Atos de apoio à Revolução Árabe reúnem centenas em São Paulo

No dia 11, pela segunda vez, centenas se manifestaram em apoio à Revolução nos países árabes. Mubarak tinha acabado de renunciar e o ato foi de solidariedade ao povo egípcio e ao mesmo tempo, comemoração por essa primeira vitória.

A primeira manifestação, em 4 de fevereiro, reuniu cerca de 300 pessoas na Rua 25 de março, tradicional ponto de comércio popular com muitos comerciantes de origem árabe no centro de São Paulo.

No segundo ato, na Av. Paulista, apesar da chuva, mais de 200 pessoas se manifestaram novamente. Estiveram presentes em ambas atividades dirigentes da CUT e lideranças do PT, entre eles o Deputado Estadual Adriano Diogo e organizações árabes: Frente Democrática em defesa do Povo Palestino e Movimento Palestina Para Todos, além de vários sindicalistas e militantes de organizações de esquerda.

Gritavam-se palavras de ordem como: “FORA MUBARAK”; “O povo egípcio é meu amigo! Mexeu com ele mexeu comigo!” e “Tunísia, Egito é a Revolução. Treme imperialismo, o povo disse não”.

Para a advogada Luciana Cury, de 49 anos, não existe a possibilidade de se esperar uma transição moderada. “Agora não existe outra forma que não uma revolução”, afirma em declaração ao portal G1 da rede Globo.

A manifestação da Rua 25 de Março percorreu várias ruas do centro, ganhou a simpatia da população e vários comerciantes abaixaram as portas para apoiar a manifestação.

Realizada no dia da renúncia de Mubarak, a segunda manifestação da Av. Paulista, principal centro financeiro do país, novamente colocou a discussão de solidariedade internacional dos trabalhadores e a esperança da continuidade da Revolução.

A Esquerda Marxista que ajudou na convocação do ato, distribuiu convite para um debate sobre a revolução dos povos árabes e uma declaração em apoio á revolução no Egito, Tunísia e países árabes (trechos):

“ Um vento revolucionário derrubou o governo da Tunísia, colocou em xeque mate o regime ditatorial de Hosni Mubarak no Egito e trouxe a ação revolucionária das massas oprimidas e exploradas para o centro da atenção dos trabalhadores de todo o mundo.

Milhões de manifestantes em vários países árabes saem às ruas por emprego, liberdade e contra os cortes nos direitos trabalhistas.

O grande revolucionário e dirigente da Revolução Russa de Outubro de 1917, Vladimir Ulianov Lênin, já explicou há muito tempo quais as condições para uma revolução, que podemos resumir: Os de cima já não conseguem dominar como antes e os de baixo não querem mais viver como antes; agravamento da miséria e das condições de vida e, finalmente, as massas emergem no cenário político como um vulcão que há pouco parecia estar adormecido.

(…)

Nós, militantes do PT e da CUT, sabemos a importância da solidariedade internacional com a luta dos trabalhadores e da juventude. Estamos juntos no apoio e solidariedade revolucionária à luta no Egito, Tunísia e nos países árabes! Temos certeza que essa é a posição de todos os socialistas e de todos que defendem a democracia. Estaremos juntos com todos os trabalhadores e a juventude, com suas organizações, na defesa da revolução nos países de língua árabe e pela autodeterminação dos povos.”

Nos congratulamos com a felicidade dos manifestantes revolucionários da praça Tahrir no Cairo, sabemos que a junta militar que assumiu o poder foi sustentáculo do regime de Mubarak, sabemos das enormes dificuldades, mas temos confiança nos sindicatos que surgiram em meio à revolução e organizando heróicas greves. Foi um dos fatores determinantes para a derrubada do ditador. Por isso afirmamos: A revolução ganhou a primeira batalha! A revolução continua!

Hoje (12/02) vemos as notícias do início de grandes manifestações no segundo maior país árabe da África, a Argélia. Milhares de manifestantes enfrentaram a polícia na capital Argel, exigindo a queda do presidente Bouteflika.

Parece que a cada dia o vento revolucionário sopra com mais força nos países árabes.
Fazemos nossa a palavra de ordem de um cartaz empunhado ontem durante a comemoração revolucionária no Cairo: “Revolução até a vitória”!

Viva a Revolução do Egito!
Viva a luta do povo Argelino!
Viva o Socialismo!
Viva a unidade internacional dos trabalhadores!

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