Nossos leitores lerão abaixo a denuncia realizada pelos companheiros sindicalistas da fábrica de sorvetes EFE, ligada ao grupo Polar na Venezuela, onde parece estar preparando ato contra a vida do dirigente sindical
Recebam uma cordial saudação por parte da direção do Sindicato Nacional de Trabalhadores Socialistas da Sorvetes EFE (SINATRASOHE).
Através do presente documento explicamos detalhadamente os fatos ocorridos na segunda-feira 21 de maio de 2012, dentro das instalações de Produtos EFE.
Um cidadão que se identificou como Alexander Zambrano, ex-funcionário da Polícia Metropolitana, portando uma arma de fogo ingressou nas instalações da empresa, demonstrando que os dispositivos de segurança interna da empresa não funcionaram, fica claro que esta realmente não garante a segurança dos trabalhadores e trabalhadoras que lá circulam todos os dias.
Observamos através do vídeo de segurança apresentado por representantes da empresa à opinião pública, que o assessor da empresa, Jesús Loreto, inicia sua intervenção anunciando que “por questões de tempo este vídeo será editado” quer dizer, indica a manipulação do mesmo, cortarão imagens e podemos prever que irão cortar partes importantes do ocorrido e que sem dúvidas aclarariam muitas perguntas.
Aquele que observa o vídeo poderá perceber que o cidadão (Alexander Zambrano) entra na empresa sem que nenhum oficial de segurança se aproxime e pergunte ao menos para onde ele se dirige. Normalmente em qualquer pessoa que ingresse por essa porta é feita uma revista corporal com um detector de metal, e se possui mochilas ou bolsas deve mostrar seu conteúdo aos vigilantes a fim de evitar qualquer ingresso de arma ou artefato que possa perturbar a segurança dos trabalhadores.
É importante observar a hora em que o cidadão se aproxima da recepção (a qual é vista no vídeo) e a hora que se aproxima do diretor, transcorre um espaço de tempo que sem dúvida não é normal para um simples anúncio ou identificação. Na verdade quando vemos esta pessoa ingressar e identificar-se, é a primeira vez que ingressou durante esse dia, porém quando se apresenta, na aproximação do diretor sindical, já é a segunda visita do sujeito que está procurando o Secretário Geral, o que se presume que houve alguém de dentro da fábrica que o avisou o cidadão da chegada do companheiro Abrahan.
Este alguém indica a Abrahan Rivas que alguém queria falar com ele. Imediatamente Abrahan sabendo que já há dias que o estavam procurando, inclusive nas proximidades da sua residência, afirma diante do estranho cidadão: “Quem é você, eu não o conheço? Não tenho nada que conversar contigo”. Imediatamente ele percebe que o sujeito portava uma arma de fogo, reage, despojando-o da mesma. Certamente, a empresa nunca apresentará neste vídeo de segurança o momento onde Rivas toma a arma do sujeito, entretanto se observa que o vigilante concentra sua atenção para o lugar onde estão acontecendo os fatos.
Uma vez tendo domínio da arma de fogo, Abraham a entrega a outro trabalhador com o propósito de resguardar a mesma e afastá-la do alcance do individuo. Como pode ser observado no vídeo, os oficiais de segurança, apesar de verem o ocorrido não chamam os corpos policiais, o que obriga aos trabalhadores informarem às autoridades para que comparecessem ao local dos acontecimentos.
Depois disso o indivíduo é colocado sob observação dos trabalhadores sem que nenhum oficial de vigilância preste colaboração. Não tendo alternativa, levam o sujeito para um lugar seguro, esperando pelas autoridades.
