Atividade sobre reforma da previdência em Joinville

Atividade do Mulheres pelo Socialismo discute a Reforma da Previdência em Joinville

O movimento Mulheres pelo Socialismo realizou na noite dessa quarta-feira (26/6) uma atividade em Joinville/SC com o tema “Contra a Reforma da Previdência e seus impactos na vida das mulheres trabalhadoras”. O informe foi do camarada Luiz Gustavo Rupp, militante da Esquerda Marxista e advogado trabalhista. Também esteve na mesa a militante Flávia Antunes, responsável pelo MPS na cidade.

Luiz Gustavo apresentou um histórico sobre o sistema de Previdência Social do Brasil e explicou que, a partir da Constituição de 1988, já ocorreram outras reformas com FHC e Lula. A substituição do modelo de solidariedade entre gerações pelo regime de capitalização já era defendido explicitamente pelo Banco Mundial desde 1994. Já a Reforma proposta por Bolsonaro e Guedes é ainda mais destrutiva. O substitutivo apresentado na Comissão Especial na semana passada não pode, de forma alguma, ser considerado uma vitória. “A luta contra a Reforma da Previdência tem que se manter, porque ela representa sobretudo supressão de direitos e vai empurrar muito mais gente para a miséria.”

Foi explicado ainda que esta Reforma está em um contexto de crise internacional do capitalismo e de tentativas da burguesia de reduzir o custo do trabalho e os direitos dos trabalhadores. Ela não pode ser dissociada da Reforma Trabalhista de Temer e de todos os ataques do último período. Luiz combateu também o argumento de que a Reforma da Previdência retira privilégios. Isso porque, na própria exposição de motivos da PEC 6/2019 (reforma), está explícito que aproximadamente 70% da economia planejada será sobre os benefícios do Regime Geral de Previdência Social cujo valor médio de pagamentos era de R$ 1.336,29 em 2017. Ou seja, esta Reforma significa a economia sobretudo sobre as costas dos mais pobres, para que mais dinheiro seja enviado aos bancos por meio do pagamento da dívida pública.

Participantes discutiram a importância da organização
Participantes discutiram a importância da organização

Impacto na vida das mulheres trabalhadoras

Flávia iniciou a atividade explicando que a Reforma da Previdência desconsidera totalmente a situação de dupla exploração a que a mulher é submetida nesta sociedade. Luiz Gustavo apresentou em números a dificuldade que as mulheres encontram para terem muitos anos de contribuição continuada, o que consequência de elas serem maioria em empregos sem contribuição, por receberem salários menores, terem taxas de desemprego maior e serem as principais responsáveis pelos afazeres domésticos, educação dos filhos e cuidado com idosos.

Várias pessoas presentes na atividade participaram do debate, fazendo perguntas e contribuições. Foi ressaltado o papel traidor das grandes direções operárias, com destaque para o PT e a CUT, que não convocaram uma real mobilização da classe contra esta Reforma. O PT tem participado das negociações por uma reforma “menos nociva” no Congresso enquanto a CUT não cogitou chamar uma greve geral duradoura. A Central lançou na semana passada uma nota em que considerava o substitutivo apresentado na comissão especial como “vitória parcial” e, nesta semana, divulgou outro texto dizendo que as mobilizações devem ser feitas por meio das redes sociais e com pressão sobre os deputados. Ou seja, desmobilizando, desacreditando e deseducando totalmente a classe para a paralisação geral do trabalho.

Diante de tudo isso, urge que os trabalhadores e jovens levantem a palavra de ordem “Fora Bolsonaro”, no sentido de ser contra todo este governo e instituições do sistema capitalista. Foi ressaltada a necessidade de cada presente integrar a luta pela construção de um partido revolucionário. O Mulheres pelo Socialismo busca mobilizar a partir das reivindicações concretas das mulheres trabalhadoras e, lado a lado com os homens da classe trabalhadora, luta pela revolução e pelo socialismo.

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