Mesmo identificando-se como componentes da Povo Sem Medo, os marxistas apontam problemas nos rumos dessa frente de mobilização.
Lançada em outubro de 2015, a Frente Nacional de Mobilização Povo Sem Medo (FPSM) surgiu como alternativa à esquerda da Frente Brasil Popular. Trata-se de uma Frente para reunir as organizações e militantes que combatem as medidas de austeridade e ataque às liberdades democráticas.
Com a eminência da queda de Dilma, o que se viu foram convocatórias em defesa da democracia, mas os atos acabaram sequestrados pela palavra de ordem “Não vai ter golpe” e a defesa do mandato de Dilma, mesmo com todos os ataques desferidos que tiveram como cereja do bolo a Lei Antiterrorismo.
Em meio à nova situação política, a FPSM convocou um seminário com as forças que a compõe e mudou qualitativamente a organização da Frente. E o que nasceu como frente de mobilização se propõe a instituir um aparato centralizado nacional com caráter político e organizativo que não tem a ver com seus objetivos iniciais.
Os marxistas seguem participando da FPSM como apontamos em seu lançamento: “A este manifesto e a esta frente de luta nos somamos. É neste combate que a Esquerda Marxista acredita que se forjará uma nova vanguarda na juventude e na classe trabalhadora capaz de mobilizar e organizar para derrotar a política do Capital”.
Contudo, ressaltamos a necessidade de a Povo Sem Medo preservar o caráter de frente unitária de ação de movimentos sociais. E isso é de responsabilidade maior de Guilherme Boulos e do MTST.
Artigo publicado na edição 89 do jornal Foice&Martelo, de 2 junho de 2016.