A Petrobrás é uma das poucas empresas estatais que restam no Brasil, desde a onda privatizante da década de 90. Esta empresa, rodeada por inúmeras empresas privadas, é demasiadamente pressionada: todos querem arrancar o máximo lucro de seus contratos com a Petrobras e, somando-se a isto interesses individuais e partidários, temos o caldo de cultura perfeito para a desmoralização da Petrobrás e de seus trabalhadores.
A Petrobrás é uma das poucas empresas estatais que restam no Brasil, desde a onda privatizante da década de 90. Esta empresa, rodeada por inúmeras empresas privadas, é demasiadamente pressionada: todos querem arrancar o máximo lucro de seus contratos com a Petrobras e, somando-se a isto interesses individuais e partidários, temos o caldo de cultura perfeito para a desmoralização da Petrobrás e de seus trabalhadores. Com tamanho assédio, se não houver reação, essa empresa não continuará sendo estatal.
Assim, fica muito fácil dizer que o que é público não funciona. Foram as empresas estatais que construíram a infraestrutura que deu a base para o desenvolvimento econômico do Brasil, com a construção de hidrelétricas, siderúrgicas, estradas, mineradoras, telefonia e inúmeros setores nos quais a iniciativa privada jamais se atreveria a dar o primeiro passo.
Na década de 90, a propaganda liberal ganhou força, dada a incapacidade das políticas keynesianas resolverem o problema da estagnação econômica e da crise inflacionária dos anos 80. A única saída possível parecia ser, à luz da doutrina neoliberal, a liberalização econômica e a consequente redução de direitos trabalhistas. Quase tudo foi privatizado não só no Brasil como no mundo inteiro. O governo do PT poderia ter revertido as privatizações, mas a opção por um governo de colaboração de classes impediu as reestatizações.
Os resultados concretos das privatizações significaram péssimas condições de trabalho, baixos salários, aumento da intensidade do trabalho, instabilidade no emprego, entre outras mazelas para os trabalhadores. Os baixos salários resultaram na queda dos padrões de vida da classe trabalhadora, apesar de que é, em última instância, o consumo da classe trabalhadora o principal fator que mantém a economia funcionando. A ampliação do crédito da década dos anos 2000 adiou o problema, para torna-lo mais grave hoje.
Esta é a verdadeira causa da crise econômica mundial, que estamos atravessando, e que se reflete inclusive na queda do preço do barril do petróleo, que fragiliza ainda mais a Petrobras, já que o pré-sal pode se tornar inviável no curto prazo.
A concentração da riqueza e o ataque às condições de vida da classe trabalhadora nos últimos trinta anos são uma única e mesma coisa – e esta é a causa da estagnação econômica. Privatizar a Petrobras é mais um passo rumo ao aprofundamento da crise econômica que atravessamos.
A desenfreada corrupção é só mais um elemento na equação do processo de destruição da Petrobras como empresa pública e estatal. Não será o estabelecimento de uma diretoria de Governança, nem a troca da presidente, ou a escolha de tecnocratas para gerir a empresa, que resolverão este problema.
A chaga da corrupção e a sabotagem que assolam a Petrobras só podem ser resolvidas pelos próprios trabalhadores da Petrobras. Só com o controle dos trabalhadores este quadro pode ser revertido. Exigindo a abertura dos livros da companhia e controlando cada passo do corpo gestor da empresa.
Além disso, não basta resolver os problemas da Petrobras, pois ela é uma empresa única, cercada por um mar de empresas privadas, com seus interesses privados, a assediar e sabotar a Petrobras. É por isso que é preciso reestatizar tudo que foi privatizado e estatizar, sem riscos institucionais, pelo menos uma das grandes construtoras envolvidas nos escândalos de corrupção, visto que entre elas não há concorrência e estaríamos, mantida a presente situação, sempre reféns destas construtoras, que hoje, possuem um enorme poder econômico e político.
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