Nuvens de tempestade estão se formando sobre o Oriente Médio enquanto Israel, apoiado pelas potências imperialistas ocidentais, empurra a região cada vez mais a uma guerra regional devastadora, ressaltando mais uma vez a encruzilhada posta diante da humanidade: socialismo ou barbárie.
Nas duas primeiras semanas de sua agressão contra o Líbano, o exército israelense bombardeou mais de 3.600 locais em todo o país, matando pelo menos 1.800 pessoas e ferindo mais de 10 mil, a grande maioria dos quais eram homens, mulheres e crianças que não tinham nada a ver com o Hezbollah. Até agora, quase um milhão de pessoas de uma população total de 6 milhões tiveram que fugir de suas casas, adicionando enormes tensões a um país que já está assolado por profundas crises sociais e econômicas.
O bombardeio israelense já transformou a Faixa de Gaza em escombros. Dezenas de milhares de palestinos foram mortos, centenas de milhares mutilados e milhões deslocados. O regime sionista está prometendo abertamente agora um destino semelhante para o Líbano.
Eles desencadearam uma campanha de terror sem precedentes sobre o povo palestino e libanês. Eles realizaram ataques terroristas com pagers e walkie–talkies no Líbano, resultando em dezenas de mortes e milhares de feridos. Em Beirute, eles assassinaram Hassan Nasrallah, o chefe do Hezbollah, o maior partido político do Líbano. Em Teerã, eles assassinaram Ismail Haniyeh, o chefe do Hamas, o partido governante em Gaza.
É importante ressaltar que, no momento de suas mortes, ambos os homens estavam conduzindo negociações de cessar-fogo com Israel. Na Síria, Israel bombardeou continuamente locais em áreas controladas pelo governo, matando centenas de pessoas e assassinando uma série de autoridades iranianas, libanesas e sírias. Eles também bombardearam o Iêmen, enquanto ameaçavam atacar alvos em qualquer lugar da região.
“Autodefesa” é como os agressores israelenses, com sua arrogância cínica, chamam tudo isso. E sua mensagem é repetida por políticos e pela mídia ocidentais. Claro, qualquer pessoa honesta pode ver o que há por trás dessa mentira. As ações de Israel provocam repulsa entre trabalhadores e jovens em todo o mundo.
De um lado, temos uma das forças armadas mais avançadas tecnologicamente, totalmente apoiada pelo imperialismo dos EUA, a potência militar mais forte do mundo. Do outro lado, temos o povo palestino e libanês, que — como os próprios estrategistas israelenses nunca hesitam em apontar — possuem capacidades militares muito inferiores e forças armadas muito menores.
O nível de morte e destruição que Israel desencadeou no Líbano e em Gaza superou em muito o que o Hamas ou o Hezbollah já fizeram em resposta. E, no entanto, em contraste descarado com sua defesa da barbárie israelense, a mídia ocidental destaca e condena cada ação dos palestinos, do Hezbollah no Líbano ou do Irã. Virando toda a realidade de cabeça para baixo, eles apresentam as vítimas da agressão como os agressores.
Eles continuam a ignorar a verdadeira raiz do conflito, as décadas de opressão implacável dos palestinos que foram violentamente expulsos de sua terra natal, amontoados em campos de refugiados e que tiveram cada vez mais suas terras sistematicamente tiradas deles. Da mesma forma, pouca menção é feita às guerras passadas de Israel no Líbano e ao fato de ter ocupado o país por 15 anos até o ano 2000.
Que não haja dúvidas sobre a posição dos comunistas revolucionários. Estamos firmemente do lado do povo oprimido e contra o imperialismo israelense e norte-americano. Damos apoio inequívoco ao povo palestino em Gaza, na Cisjordânia e em toda a região. Estamos do lado do povo libanês, bem como dos povos do Irã, Iraque, Síria e Iêmen, que também têm sofrido ataques israelenses. Eles têm todo o direito de se defender contra a agressão israelense.
