Na última quarta-feira (05/06/2013) a comitê brasileiro da campanha Tirem as Mãos da Venezuela (TMV) realizou na Universidade Federal de São Carlos (campus de São Carlos) o debate “A revolução Venezuelana em perigo”. Na mesa do debate, que contou com a participação de 49 pessoas dentre estudantes e pesquisadores.
Estiveram presentes os companheiros Alexandre Mandl da campanha TMV, do Movimento das Fabricas Ocupadas, da Flaskô (fabrica sob controle operário em Sumaré) e da Esquerda Marxista. Também esteve presente o companheiro Pedro Bocca do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), da Articulação Continental dos Movimentos Sociais da Alba e da Consulta Popular. A mesa também contou com o professor do departamento de Educação da UFSCar, o professor João dos Reis Silva Junior, líder do Grupo de Pesquisa em Economia Política da Educação e Formação Humana.
Durante sua exposição o companheiro Alexandre falou sobre o histórico da revolução venezuelana, desde o surgimento de Chávez na vida politica até sua transformação na liderança mais resoluta do processo bolivariano. Por haver vivido na Venezuela e ter estado presente durante as eleições que deram o mandato a Maduro, o companheiro trouxe valiosos elementos sobre o estado de ânimo dos trabalhadores e discutiu como os setores burocráticos do PSUV (Partido de Chávez e Maduro; PSUV: Partido Socialista Unificado da Venezuela) se tornaram verdadeiros obstáculos para que a revolução possa avançar e colocar a economia sob o controle da população. Por causa da recusa em romper totalmente com a burguesia e após a perda da principal liderança da revolução bolivariana, o PSUV ameaça enfraquecer-se ao passo que a direita golpista começa a tentar desestabilizar o país.
O companheiro do MST traçou uma retrospectiva da história latino-americana ressaltando o caráter reacionário da classe dominante desses países desde o período colonial e discutindo como essa estrutura politica pouco mudou desde então. Ele destacou o papel dos movimentos populares surgidos na América Latina em mudar essa lógica e enfatizou a importância de defender esse protagonismo popular e suas lideranças, como o governo democrático de Maduro, para evitar retrocessos.
O professor João do Reis falou do caráter populista dos atuais governos de esquerda latino-americanos apontando as perspectivas que eles têm em se manter no poder levando em consideração, tanto as suas atuais politica, como seu apoio institucional. Ele também fez um paralelo entre o “Lulismo” e o “Chavismo”.
A atividade foi capaz de trazer importantes elementos sobre o atual contexto latino americano e ampliar o círculo de solidariedade ao redor da revolução bolivariana. Nos diferentes pontos de vista representados, em comum, havia a certeza do papel protagonista que os trabalhadores vêm tomando na política na América Latina e da importância de aprofundar esse processo de democratização da sociedade. Nós defendemos que para isso é necessário colocar a economia sob o controle direto dos trabalhadores e a serviço do bem estar da população. É preciso romper decididamente com a burguesia e dar um caráter socialista à revolução venezuelana.
Viva a luta internacional dos trabalhadores! Viva à revolução bolivariana!