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Corregedoria absolve Juíza que emitiu sentença racista

No último dia 28/09, a Corregedoria Geral da Justiça do Paraná decidiu arquivar a reclamação disciplinar contra a juíza Ines M. Zarpelon acusada de racismo. Relembrando o fato, foram condenados 6 réus, mas somente Natan teve em sua sentença citada a sua conduta: “Seguramente integrante do grupo criminoso, em razão da sua raça“, conforme dita a sentença (a frase foi repetida 3 vezes durante a sentença).

Apesar disso a corregedoria decidiu por unanimidade pelo arquivamento da reclamação disciplinar. O jornal Folha de São Paulo do dia 29/09 cita alguns fatos bastante interessantes sobre o arquivamento:

  • A frase completa da sentença é: “seria seguramente integrante do grupo criminoso, em razão de sua raça, agia de forma extremamente discreta os delitos e seu comportamento”. Segundo o advogado da juíza, o determinante seria o “agir discreto” e não “a raça”! Ou seja, o advogado quer convencer a todos – e seguramente convenceu aos 23 desembargadores que decidiram de forma unânime – que a frase “em razão de sua raça” entrou aí quase que por acaso, sem que influísse na sentença!
  • Um desembargador negro, Dr. Aniceto, declarou que o caso deveria ser decidido com “bom senso, isenção e equilíbrio”.
  • Os juízes citaram os 25 anos de carreira da Juíza e que vários foram colegas do desembargador Luiz Zarpelon , marido da Juíza, que faleceu há um ano.
  • Houve críticas, principalmente do desembargador Clayton Coutinho, pela divulgação que a imprensa fez do fato, segundo ele, pelas conotações negativas que foram atribuídas à juíza.

Esperamos o acesso a decisão completa da corregedoria, mas o que foi mostrado na reportagem mostra como se comporta a “Justiça”. Afinal, todos os antigos colegas do desembargador Luiz Zarpelon não deveriam ter se declarado “suspeitos”, já que as normas dizem para não julgar parentes e amigos? Tudo não passou de um erro de português e a frase, repetida 3 vezes, apenas um acaso? O réu agia de forma “discreta” cometendo um crime porque era “negro”? Numa cidade onde a maioria é branca e o réu é negro ele seria escolhido para cometer um crime por ser “discreto”? Ninguém notaria um negro, ninguém acharia que ele está cometendo um crime? Em que país estes senhores vivem?

O Movimento Negro Socialista continua em campanha pela anulação da sentença e pela condenação da juíza. O termo “em razão de sua raça”, independente de qualquer “interpretação” da língua portuguesa, é e continua sendo racista!

Abaixo o racismo!

Vidas negras importam!

Anulação da sentença que condenou Natan!