Nessa sexta-feira (25/6), mais uma das células sindicais da Esquerda Marxista de Joinville realizou uma atividade com contatos para discutir a preparação do Encontro Nacional Abaixo Bolsonaro – Por um Governo dos Trabalhadores, sem Patrões nem Generais”. Também foi o discutido o texto “Keynes está morto! Os reformistas não o ressuscitarão”, que está na última edição da revista América Socialista. Estiveram presentes 16 pessoas, sendo seis militantes e 10 contatos.
O informe sobre o texto foi dos camaradas, Marcos, de Maringá, e Francine, de Joinville. Já a apresentação da convocatória do Encontro ficou a cargo do camarada Eduardo.
A atualidade do debate sobre Keynes
Debateu-se como o keynesianismo serviu e continua servido de base teórica aos reformistas, ainda que tenha sido desenvolvido para salvar o capitalismo, por um economista que se declarava abertamente ao lado da burguesia. Com o aprofundamento da crise econômica – sobretudo neste momento de pandemia – novamente há quem se diga de esquerda e busque ressuscitar Keynes para oferecer uma saída por dentro do sistema.
É nesta doutrina que se inspiram programas como o plano de investimento público proposto por Mélenchon, na França; o programa de Corbyn, do Partido Trabalhista da Inglaterra; o programa do Podemos, que atualmente divide o governo com o PSOE na Espanha; programas da era Lula, como o Minha Casa Minha Vida, entre outros.
Mas Keynes e suas teorias estão mortos! Não funcionaram após a grande depressão dos EUA e ganharam fama apenas nos “30 anos gloriosos” do capitalismo, que, na verdade, só foram possíveis pela massiva destruição de forças produtivas da 2ª Guerra Mundial.
Na atual crise, iniciada em 2007/2008, não há espaço para outros métodos de salvação do sistema senão a austeridade, cortes na carne da classe trabalhadora e guerras localizadas.
É no marxismo que encontramos a única explicação material e coerente para as crises do capitalismo: a superprodução em busca da maximização dos lucros, que entra em choque com as relações sociais existentes neste sistema.
“Uma nova esquerda da classe trabalhadora não será capaz de responder à crise do liberalismo tirando a poeira de Keynes, mas redescobrindo Marx. O rearmamento ideológico e a delimitação do campo do ponto de vista de classe serão fundamentais. A luta contra a austeridade deve passar inevitavelmente por mobilizações em massa e um programa que vise derrubar este sistema”. (Keynes está morto! Os reformistas não o ressuscitarão. Antonio Erpice)
Construir um governo dos trabalhadores, sem patrões nem generais
O debate sobre a tentativa de ressuscitar o keynesianismo na esquerda se encaixa perfeitamente com o que ocorre hoje na luta para pôr abaixo o governo Bolsonaro no Brasil. A Esquerda Marxista foi a primeira organização do Brasil que, logo após as últimas eleições e contra todos os partidos e movimentos de esquerda, declarou abertamente “Fora Bolsonaro”.
Esta palavra de ordem tomou as ruas e ganhou o coração de milhões de brasileiros. Hoje, não há mais como tentar abafá-la nos atos e manifestações. Por isso, todos os reformistas passaram a repeti-la, mas desvirtuando seu sentido revolucionário e dando a ele uma perspectiva de mudanças por meio das instituições burguesas (impeachment e eleições de 2022).
A Esquerda Marxista segue na luta por Fora Bolsonaro, mas colocando o acento tônico no complemento desta palavra de ordem: Por um governo dos trabalhadores, sem patrões nem generais.
Neste sentido, na atividade realizada nessa sexta, foi apresentada a convocatória para o “Encontro Nacional Abaixo Bolsonaro – Por um Governo dos Trabalhadores, sem Patrões nem Generais”, que acontecerá em 10 de junho, em um evento online, às 13h30.
Os contatos presentes que ainda não tinham conhecimento da atividade foram convidados a se inscrever e, junto aos que já estavam inscritos, foram chamados a ajudar a construir o encontro.