Mas surge uma indagação: Por que a Polícia Municipal de Chacao não foi a primeira a chegar ao lugar dos acontecimentos dado que se encontra a apenas 150 metros da fábrica de Sorvetes EFE? Será que os representantes da empresa tinham interesses de que o ocorrido não seguisse seu curso legal? Uma vez sob custódia o cidadão, estando presentes os funcionários da Guarda Nacional Bolivariana, da qual reconhecemos o excelente trabalho realizado nesse dia, do cidadão foram apreendidos seus documentos e papelada onde estavam as informações pessoais do dirigente sindical Rivas. Nos documentos estavam descritos seus dados pessoais detalhados, seu nome e o de suas filhas, esposa, mãe, irmãos, profissão de cada um deles, idades, endereço residencial, descrição do carro, religião, lugares onde transita nos dias de semana e nos fins de semana, lugares que frequenta, filiação política, e como característica importante, é descrito como: “líder da recém-criada federação classista de trabalhadores contra as empresas POLAR”.
Além disso, nos documentos e papelada do cidadão foi encontrada uma foto impressa idêntica à de seu crachá de trabalho. É importante deixar claro que este arquivo nenhum trabalhador tem acesso, somente o pessoal da alta gerência. Quando o sujeito é interrogado sobre quem lhe havia dado tais informações, ele mesmo pede que possa entrar em seu email pessoal para mostrar o arquivo anexado. Foi possível assim ser visualizada quem era a pessoa que lhe havia enviado o email
Os funcionários da GN ao perceberem que através de mensagens de texto o sujeito esta trocando informações com outro indivíduo, que nesse momento se presumia que estava fora da fábrica, dá ordem para prender o mesmo, o que foi feito e com ele apreendida uma câmera fotográfica que continha imagens da casa do companheiro e de seu veiculo. Esse sujeito estava fora a fábrica, esperando o primeiro.
De maneira irresponsável, a empresa, através de entrevista coletiva, indica que nunca houve uma segunda pessoa, portanto a mesma não apresentou o vídeo da câmera principal do quarteirão, e sim apenas o da entrada principal, o que sem dúvida chama muito a atenção. Qual é o interesse para que não se saiba a verdade? A Guarda Nacional realizou o procedimento respectivo onde os dois cidadãos foram apresentados ante o tribunal 38 de controle, o que evidencia que a suposta falsidade dos fatos ou não foi corroborada pelas autoridades competentes.
Camaradas, muito responsavelmente nos cabe dizer que o corrido dentro das instalações de Produtos EFE era um passo para o queriam realizar, pois no meio das investigações verificou-se que o sujeito possuía um telefone celular com uma fotografia do Secretário Geral, Abrahan Rivas. Suspeitamos que o objetivo fosse tirar uma fotografia de como estava vestido nesse mesmo dia.
Se coincidirmos em algo com a representação Patronal, é para que se realizem as investigações respectivas do caso, para que se determine os responsáveis intelectuais de tal ação. Rejeitamos cabalmente que se pretenda criminalizar os trabalhadores com o fim de salvaguardar o nome da empresa.
Sem dúvidas sabemos que toda esta perseguição e tentativa de agressão se deve ao fato de que nos próximos dias estará sendo discutindo nosso projeto de Convenção Coletiva (Acordo Coletivo) do qual a empresa sabe que não abandonaremos nossos direitos e que, com na luta passada, iremos à greve se for necessário para garantir a melhor qualidade de vida a nossos irmãos de luta. Faremos a luta para que se cumpram as ordens jurídicas na questão trabalhista, faremos cumprir a Nova Lei Orgânica de Trabalhadores e Trabalhadoras, esgotaremos as vias administrativas, judiciais, para que se cumpram as leis venezuelanas.
Sempre que ocorra um ato de insegurança como o que vivemos na segunda-feira dentro das instalações de Produtos EFE o denunciaremos às autoridades, à opinião pública, e a todo mundo.
Direção do Sindicato Nacional de Trabalhadores Socialistas da Sorvetes EFE- SINATRASOHE
“Os trabalhadores de Venezuela mostrarão ao mundo o que é viver em uma verdadeira Pátria Livre e Soberana”
Tradução Marília Carbonari