De 29 a 31 de Janeiro de 2010 ocorrerá o 28º Congresso Nacional da Esquerda Marxista.
Militantes de todo o Brasil realizarão as plenárias de base em Dezembro para eleger os delegados ao 28º. Congresso da Esquerda Marxista. É esperada a participação de militantes de todas as regiões do país. Também deverá estar presente uma delegação do Secretariado Internacional da CMI (Corrente Marxista Internacional), da qual a Esquerda Marxista é a seção brasileira.
Como de costume, o Congresso será precedido da Escola de Quadros anual, de uma semana de duração. Neste ano os quadros da Esquerda Marxista estudarão 3 temas centrais: A formação econômica do Brasil; A história do Trotskysmo no Brasil de 1929 a 1979; A intervenção dos trotskystas no PT de 1980 a 2010. A proposta é que este estudo resulte em uma publicação, para 2010, com “O Programa da Esquerda Marxista para a Revolução Brasileira”, que deverá apresentar uma plataforma política com as propostas da Esquerda Marxista para a classe trabalhadora brasileira.
Em 11 de Outubro, o Comitê Central da Esquerda Marxista aprovou um informe político que já foi publicado em Boletim para os militantes e começa a ser discutido em todas as células do país.
A crise econômica mundial continua
O informe político deixa claro que, para os marxistas, a crise ainda não acabou: “Calcula-se que cerca de 15 trilhões de dólares foram despejados na economia pelos governos de todo o mundo para estancar a crise. Essa é sem dúvida a maior crise desde 1929, mas até o momento não se transformou em uma grande depressão como a de 29 e é possível que não se transforme. Isso se deve à ação do Estado e essa massiva injeção de capital que não ocorreu naquela crise para impedir fechamento de bancos e empresas. Isso possibilitou uma desaceleração na queda, em alguns países pequeno crescimento, mas imprimir dólares sem lastro, no caso dos EUA, traz a desvalorização da moeda e a inflação. Essas ações têm um limite, apenas empurram a crise mais pra frente, pois os Estados não podem fazer isso recorrentemente. Trillhões deixam de ser investidos em programas sociais. A educação e a saúde públicas sofrem cortes, as aposentadorias são atacadas. As medidas para trazer o equilíbrio econômico trazem consigo o desequilíbrio social e um déficit público gigantesco que levam países inteiros à falência. O endividamento dos Estados, em especial dos EUA, chegou a níveis nunca antes vistos. No Japão a dívida pública chega a 170% do PIB. O FMI projeta que a dívida pública dos 10 países mais ricos do mundo deve chegar a 106% do PIB em 2010 (em 2007 foi de 78%). Isso significa um aumento da dívida, em três anos, de mais de nove trilhões de dólares. É a receita para novas e maiores crises no futuro.”
O informe ainda faz uma análise da situação na América Latina que continua a ser varrida por um vento revolucionário tendo seu ponto mais elevado na Venezuela. Explica como o chicote da contra-revolução fez surgir em Honduras um movimento revolucionário e delimita o início da revolução no Irã. O informe do Comitê Central também deixa claro que hoje não há nem uma chance de ocorrer uma 3ª Guerra Mundial entre países imperialistas e que as guerras continuarão ocorrendo de maneira localizada.
O Brasil e nossas perspectivas
Na parte nacional do Informe o Comitê Central faz uma extensa análise da situação no Brasil de 2003 a 2009, do caráter do Governo Lula, do momento da crise econômica no Brasil, da situação no interior do PT, de nossa tática e da luta pela Frente Única.
O Comitê Central faz um balanço de nossa política aplicada desde o último Congresso (Jan/2008) e aponta a necessidade de corrigirmos um erro de apreciação que tem conseqüências práticas.
No 27º Congresso avaliamos que as massas já haviam feito toda a experiência com a democracia burguesa e que, portanto, haviam superado suas ilusões nas instituições burguesas. Mas erramos, pois não levamos em conta a força dos aparelhos no interior do movimento operário em alimentar as ilusões das massas na democracia burguesa. Isso havia nos levado a concluir que a colocação da “Constituinte Soberana” estava superada. No informe o Comitê Central aponta para a correção deste erro pelo 28º Congresso.
No capítulo sobre o “Método de Construção” o informe reafirma nosso acerto em continuar nossa construção no Brasil como corrente interna do Partido dos Trabalhadores. E nosso sucesso na batalha do PED 2009 tem comprovado esse acerto.
Ainda serão publicadas nos próximos Boletins Internos propostas para serem discutidas no 28º Congresso sobre: Jornal, Juventude, Formação, Finanças, Trabalho Sindical, Fábricas Ocupadas, PED, Eleições 2010, Mandatos parlamentares e Movimento Negro.
As discussões estão apenas começando, mas já está bastante claro que este Congresso promete elevar o nível teórico e político do conjunto dos militantes da Esquerda Marxista e colocará nossa organização em um novo patamar para enfrentar os embates do próximo período.