O regime israelense e as potências ocidentais que o apoiam são inimigos dos trabalhadores e da juventude do Oriente Médio. Eles têm causado estragos na região por mais de um século, mantendo-a esmagada sob a bota da opressão imperialista bárbara.
A ordem “baseada em regras”
À medida em que as tropas terrestres israelenses cruzam a fronteira para o sul do Líbano, fica claro que uma invasão muito maior está começando a tomar forma. A mídia, no entanto, está nos dizendo que o exército de uma nação se movendo para os territórios de outra não é realmente uma invasão. Eles dizem que é apenas uma “incursão terrestre limitada” e um ato de “autodefesa”.
Quando a Rússia entrou na Ucrânia, as potências ocidentais estavam se esforçando para condenar o que falsamente descreveram como uma “invasão não provocada”, ignorando convenientemente as constantes provocações da Otan contra a Rússia. Mas onde está a condenação de Israel quando invade não uma, mas duas nações no curso de 12 meses, e bombardeia e ataca outras três, até mesmo usando métodos terroristas?
Quando áreas civis na Ucrânia são atingidas por bombas russas, não falta indignação contra a Rússia e Vladimir Putin na imprensa ocidental. E, no entanto, Israel matou muito mais civis no curso de um ano do que a Rússia no curso de dois anos e meio de guerra.
Quando Israel assassinou Hassan Nasrallah, suas bombas primeiro tiveram que atravessar um bloco residencial de seis a oito andares, reduzindo-o a escombros antes que pudessem penetrar mais profundamente no solo para chegar à sede do Hezbollah. O resultado foi a demolição total de uma área urbana maior que um campo de futebol, deixando centenas de famílias mortas sob os escombros. Eles não tiveram chance de escapar enquanto as bombas choviam sobre eles no meio da noite. Claro, pouco ou nada disso foi destacado na imprensa ocidental. Na verdade, a ação foi aplaudida pelos EUA e seus aliados!
Perto de 2 mil civis libaneses já foram mortos por bombas israelenses, e o número está crescendo a cada dia que passa. Os perpetradores desse massacre nem tentam esconder sua alegria ao ver essa carnificina terrível. Em dezembro passado, o próprio Netanyahu ameaçou que Israel iria “transformar sozinho Beirute e o sul do Líbano, não muito longe daqui, em Gaza e Khan Yunis”. Ele e outros altos funcionários israelenses repetiram essa declaração em várias ocasiões desde então.
Trabalhadores e jovens ao redor do mundo questionam com razão: por que não há indignação sobre tudo isso? Onde estão as condenações oficiais? Onde está a cobertura da imprensa? Onde estão os editoriais indignados e os discursos inflamados sobre a inviolabilidade da soberania nacional e das sacrossantas vidas civis?
Se a reação à guerra na Ucrânia fosse uma referência, então certamente Hassan Nasrallah ou outros altos oficiais libaneses deveriam ter sido tratados como heróis nacionais defendendo sua terra natal contra o agressor estrangeiro. Eles deveriam ter voado direto para a Europa e os EUA, viajando de parlamento em parlamento, recebendo bilhões de dólares em ajuda militar e financeira para combater a agressão israelense – “pelo tempo que fosse necessário”.
Todos sabemos porque isso não aconteceu. É porque Nasrallah e as centenas de civis inocentes que viviam acima da sede do Hezbollah foram assassinados a sangue frio com a ajuda de 80 bombas JDAM de destruição de bunkers fornecidas pelos EUA. Em vez de expressar indignação, todos os líderes ocidentais atacaram o Hezbollah por usar civis como “escudos humanos”. Ou seja, eles culparam o Hezbollah pela matança israelense de civis com armas ocidentais.
E o que acontece quando o Hamas, o Hezbollah ou o Irã revidam o fogo contra Israel? Isso é apresentado como legítima defesa justificada? Claro que não. Toda a máquina histérica da mídia é acionada contra os chamados iranianos bárbaros, o Hezbollah e assim por diante.
