Mural feito por alunos do CED 01 da Estrutural, para o Dia da Consciência Negra / Imagem: Arquivo Pessoal

Contra a repressão aos estudantes e professores em Brasília

Nas últimas semanas, os estudantes e professores da escola CED 01, localizada no bairro Cidade Estrutural, em Brasília, que hoje está sob gestão cívico-militar, vêm enfrentando mais um episódio de repressão pela PM do Distrito Federal. Para comemorar o Dia da Consciência Negra, os estudantes do 8º e 9º anos, juntamente com os professores, realizaram a colagem de cartazes pelos murais da escola. Nesses cartazes continham fotos com ícones da luta negra, expressões culturais e também manifestações em repúdio à violência realizada pela PM contra a juventude negra nos bairros proletários. Esses últimos continham charges que apontavam o caráter racista e assassino da Polícia Militar, e contra isso se iniciou uma campanha da direção militar da escola não apenas para que se retirassem os cartazes, mas também com intuito de impedir que tais temas fossem discutidos nas aulas.

Esse episódio de repressão é apenas mais um dentre os inúmeros casos que vêm ocorrendo desde que o governo do Distrito Federal permitiu que a PM interviesse no sistema de ensino. Casos de violência contra estudantes e ameaças contra professores são recorrentes. Em 2019, nessa mesma escola, a PM exigiu que um grafite em homenagem ao Nelson Mandela fosse retirado de um dos muros da escola, entretanto, a direção da escola resistiu às pressões e não retirou o grafite. Essas ações são indicativas da podridão do sistema capitalista, que só consegue oferecer mais repressão à juventude trabalhadora.

Em todos os cantos do planeta a juventude caminha para um despertar da consciência política e para ideias radicais. Cansados da pobreza e da repressão que os cercam e sem perspectiva de um futuro dentro do capitalismo, os jovens cobram uma mudança. Esse é o pavor da classe dominante! Com a desculpa de combater o crime e a violência, a PM recebe carta branca do Estado burguês para tornar a repressão cada vez mais presente nos bairros trabalhadores e perpetuar o racismo contra a juventude negra e trabalhadora. Desde a educação até a repressão de manifestações e ações culturais nas comunidades, a missão é impedir que essa juventude se eduque, que desperte politicamente, que comece a questionar o estado atual das coisas.

Nós vivemos em uma época de revolução e contrarrevolução, e nesse momento a juventude como sempre se apresentará como uma vanguarda da radicalização que vai contaminar toda a classe trabalhadora. A Esquerda Marxista e a Liberdade e Luta prestam toda solidariedade aos estudantes e professores do CED 01 da Estrutural na luta contra a repressão. Fora PM das escolas! Não ao racismo, abaixo a censura!