Barrar os cortes do FIES, defender a permanência, apontar a luta por vagas para todos nas públicas

Apesar das vagas dos alunos usuários do Fies estarem mantidas por enquanto, contradições do programa e ameaças à permanência estudantil continuam.

Foto: Manifestações estudantis ocorreram em São Paulo e em outras cidades

O Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), parte integrante do rol de programas educacionais que foram alavancados a partir do governo Lula, está definhando e ameaçou deixar muitos estudantes fora da universidade até ser aprovado dia 18.

Os dados do ensino superior no Brasil mostram que, até 2014, 60% dos alunos da rede privada de ensino superior não conclui o curso em até cinco anos. Isso em um período em que o Fies ainda estava em seu auge. Em 2015, novas regras foram estabelecidas para contratação do Fies e os novos contratos caíram de 732 mil do ano anterior para 287 mil.

Na medida que a crise econômica se aprofundou, os recursos de programas sociais e os cortes foram mais profundos. E o que foi iniciado por Dilma, Temer está dando continuidade.

Com o atraso nos repasses nos últimos meses, milhares de estudantes estavam incertos se poderiam continuar ou não estudando. Houveram manifestações diante disso, mas não conseguiram ter alcance nacional e unificado. O motivo para deputados e senadores aprovarem o projeto foi o lobby dos grandes grupos educacionais, principalmente os grupos Kroton-Anhanguera e Estácio, que detém mais de 50% das vagas financiadas através do Fies.

No meio dessas “desmedidas”, está o estudante refém de um programa que no seu auge esteve longe de sanar o problema do acesso ao ensino superior. A universidade continua sendo uma realidade restrita para a maioria dos jovens que concluem o ensino médio. E agora 25% dessa parcela que consegue acessar o ensino superior não sabe se poderá continuar.

Nossa defesa é do ensino público, gratuito e para todos. Programas como o Fies, ProUni e outros que se propõe tão somente a amenizar o problema real são tão úteis quanto uma peneira para se proteger do sol. Nossa tarefa imediata consiste em combater qualquer corte nos recursos públicos da educação, defender a permanência nos estudos de todos os estudantes usuários do Fies, apontar ao movimento a bandeira de vagas para todos nas universidades públicas e cobrar a estatização das universidades em crise ou que se sustentem com dinheiro público.