Na realidade, apenas um pequeno número de indivíduos foi morto por bombardeios dentro de Israel no ano passado. De acordo com a Anistia Internacional, mesmo antes do bombardeio atual começar, o número de mortos no Líbano por disparos rotineiros de foguetes israelenses era de 589. Em comparação, apenas 34 pessoas foram mortas por disparos de foguetes do Hezbollah dentro de Israel. Na semana passada, os números de vítimas libanesas dispararam, enquanto do lado israelense apenas um punhado foi morto.
Em contraste com Israel, que conscientemente alvejou áreas civis, até agora, os mísseis iranianos não o fizeram. No entanto, agora se fala em impor mais sanções ocidentais ao Irã por ousar revidar contra Israel. Israel, por outro lado, foi recompensado com um pacote de ajuda militar de US$ 8 bilhões no início deste ano pelo governo dos EUA.
Na realidade, o “direito de Israel de se defender” não significa nada além do direito de Israel de intervir em qualquer lugar que desejar, por qualquer meio que desejar, com total impunidade, para bombardear, atirar, matar de fome e punir qualquer um. E aqueles que ousam se defender e lutar contra esses ataques são rotulados como inimigos e terroristas, ou pior. Esta é a aplicação da chamada “ordem baseada em regras” às condições particulares no Oriente Médio.
E em que consiste essa “ordem baseada em regras”? – pode-se perguntar. O que é essa ordem internacional mítica de governo “democrático” e “valores ocidentais”? Há apenas uma regra nessa “ordem baseada em regras”, a saber: o que for do interesse do imperialismo americano deve ser realizado sob quaisquer circunstâncias. Se os EUA, ou seus aliados na Grã-Bretanha, França e Israel decidirem bombardear ou invadir um determinado país, eles podem fazê-lo, e as vítimas não devem nem mesmo tentar se defender contra tal agressão. Qualquer um que se oponha é automaticamente um inimigo do Ocidente e sujeito a condenação, sanções e ataques, conforme o imperialismo americano julgar necessário.
Quem é contra a paz?
Após meses de ataques e provocações, em 2 de outubro o Irã finalmente respondeu às inúmeras provocações de Israel com uma saraivada de 180 mísseis direcionados a várias instalações militares e de inteligência.
Previsivelmente, o primeiro-ministro britânico Keir Starmer, sempre ansioso para mostrar sua subserviência ao imperialismo dos EUA, ficou firmemente do lado de Israel, dizendo que “condena totalmente essa tentativa do regime iraniano de prejudicar israelenses inocentes, de escalar essa situação incrivelmente perigosa e empurrar a região cada vez mais para perto do abismo”. A vice-presidente dos EUA Kamala Harris seguiu o exemplo, dizendo: “Estou consciente de que o Irã é uma força desestabilizadora e perigosa no Oriente Médio”, acrescentando: “Sempre garantirei que Israel tenha a capacidade de se defender contra o Irã e as milícias terroristas apoiadas pelo Irã”.
Lendo tais declarações, temos a sensação de que fomos transportados para algum universo paralelo bizarro. Aqui você tem um regime israelense que matou dezenas de milhares de pessoas e destruiu as vidas de milhões de outras, um regime cujo primeiro-ministro não faz segredo de estar preparado para arrastar toda a região para uma guerra, e ainda assim é o Irã que é pintado como uma força obscura e demoníaca com a intenção de desestabilizar toda a região.
Na verdade, durante todo o ano passado, foi o Irã que demonstrou extrema contenção. Por dois meses após o assassinato de Haniyeh em Teerã, os iranianos não retaliaram. O Hamas também aceitou um acordo de cessar-fogo proposto pelo Ocidente. Mas sempre foi Benjamin Netanyahu quem repetidamente sabotou tais tentativas de pôr fim à guerra. No Líbano, conforme relatado pelo primeiro-ministro libanês, o próprio Hassan Nasrallah concordou com um acordo de cessar-fogo com Israel apenas algumas horas antes de Israel assassiná-lo.
