Desmonte da Educação Pública

Enquanto os tubarões do ensino privado engordam seus lucros. A maioria dos jovens é barrada de entrar na universidade pública.

No último dia 27 de outubro o jornal espanhol “El País” divulgou que enquanto a Bovespa fechava em queda, o único destaque era para a empresa Kroton que tinha alta de 7,88%.

A brasileira Kroton é hoje a maior empresa de educação privada do mundo.  A previsão é de que a gigante do ensino privado fature 4,7 bilhões de reais em 2014. A Kroton é um conglomerado das marcas Pitágoras, Anhanguera e outras.

Na mesma reportagem, Rodrigo Galindo, presidente da Kroton, afirma que 40% do faturamento da empresa vem de  dinheiro público, ou seja, estamos enriquecendo o senhor Rodrigo Galindo às custas da destruição de nossas escolas e universidades.

O governo federal, com o apoio de todos os entes da federação (estados e municípios), aprofunda diariamente a política de retirada de recursos públicos da educação pública e envio à iniciativa privada.

Enquanto enriquecemos a Kroton e outros grupos, o governo tenta enganar os trabalhadores e jovens com políticas de cotas e subsídios para universidades e ensino técnico. Um verdadeiro assalto aos cofres públicos e um processo de retirada de direitos, pois a continuar esta política veremos pela frente o fim da escola pública, gratuita e laica. Lembremos que esse é um direito histórico advindo ainda da Revolução Francesa.

Hoje, para entrar na universidade, o estudante precisa passar ou pelo vestibular ou pelo ENEM, os quais selecionam os “melhores estudantes”, aqueles que estão preparados para irem à universidade. Difícil entender que um estudante passe no mínimo 13 anos na escola, sob a supervisão do Estado e não esteja “preparado” para ir à universidade. Nossos jovens não estão preparados ou o Estado não quer que ele vá para a universidade?

O último ENEM teve um número recorde de participantes, com cerca de 9 milhões de inscritos, com 21,6% a mais que em 2013. Ainda não saiu o número de vagas que serão ofertadas para os 9 milhões, mas devem ficar abaixo de 10%. Destes, os mais “preparados” conseguirão ir para universidades públicas e a maioria irá para o ensino privado do tipo Kroton com bolsa de estudo. Mas afinal, por que pagamos impostos? Para enriquecer o senhor Rodrigo, ou para ver nossos filhos tendo acesso à universidade e a uma escola pública de qualidade?