Debate sobre a Venezuela na UFSC

Um debate sobre a situação política da Venezuela e as perspectivas para a Revolução Bolivariana foi organizado, na UFSC, pela Esquerda Marxista, PCB e a campanha “Tirem as mãos da Venezuela”.

Na noite de 03/04/2014, cerca de 50 pessoas compareceram no auditório do Centro de Convivência do campus Florianópolis da Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC, para participar do debate sobre a atual situação política da Venezuela e as perspectivas para a Revolução Bolivariana. O evento foi organizado pela Esquerda Marxista, PCB e a campanha internacional “Tirem as mãos da Venezuela”. A mesa foi composta pelo militante venezuelano Leonardo Badell, da campanha “Tirem as mãos da Venezuela, por Caroline Bellaguarda, militante do PCB, e por Gabriela Hoffmann, militante anarquista que vivenciou na Venezuela os avanços do governo de Chávez.

Iniciando o debate, Leonardo Badell relacionou a ação da mídia burguesa contra os movimentos sociais tanto na Venezuela como na UFSC, no caso recente da invasão da Polícia Federal no campus e a posterior ocupação da reitoria pelos estudantes. Leonardo trouxe dados do avanço na educação pública venezuelana durante o governo Chávez e explanou a questão da estatização de fábricas ocupadas pelos trabalhadores. Por fim, mencionou a escassez de produtos gerada pela sabotagem na distribuição realizada por setores empresariais e oposição.

Então foi a vez de Gabriela Hoffmann retratar a análise política venezuelana a partir da sua estada naquele país. Gabriela retratou a divergência entre dois grupos anarquistas venezuelanos: grupos anarquistas que se colocam contra o governo venezuelano e a Federación Anarquista Revolucionaria de Venezuela, FARV. Esta última apoia o governo do Partido Socialista Unido de Venezuela, PSUV, por entender que os avanços do governo Chávez são significativos e que contribuem para uma perspectiva revolucionária de emancipação da classe trabalhadora.

Em seguida, Caroline Bellaguarda defendeu à solidariedade ao governo venezuelano e debateu sobre o caráter internacionalista da revolução bolivariana, juntamente com a análise política de alguns países do cone-sul (Equador, Bolívia, Paraguai).

Após as falas da mesa, abriu-se o debate para intervenções do plenário. O público demonstrou muito interesse em conhecer mais a realidade venezuela, visto que as informações que chegam ao público são distorcidas devido aos interesses dos grandes grupos midiáticos contrários aos movimentos populares. Várias pessoas solicitaram à mesa sugestões de mídia alternativa que demonstre com mais precisão os fatos na Venezuela.

Houve um consenso de que a Venezuela possui várias contradições e empecilhos à luta popular que no Brasil, visto que ambos estão envoltos no que se chamou de ‘mar capitalista’, ambos estão submetidos às relações de desigualdade e contradições do sistema capitalista. Além disso, todos prestaram solidariedade à revolução venezuelana, convictos de que, ao sair dali, buscariam mais informações sobre o que acontece no país e formariam um grupo de solidariedade.