Além disso, o presidente iraniano Pezeshkian expressou em várias ocasiões que o Irã estava pronto para negociações de paz e preparado para fazer um acordo com o Ocidente e com Israel para estabilizar a região. Na verdade, ele declarou que os EUA e o Ocidente lhe prometeram um cessar-fogo em Gaza e um retorno ao acordo nuclear iraniano se o Irã se abstivesse de retaliar. Ele foi tolo o suficiente para acreditar nas promessas de Biden. Está claro para qualquer um que Benjamin Netanyahu não está interessado em paz.
O fato é que, após um ano de luta em Gaza, Israel não atingiu nenhum de seus objetivos de guerra declarados, a saber: a libertação dos reféns e a eliminação do Hamas. Apenas um mês atrás, depois que Netanyahu manobrou descaradamente, mais uma vez, para sabotar a última tentativa de um acordo de cessar-fogo, sua popularidade estava em declínio, e ele enfrentou protestos em massa e até mesmo uma greve geral. Ele está muito consciente do fato de que, se perdesse o cargo de primeiro-ministro, seria levado ao tribunal para enfrentar sérias acusações de fraude. Para permanecer no cargo, ele precisa, portanto, continuar a guerra e, de preferência, arrastar os EUA para ela. E ele tem a intenção de permanecer no poder custe o que custar.
Os imperialistas dos EUA e seus fantoches na Europa, inflados com seu próprio orgulho e arrogância, não estão dispostos a dar o menor passo que possa parecer fraqueza de sua parte. Portanto, eles estão seguindo Netanyahu por esse caminho catastrófico. Eles fazem discursos sobre cessar-fogo e a necessidade de estabilidade, mas no final Netanyahu sabe que eles ficarão do lado de Israel, que é seu único aliado sólido no Oriente Médio.
Com isso em mente, após dias de idas e vindas com as potências ocidentais sobre um possível cessar-fogo, Netanyahu subiu ao palco da Assembleia Geral da ONU com uma mensagem ao mundo: “Não há lugar no Irã que o longo braço de Israel não possa alcançar e isso é verdade para todo o Oriente Médio.” Aqui tínhamos a verdadeira voz da classe dominante sionista de Israel. Foi uma declaração de guerra contra qualquer um no Oriente Médio que ouse ficar no caminho do regime sionista; Israel deve ter permissão para expandir, intervir e interferir em qualquer lugar da região.
Nesse contexto, a crescente influência do Irã e seus aliados se tornou um obstáculo aos objetivos da classe dominante israelense. Portanto, o Irã, o Hezbollah e qualquer outro de seus aliados devem ser punidos e espancados até a submissão, sem nenhuma preocupação com as vidas que são perdidas no processo, ou as gerações que terão que pagar o preço por tais ações.
Uma guerra com o Irã teria consequências catastróficas não apenas na região, mas globalmente. Poderia facilmente se espalhar para outros países no Oriente Médio e envolver diretamente o próprio imperialismo dos EUA. Na verdade, é precisamente para isso que Netanyahu tem trabalhado. Ele está enganado, no entanto, em pensar que isso lhe garantirá a vitória. Longe disso.
O fato de que os americanos estão agora claramente intervindo do lado de Israel terá consequências muito sérias. É claro que a Rússia vem desenvolvendo relações estreitas com Teerã e, sem dúvida, virá em auxílio do Irã de uma forma que não podemos prever com qualquer grau de precisão, mas sem dúvida terá uma influência muito decisiva nos eventos.
Claro, é impossível saber o grau de envolvimento russo nesta fase do conflito. No entanto, parece provável que o recente ataque de mísseis pelo Irã — que foi muito mais devastador do que a imprensa israelense e ocidental estão admitindo — contou com a assistência da inteligência russa e, especificamente, de satélites que são muito mais sofisticados do que qualquer um que os iranianos possuem atualmente. Se for esse o caso, constituiria um aviso muito sério tanto para a camarilha governante israelense quanto para os belicistas em Washington.
