Após vários recuos do governo em relação ao retorno às aulas presenciais nas escolas do Paraná, Ratinho Jr. (PSD) e Feder resolveram aproveitar a paralisia e desmoralização da APP-Sindicato para empurrar goela abaixo sua criminosa política de retomar as atividades presenciais sem a vacinação e imunização dos educadores, estudantes e comunidade escolar em um cenário de UTIs lotadas e eminente novo colapso do sistema de saúde.
Em assembleia estadual realizada no início do ano, a direção da APP fez aprovar uma “meia greve”, chamada de “Greve Sanitária” ou “Greve pela vida!” (exclusivamente!), esvaziando a pauta da luta da categoria e criando inúmeras confusões na cabeça de milhares de educadores – entre eles os funcionários de escola, que se perguntavam: “E nós, os agentes? Como ficamos? Continuamos trabalhando presencialmente durante a greve?”. Os dirigentes da APP até hoje não sabem o que dizer a estes profissionais.
Desde então, a direção da APP tem apostado muito mais na capacidade “piqueteira” do vírus do que em uma verdadeira mobilização da categoria para a paralisação das atividades escolares. Os comandos de greve se limitam a reuniões dos dirigentes sindicais, sem nenhuma organização real e efetiva da base. Esta, por sua vez, além de se encontrar abandonada pela direção do sindicato, quando não excluída das discussões, é acusada por ela pela sua própria paralisia, quando não de “gado que não sabe votar” e que “dorme em berço esplêndido”.
Direções de várias escolas do estado do Paraná estão convocando professores e estudantes para retornarem presencialmente às salas de aula, ameaçando os educadores com eventuais punições caso queiram fazer uso de seu direito de greve. Neste aspecto, a situação dos profissionais contratados pelo regime PSS é especialmente delicada, dado o abandono prático, por parte da direção sindical, dos itens da pauta tocantes a este setor de nossa categoria, cujas condições de trabalho e de sobrevivência estão ainda mais precarizadas com os massivos ataques efetuados pelo governo nos últimos anos.
Milhares de educadores ouvem falar em “GREVE!”, mas são orientados pelos dirigentes do sindicato a “continuar trabalhando (remotamente), sem parar!”. “É uma greve diferente”, “para quem tem consciência”, alega a direção. No site da APP-Estadual não há uma nota de orientação do que fazer, como fazer, para onde seguir, como será feito. Encontramos apenas lamentações. Nenhuma Assembleia Estadual foi marcada para organizar e reorganizar a luta antes do retorno das 200 escolas presencialmente, assim como nenhuma reunião de comando de greve ampliado convocando a categoria para o debate. Sequer há previsões de atos de ruas marcados ou em preparo pelo sindicato contra o retorno das aulas presenciais, nem mesmo nas 100 cidades que já retornaram.
O “comando de greve” – a direção da APP-Sindicato – deve realizar urgentemente um balanço da adesão ao não retorno das aulas presenciais, tanto de professores, como de funcionários e estudantes, e reorganizar a luta, juntamente com outros sindicatos.
Os ataques são muitos e, por isso mesmo, nossa pauta não poderia ter sido, e não pode continuar sendo esvaziada, como foi na última assembleia, a partir de mais um dos tradicionais “tratoraços” da direção estadual para rebaixamento das pautas de greve. É preciso retomar as legítimas reivindicações dos educadores “professores QPM, PSS e Agentes I e II” e apostar mais na organização e mobilização da categoria para paralisação das atividades escolares do que no vírus!
- Não ao retorno das aulas presenciais sem vacina! Organizar atos de rua já nas cidades que as aulas presenciais retornaram!
- Em defesa da data-base! Não ao arrocho salarial! Reajuste automático dos salários de acordo com a inflação!
- Não à terceirização de agentes 1 e 2!
- Por concurso público e contra o desemprego dos PSS! Concurso Público para o número de vagas reais!
- Não à militarização das escolas paranaenses!
- Contra o fechamento de turmas e escolas e a superlotação das salas de aula! Redução do número de alunos por turma!
- Revogação da portaria que retira aulas de filosofia, sociologia e arte, rebaixando e prejudicando o currículo do Ensino Médio nas escolas públicas do Paraná, além dos educadores concursados e que atuam nestas áreas!
- Não aos cortes na educação, ciência e tecnologia!
- Abaixo o governo Bolsonaro-Ratinho Jr. e seus lacaios Guedes/Feder.