Editorial da edição nº 20 do Jornal Luta de Classes.
Os capitalistas não sabem mais para onde correr diante da brutal crise econômica que se espalha pelo mundo. Obama anuncia um pacote de US$ 1 trilhão para extrair os ativos podres dos bancos. Os países do G-20 (grupo que reúne as principais economias do mundo) anunciam que vão arrecadar entre seus membros de US$ 1,1 trilhão a U$5 trilhões para injetar na economia. Na verdade, mais dinheiro para banqueiros, especuladores e empresários.
Os EUA imprimem moeda sem lastro para aplicar no seu pacote, mas com isso vem a inflação e a desvalorização do dólar. Calcula-se que até agora, no mundo todo, US$ 12 trilhões foram despejados para tentar estancar essa crise, sem efeito. Pouco antes da reunião do G-20, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) apresentava mais números desagradáveis, projeção de queda no comércio de 13% em 2009 e a constatação de retração das principais economias. Os EUA com queda de 10,8% no mês de janeiro. O Brasil chega perto, com queda de 10,14% no mesmo mês.
A solução dessa crise, para a burguesia, é jogar a conta nas costas da classe trabalhadora. Mas em todo o mundo, mobilizações mostram que estamos buscando a nossa solução. Só nos últimos dias foram 55 mil se manifestando na Alemanha, 15 mil em Viena e 3 milhões na França com a greve geral. Mais de 35 mil protestaram na Inglaterra antes da reunião do G-20 e na Grécia outra greve geral com mais de 50 mil nas ruas. Novas ocupações de fábrica na Irlanda e no Canadá. Enquanto na América Latina, mais um país é arrastado pelo vento revolucionário: El Salvador, com a eleição do candidato de esquerda, Mauricio Funes, para presidente.
Por aqui, Lula, “o cara” que Obama ama, eleito para governar para os trabalhadores, prefere salvar os empresários, não apresenta nenhuma medida concreta para barrar as demissões e acha muito chique emprestar dinheiro para o FMI. Resultado da coalizão com a burguesia, coisa que sempre criticamos, e que está no centro do combate de nossa tese para o Processo de Eleições Diretas do PT. Para o povo sobram retiradas de direitos e demissões, que chegam a 800 mil entre os meses de novembro e janeiro. A popularidade do presidente começa a cair e as mobilizações voltam à cena.
Chegou a nossa hora companheiros! Por pressão da base, o dia 30 de março foi de luta unificada em todo o Brasil. O 1o de Maio se aproxima. O governo Lula não toma nenhuma medida para defender os trabalhadores. É hora de começar a discutir a preparação de uma greve geral. A CUT tem que exigir do governo uma Medida Provisória que proíba as demissões e que a empresa que demitir, deve ser estatizada e colocada sob o controle dos trabalhadores.
A Esquerda Marxista liga cada luta diária à necessidade da completa transformação dessa sociedade. Só a mobilização, a organização e a revolução socialista são uma saída positiva para a classe trabalhadora. É preciso um mundo livre das amarras capitalistas e de crises que jogam milhões na miséria. Junte-se a nós nesse combate!