Este fato, muito mais do que os protestos hipócritas que emanam de Washington de que os EUA são “pela paz”, pode muito bem obrigar Netanyahu a pensar duas vezes antes de lançar uma guerra total contra o Irã.
Há outros fatores que os imperialistas precisam levar em consideração. O conflito pode se desenvolver de forma imprevisível, desestabilizando um país após o outro. Além disso, o Irã agora tem um poderoso incentivo para acelerar seu programa de pesquisa nuclear e desenvolver armas nucleares. Agora está claro para os líderes iranianos que esta seria a única garantia real contra um ataque ao Irã pelo Ocidente ou Israel.
A economia mundial sentiria imediatamente as ondas de choque. Os preços do petróleo subiram 5% na manhã de sexta-feira, minutos após a notícia de que o governo Biden estava “em discussão” com o governo israelense sobre um possível ataque retaliatório conjunto contra o Irã. Isso não é nada comparado ao que poderia acontecer se o fornecimento de petróleo do Golfo Pérsico fosse interrompido. Israel já levantou a possibilidade de atacar instalações de petróleo ou nucleares no Irã. Os iranianos, por sua vez, ameaçaram atacar instalações de petróleo no Golfo em retaliação.
Se suficientemente ameaçado, o Irã também tem a capacidade de fechar o estreito de Ormuz, por onde passa 20% do petróleo do mundo. Os Houthis no Iêmen também podem restringir o transporte marítimo pelo estreito de Bab-el-Mandeb, por onde passa 30% do tráfego mundial de contêineres.
As consequências de tudo isso seriam catastróficas para a economia mundial, que já está à beira da recessão. Ela poderia ser empurrada para uma crise aguda, com inflação disparando, cadeias de suprimentos sendo interrompidas, fábricas fechando e desemprego aumentando dramaticamente. O sofrimento se estenderia muito além das fronteiras do Oriente Médio. Os trabalhadores e pobres do mundo inteiro seriam solicitados a pagar pelas aventuras assassinas dos imperialistas.
A potencial morte e destruição enfrentadas por milhões de seres humanos não é preocupação de Netanyahu ou da classe dominante israelense raivosa que agora se alinhou atrás dele. O mesmo vale para os imperialistas ocidentais que continuam a fornecer ao exército israelense dinheiro, armas e apoio militar direto.
A máscara “democrática” da classe capitalista caiu, revelando sua verdadeira face: ou seja, a de uma classe que prefere arrastar a humanidade para o abismo da barbárie a desistir de seus próprios interesses estreitos. Isso confirma o que os comunistas sempre disseram: que a encruzilhada a que a humanidade se defronta é socialismo ou barbárie.
Lute contra o imperialismo, lute contra o capitalismo
Não é preciso ir muito fundo para ver as ideias racistas supremacistas inerentes à retórica sionista, um racismo que é refletido na imprensa ocidental. De acordo com essa visão, o povo muçulmano do Oriente Médio é primitivo, atrasado e reacionário por sua própria natureza.
Mas os eventos atuais revelam mais uma vez o verdadeiro estado das coisas: que é o imperialismo a principal fonte de reação na região. Mais do que tudo, é o imperialismo ocidental a principal fonte de reação, que por décadas tem se intrometido e instigado guerras e conflitos sectários, que tem retido à força o desenvolvimento econômico da região, mantendo-a em um estrangulamento de atraso e pobreza, enquanto ao mesmo tempo fornece a Israel todo o investimento e ajuda necessários para transformá-lo em uma poderosa potência capitalista na região.
Os sionistas justificam suas ações alegando que estão lutando pela segurança dos judeus em Israel. Mas o que eles realmente têm buscado é uma política de colonização cada vez maior de terras palestinas e um estado de conflito quase permanente. Ao fazer isso, eles não construíram um porto seguro para os judeus de Israel. Pelo contrário, eles construíram uma armadilha para eles, uma armadilha que eles usam para manter de pé seu próprio governo, privilégios e lucros.
