Vamos comemorar o centenário da Internacional Comunista e debater como reconstruir uma Internacional hoje
A classe trabalhadora, para derrotar o capitalismo, necessita de uma organização revolucionária internacional. Não existe socialismo em um só país, o capitalismo é um sistema global e a classe trabalhadora é internacional.
O combate pela Internacional foi iniciado por Marx e Engels na Liga dos Comunistas – para a qual redigiram o Manifesto do Partido Comunista (1848) – e na Associação Internacional dos Trabalhadores, a 1ª Internacional (1864).
A continuidade da batalha se deu com a 2ª Internacional (1889). A Internacional que construiu os partidos operários de massa, mas que se adaptou ao parlamentarismo e ao reformismo. Capitulou vergonhosamente ao chauvinismo, apoiando as burguesias nacionais na Primeira Guerra Mundial.
Os socialistas ao redor do mundo, que se mantiveram fiéis a uma posição internacionalista e revolucionária, impulsionados pela Revolução Russa de 1917, fundaram há 100 anos a 3ª Internacional, a Internacional Comunista (IC). As resoluções de seus quatro primeiros congressos, sob a direção de Lenin e Trotsky, são um tesouro para os revolucionários da atualidade. Entretanto, os métodos e a política da burocracia stalinista destruíram a IC, que foi dissolvida formalmente em 1943 por Stalin a partir de um acordo com os aliados imperialistas.
Para Trotsky, a IC estava morta já desde 1933. Ele inicia então o combate pela 4ª Internacional, fundada em 1938, tendo como base política o Programa de Transição. Com o assassinato de Trotsky, em 1940, os dirigentes da 4ª Internacional não estiveram à altura das tarefas após a Segunda Guerra Mundial, o impressionismo político, os métodos burocráticos e o revisionismo levado a cabo pelos principais dirigentes (Pablo, Mandel e Cannon) provocaram a explosão da 4ª Internacional (1952-53) e sua destruição.
Hoje, a discussão que se coloca é como reconstruir a Internacional Revolucionária. A Corrente Marxista Internacional e sua seção brasileira, a Esquerda Marxista, se colocam como parte desta batalha, como uma tendência do movimento operário internacional. Compreendemos que não existe, hoje, nenhuma Internacional digna deste nome, e que sua construção não passa por seitas autoproclamadas ou pela reunião de supostos grupos revolucionários. Compreendemos que uma verdadeira Internacional só poderá ser construída retomando os métodos de Marx, Engels, Lenin e Trotsky. Baseando-se no marxismo – cujas pedras programáticas fundamentais estão no Manifesto Comunista, no legado da Revolução de Outubro, nas resoluções dos 4 primeiros Congressos da IC e no Programa de Transição – para a ação na luta de classes.
A Esquerda Marxista realizará nos dias 19 e 20 de abril, na cidade de Joinville/SC, sua Escola de Quadros Nacional. Nela trataremos da origem, do legado e da destruição da IC, estudaremos as resoluções de seus quatro primeiros congressos e debateremos a necessidade de uma Internacional hoje e como construí-la.
Convidamos militantes da juventude, do movimento operário e popular, grupos e coletivos revolucionários, a participar desta discussão expondo seus próprios pontos de vista. Entre em contato conosco para organizar sua participação. O debate democrático, claro e aberto, sempre foi o método do Partido Bolchevique e da 3ª Internacional. É isto que é preciso, também, recuperar no movimento operário. É para isso que fazemos este convite.
Saudações revolucionárias,
Comissão Executiva da EM, 10 de março de 2019
CONTATO: Alex Minoru
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