Na última quinta-feira, dia 12, uma Assembleia dos Servidores Municipais decidiu pela deflagração de uma greve a partir desta quarta-feira, dia 18. Nesse meio tempo, nós, da Corrente Sindical Esquerda Marxista, estivemos com nossos colegas de trabalho, companheiros da categoria, conversando a respeito dos ataques que temos sofrido, do combate a ser travado, sempre cientes que temos que estar juntos destes trabalhadores.
As ameaças contra a previdência dos servidores municipais, com consequente redução de salário e aumento de tempo de trabalho, assim como a Reforma Administrativa, que tramita pela PEC 32 no Congresso Nacional, só podem ser combatidas com uma forte e urgente mobilização dos trabalhadores, ocupando as ruas numa grande greve de todo o funcionalismo público, que sirva de exemplo e preparação para uma greve geral de todos os trabalhadores para derrubar o governo Bolsonaro já.
Entretanto, o caminho que a direção do Sinsej tem adotado passa pela confiança exagerada nas vias institucionais, parlamentares e jurídicas. São conversas de gabinete com vereadores, ações judiciais, abaixo-assinados e, recentemente, a auditoria do Ipreville, que demonstrou a péssima gestão dos recursos dos servidores, atrasos ou falta de repasses pela prefeitura e uso de recursos para fins que não os previdenciários. No final das contas, o único efeito da auditoria foi atrasar a tramitação do Projeto de Reforma do Ipreville na Câmara de Vereadores por algumas semanas. Entretanto, a direção do Sinsej nada fez neste período para mobilizar efetivamente os servidores e construir a tão necessária greve. Ao contrário, abandonou o conselho de representantes, ignorou as críticas, não assumiu os erros e distanciou-se ainda mais da base. Hoje a categoria demonstra ainda menos confiança nessa direção que há três meses.
O resultado pôde ser visto na manhã desta quarta-feira, num primeiro ato de greve totalmente esvaziado. Ao se deparar com o fruto de seu trabalho, a direção do Sinsej sinaliza reunir o Conselho de Representantes e organizar comandos de greve às vésperas da votação da Reforma do Ipreville na Câmara.
Não podemos vender ilusões para nossos companheiros e colegas de trabalho. Este movimento capitaneado pela direção do Sinsej se espelha no exemplo visto na Reforma da Previdência estadual, na qual os sindicatos muito falaram em greve, mas sem mobilizá-la de fato.
Os ataques contra os direitos dos trabalhadores, que hoje assumem a forma da Reforma do Ipreville e da Reforma Administrativa, podem ser barrados e o caminho para isso passa pela organização dos próprios trabalhadores, fazendo uso de seus instrumentos de luta, sendo a greve um deles, mas uma greve que exista de fato, construída a partir de cada local de trabalho. Apenas com uma poderosa greve geral será possível derrubar o governo Bolsonaro já e pôr abaixo todos os ataques contra os trabalhadores, nacional e localmente.
Se você atua na base de nossa categoria e tem acordo, de modo integral ou parcial, com nossas análises, entre em contato conosco, converse com um militante da Corrente Sindical Esquerda Marxista e venha se organizar e lutar ao nosso lado.
Fora Bolsonaro já! Por um governo dos trabalhadores, sem patrões nem generais!