Enquanto a classe dominante israelense permanecer no poder, não haverá paz e harmonia para os povos do Oriente Médio. O regime sionista, por sua vez, é meramente um posto avançado do imperialismo ocidental. Sem o apoio financeiro, diplomático e militar total dos capitalistas ocidentais, o exército israelense não poderia se manter por muito tempo.
As mesmas pessoas que exploram e oprimem a classe trabalhadora no Ocidente também estão por trás das guerras intermináveis e guerras civis no Oriente Médio. Só precisamos olhar para as guerras no Iraque (1990-91 e 2003-11) e no Afeganistão (2001-21); a guerra civil na Síria que começou em 2011 e continua até hoje; a bárbara guerra civil no Iêmen que começou em 2014; as guerras passadas no Líbano; junto com as décadas de massacre contra os palestinos.
Em todas elas, vemos o envolvimento, de uma forma ou de outra, das potências ocidentais. Em última análise, são elas que têm a responsabilidade por todos esses conflitos.
Converta a guerra imperialista em guerra de classes
As mesmas pessoas que sempre nos dizem que não há dinheiro suficiente para educação, saúde, previdência e outros benefícios sociais, podem de repente encontrar os bilhões de dólares de que precisam para travar guerras imperialistas em lugares como o Oriente Médio e a Ucrânia. A luta contra a opressão de Israel sobre os palestinos e suas guerras com países vizinhos está diretamente conectada com a luta da classe trabalhadora no Ocidente.
Nenhuma quantidade de petições ou de linguagem radical pode pôr fim à máquina de guerra sionista. A força deve ser enfrentada com a força. E a força mais poderosa do planeta é a da classe trabalhadora, que, uma vez mobilizada, pode varrer qualquer obstáculo em seu caminho. A melhor maneira de apoiar a resistência do povo palestino e libanês, portanto, é lutar contra o inimigo em casa: as classes dominantes e seus governos nos países imperialistas.
Exigimos a cessação imediata de todo apoio a Israel, incluindo a interrupção de todas as exportações de armas! Mas não temos ilusões de que a classe capitalista implementará isso. É a classe trabalhadora e suas organizações que precisam assumir a luta. Resoluções devem, portanto, ser levantadas em todos os níveis dentro dos sindicatos que organizam locais de trabalho envolvidos na produção e comércio de armas, para impor um boicote dos trabalhadores por meio de greves e bloqueios de embarques de armas.
Ao mesmo tempo, deve ser lançada uma campanha pela nacionalização de todas as indústrias de armas sob controle dos trabalhadores. Em vez de meios de destruição, essas indústrias avançadas devem ser reequipadas para produzir bens em benefício de toda a sociedade. Em vez de tanques, podemos produzir tratores e ambulâncias. Em vez de aviões de caça, podemos investir em sistemas de transporte público eficientes.
Exigimos o fim de toda a ajuda militar a Israel e à Ucrânia. O dinheiro deve ser usado, em vez disso, para melhorias na educação, saúde e outros programas sociais em benefício da classe trabalhadora.
No entanto, não temos ilusões de que a classe capitalista tenha qualquer intenção de executar tais medidas. Seus interesses são diretamente opostos aos da classe trabalhadora, em casa e no exterior.
A guerra é parte inerente do capitalismo. O número crescente de guerras e a instabilidade geral são meramente expressões da crise do sistema. É utópico pensar que você pode erradicar guerras sem erradicar sua causa: o próprio sistema capitalista.
O que é necessário, portanto, é a preparação de um movimento de massas para derrubar os senhores da guerra que representam uma ameaça à segurança e proteção do mundo inteiro! Eles devem ser parados pelos esforços coletivos da classe trabalhadora mundial, que é a única classe que tem um interesse inerente na paz.
- Abaixo a máquina de guerra israelense!
- Abaixo os senhores da guerra no Ocidente!
- Apoio total à luta dos povos palestino e libanês contra a agressão israelense!
- Livros sim, bombas não!
- Dinheiro público para saúde e não para a guerra!
- Não à guerra, e sim à guerra de classes!
- Trabalhadores do mundo, uni-vos!