O ato da Corrente Marxista Internacional (CMI) para celebrar a vida e as obras de Leon Trotsky, 80 anos após seu assassinato no México, foi um grande sucesso. Já foi assistida mais de 8 mil vezes em todos os canais de mídia social. Também levantamos uma soma considerável para apoiar o Museu da Casa Trotsky, que esteve fechado durante a pandemia da Covid-19.
Este encontro verdadeiramente internacional foi traduzido ao vivo para várias línguas, com participantes sintonizados em todo o mundo: da América Latina ao Oriente Médio, da Europa à Ásia. Várias pessoas compartilharam imagens de si mesmas assistindo à reunião nas redes sociais, tanto individualmente quanto em grupos, para comemorar este titã da história revolucionária.
A reunião foi presidida por Rob Sewell, editor do jornal marxista britânico Socialist Appeal, que começou apresentando um documentário sobre a vida de Trotsky, produzido pela CMI para marcar o centenário da Revolução Russa em 2017.
O filme (que foi visto quase 50 mil vezes no YouTube) contém imagens históricas raras de Trotsky liderando o Exército Vermelho, bem como imagens de entrevistas com seu neto (e diretor do Museu da Casa Trotsky), Esteban Volkov, que relembra o tempo de sua família como exilados no México, incluindo o assassinato de Trotsky por Ramón Mercader em 20 de agosto de 1940.
No documentário, Volkov lembra como Mercader chorava e se debatia como um rato capturado em uma ratoeira, após cometer seu ato vil. “Sempre tive presente essa imagem desses verdugos da GPU”, disse ele. “Assim eram os heróis stalinistas”.
Ele contrasta essa crueldade e covardia com o comportamento dos trotskistas presos por Stalin no gulag de Vorkuta, que marcharam para suas execuções cantando desafiadoramente a Internacional.
Mas, embora Trotsky tenha morrido, disse Volkov, ele deixou para trás um “arsenal marxista” de livros, artigos e ideias, com o qual a classe trabalhadora pode hoje se armar para combater as forças da exploração capitalista e todas as formas de calúnia stalinista, reformista e revisionista.
Apoie o Museu da Casa Trotsky!
O filme foi seguido por uma mensagem falada e escrita de Volkov, homenageando seu avô como “sem dúvida … um dos grandes marxistas produzidos pela humanidade”, e oferecendo seus calorosos cumprimentos revolucionários à CMI:
“Aqueles que hoje seguem os ensinamentos [de Trotsky] da forma mais séria e fiel, sem a menor dúvida, são os camaradas da Corrente Marxista Internacional. Leon Trotsky é o farol para sair da barbárie do capitalismo voraz e insaciável, que está destruindo nosso planeta Terra; e também o farol para avançar para outro mundo onde a paz, a justiça e a equidade prevaleçam e a vida humana se torne uma experiência extraordinária e uma aventura além da imaginação”.
Junto a esta mensagem inspiradora, Volkov também nos enviou um apelo para apoiar o Museu da Casa Trotsky, que não abre suas portas aos clientes há cinco meses devido à pandemia em curso e, como resultado, enfrenta um futuro incerto.
Como testemunho do legado duradouro do avô de Volkov e do significado histórico da casa em que ele escreveu algumas de suas obras mais importantes, nossos camaradas e apoiadores se prontificaram imediatamente na ocasião. Até agora, na sequência do apelo, arrecadamos mais de 4.500 libras, com algumas doações individuais de 100 libras ou mais, e o dinheiro ainda está entrando. Se você ainda não o fez, recomendamos que faça uma doação aqui.
“Ainda estamos aqui!”
A reunião foi encerrada com um discurso de Alan Woods, editor de marxist.com. Alan comentou sobre as tremendas realizações de Trotsky no reino da teoria e da prática revolucionárias: estar à frente da maior revolução da história e liderar com sucesso o recém-criado Exército Vermelho em sua defesa.
Mas ele também falou do imenso sacrifício e coragem de Trotsky, em face das dificuldades insuperáveis – particularmente após seu exílio da Rússia, após o qual nenhuma nação capitalista no mundo estava disposta a oferecer-lhe asilo, e ele foi perseguido implacavelmente pelos agentes assassinos de Stalin. A GPU acabou ceifando a vida de quase todos os camaradas, amigos e parentes de Trotsky, como parte de uma “guerra civil unilateral contra o bolchevismo“.
Mas, apesar disso, Trotsky persistiu em sua luta para construir a Oposição de Esquerda, e depois a Quarta Internacional, a fim de preservar as ideias e tradições autênticas de Marx, Engels e Lenin. A CMI é a herdeira desse legado.
“É fácil matar um homem ou uma mulher”, concluiu Alan. “Mas é impossível matar uma ideia cujo tempo chegou. Camaradas, 80 anos após a morte de Trotsky, ainda estamos aqui”.
A reunião foi encerrada com um vídeo ao som da Internacional: o mesmo hino da luta operária cantado pelos presos de Vorkuta quando toda a esperança parecia perdida. Esses mártires de nosso movimento deram suas vidas na luta por um mundo melhor, e Leon Trotsky paira sobre todos eles.
Se você se inspira no sacrifício de Trotsky e está determinado a derrubar este podre sistema capitalista, então o encorajamos a se juntar a nós!
TRADUÇÃO DE FABIANO LEITE.
PUBLICADO EM MARXISMO.ORG.BR