente por panfletagem e mobilização dos estudantes. O curso de física terá uma reunião sobre a situação do RU, para articular a base para futuros atos.