Quando Donald Trump anunciou em dezembro de 2017 que os EUA passavam a reconhecer Jerusalém como capital de Israel, pareceu um gesto para agradar seus aliados sionistas, assim como no governo Clinton, quando foi aprovada uma lei reconhecendo a cidade como capital israelense. Até aí nenhuma novidade. O fato é que Trump avançou, e a passos largos, ao inaugurar a sede da embaixada pouco menos de seis meses após o anúncio da mudança.
Até Trump, os EUA ocupavam um papel de falso mediador, pois mesmo aprovando a lei que reconhecia Jerusalém como capital de Israel, Clinton e seus aliados acionavam um dispositivo que permitia adiar a cada seis meses a mudança da embaixada. E todos desde Clinton o fizeram. Trump rompeu essa barreira e mostrou o verdadeiro lugar que ocupam os EUA nessa disputa.
O povo palestino segue resistindo e, mesmo com a imensa falta de recursos, segue sua batalha. Combatem um dos mais bem treinados e equipados exércitos do mundo com pau, pedras e a arma mais forte de todas: a ideia de que suas terras não podem ser usurpadas por uma casta burguesa que se esconde atrás da religião para pilhar toda a região.
As manifestações recentes dos palestinos, chamada de Grande Marcha do Retorno, estão mobilizando milhares contra o Estado de Israel e a resposta dos sionistas é sufocar a mobilização com terror. Trata-se de uma nova tentativa de reivindicar seu direito não só de derrubar o bloqueio imposto por Israel e seus aliados, mas também de combater a guerra de extermínio iniciada em 1947 com o apoio de todo o imperialismo internacional.
Israel foi criado artificialmente e se justifica em quatro mitos que são muito bem descritos nas palavras de Ralph Shoenman em sua obra “A história oculta do sionismo”: Uma terra sem povo para um povo sem terra, democracia israelense, segurança e a herança moral. Não passam de falsas explicações para justificar o injustificável e em especial a herança moral baseada no holocausto, quando os sionistas foram importantes colaboradores do regime de Hitler.
A data de 30 de março marca o dia da terra, dia em que os palestinos protestaram contra o confisco de suas terras e deu novo ânimo aos palestinos levando a uma das ações de resistência mais conhecidas, a intifada, um levante das massas que impôs um estrago muito maior que qualquer foguete lançado contra Israel. Aliás, os anos de bombas lançadas contra Israel só serviram como justificativa para que os sionistas atacassem os palestinos impondo terror e morte. Somente as massas organizadas podem pôr abaixo o Estado de Israel.
Uma nova mobilização organizada é uma arma poderosíssima e a única capaz de mudar de fato a situação reaproximando árabes e judeus e os unificando contra a exploração e por paz. Não é uma medida simples, mas é o único meio. É necessário combater as ações vanguardistas e inócuas de grupos como o Hamas, descoladas do povo e que são inúteis para os palestinos e solo fértil para os sionistas usarem a violência.
Milhares de palestinos seguem a fronteira imposta por Israel e armados de pau e pedras mobilizam-se contra os tanques e metralhadoras. A partilha imposta pelo imperialismo nega a igualdade dos povos e serve apenas para melhor dominar a região. É fundamental retomar a luta definida pela Organização pela Libertação da Palestina (OLP) em sua fundação, colocando o estabelecimento de um único Estado laico e democrático em toda a região. Só assim árabes e judeus poderão viver em paz e igualdade. Esta é a única saída que apresenta um futuro.
Seguimos em defesa do povo palestino, todo nosso apoio e solidariedade. Chegará o dia em que todos estarão unidos sob uma mesma pátria e as diferenças culturais e suas origens não significarão segregação, mas isso só será possível quando destruirmos o capitalismo. Abaixo Israel! Fora Trump e abaixo o capitalismo!