Mara Cristina Gonçalves da Silva – é professora de História há mais de 20 anos. Desde sua juventude participou de movimentos sociais e sindicais em defesa dos direitos dos trabalhadores, dos estudantes e da juventude, desde a Assembleia Nacional Constituinte de 1986 até as eleições municipais de 2004 com compromisso orgânico nas organizações dos estudantes e trabalhadores. Nos últimos 16 anos têm se dedicado ao desenvolvimento de um Ensino de História e de Sociologia crítico e significativo, que podem ser verificados em seus treze artigos já publicados.
As ameaças a sua vida são orientadas por grupo neonazista da microrregião metropolitana de Franco da Rocha, Caieiras, Mairiporã e Francisco Morato contrários a uma educação histórica com qualidade crítica e significativa para a formação de pessoas conscientes de qual país vivemos e quais escolhas fazer. Esses grupos têm se sentido impulsionados pela escória política e pelo candidato a Bonaparte que representa Bolsonaro.
Em abril de 2019, a Prof.ª Mara Cristina Gonçalves da Silva do Centro Paula Souza na ETEC de Franco da Rocha-SP, tomou conhecimento a respeito de um grupo de estudantes intitulado ”Viva a Revolução! Morte à Mara”, existente desde fevereiro de 2018. O grupo era composto todos os estudantes do segundo ano de uma das salas onde ela leciona história. Liderados pelo estudante X [por motivos legais, não podemos revelar o nome], o grupo passou a ser um poço onde ele e outros estudantes passaram a criticar seu método de ensino, suas bibliografias indicadas para leitura e trabalhos, a destilar ódio contra sua pessoa, suas características pessoais e a planejar o assassinato da professora. A professora teve acesso às fotos das mensagens no grupo em que havia frases de ódio, conspiração e planos de atentado à sua vida. Frases como ”Morte à Mara”; ”A Mara é fã do meu soco na boca dela”; ”Morte à Mara: esse é meu slogan já, todos os meus discípulos têm que falar isso”; ”Eu vou matar essa velha desgraçada, ela consegue acordar meu Hitler interior de uma maneira. Eu vou fazer um gás caseiro, seguir ela até a casa dela e jogar lá dentro. Quando ela sair eu vou tá esperando na porta da frente com uma machete”; ”por mim a gente joga o surdo [estudante da mesma classe] na mesma câmara de gás que a Mara”; ”Vou marcar ela com ferro de gado escrito ”FICHAMENTO” na testa”; “É só falar que vai demonstrar como era nos campos de concentração”; ”Primeiramente, um ‘vai se fud*’ bem caloroso para todos os livros inúteis que você fez eu ler, em ver de passar a por* da matéria que nem uma professora decente. E um enorme, gigantesco, grotesco pau no seu c* pelo trabalho de sociologia infantil lá, que foi a coisa MAIS TRABALHOSA e ainda MAIS INÚTIL DA POR* DO ANO TODO, SUA OBESA VELHA DO CARAL*. (…) E agora no fim do ano, vc vem com essa audácia de passar a porr* de uma Maquete (…) Para terminar, se tem uma coisa que eu quero de Natal, é que você morra de uma forma pelo menos um pouco dolorosa, pois assim, não vou ter que aguentar seu método de ensino EXECRÁVEL que não me ajuda EM NADA por mais de um ano” demonstram não só o discurso de ódio e as diversas formas de agressão, como também uma inclinação proto fascista e a clara orientação que esses jovens de 14 ou 15 anos estão recebendo, por fora da escola.
Todo o ódio que o grupo e o estudante X destilam tem como pano de fundo político as ideias do projeto Escola Sem Partido, que busca silenciar professores e estudantes nas salas de aula, projeto apoiado e estimulado pelo governo Bolsonaro. Esse projeto nefasto FOI DERROTADO por FALTA DE APOIO na sociedade e hoje está engavetado, demonstrando que a juventude e a classe trabalhadora conservam sua força revolucionária na defesa da educação pública e no direito ao acesso à TODO CONHECIMENTO que a humanidade acumulou.
A Prof.ª Mara entrou com requerimento para exigir a transferência compulsória daqueles que atentam diretamente contra sua vida e a apuração do envolvimento dos demais. Medidas bastante razoáveis para proteger a vida da professora. No entanto, a diretoria da escola não aceitou a solicitação de transferência compulsória. Na prática, deixando que uma professora sob sua responsabilidade esteja sob sérias ameaças de morte!
Compreendemos que a vida de uma educadora corre sério risco nas condições explicadas acima. Por isso, apelamos à comunidade da ETEC, professores, estudantes e pais, em primeiro lugar, e à todas as entidades sindicais dos estudantes e dos trabalhadores, partidos a exigirem que a escola, por meio de seu diretor, realize as devidas providencias para garantir as condições de trabalho e de vida para o exercício da docência da Prof.ª Mara. É impossível admitir que a vida de uma educadora seja ameaçada por um grupelho fascista sem que os professores, estudantes e as organizações sindicais e políticas tenham uma posição de defesa de sua vida!
Essas ameaças de morte, o aumento da repressão, a tentativa de intimidação dos aparelhos de repressão do estado tende a crescer num contexto internacional e nacional de ataques aos direitos dos trabalhadores e da juventude e de polarização social. Incapazes de oferecer condições de vida, estudo e trabalho dignas, a repressão, perseguição e intimidação é a única forma que o Estado burguês decadente e em crise e seus apoiadores reacionários encontram para tentar barrar a explosão revolucionária da juventude e da classe trabalhadora. Mesmo assim, a juventude e os trabalhadores não temem e lutam pelos seus direitos, conquistas, pela integridade física e moral.
Nós, da Liberdade e Luta e Esquerda Marxista, sabemos que isso só se torna possível sob um governo ultrarreacionário e de ataque à classe trabalhadora, um governo que o tempo inteiro estimula uma escória reacionária, que passa a se sentir mais à vontade para cometer ações como essa. É por isso que defendemos o Fora Bolsonaro e tudo que ele representa!
Em defesa da vida da Prof.ª Mara!
Abaixo a perseguição política, pedagógica e atendo contra a vida!
Mara Cristina Gonçalves da Silva, professora de história da ETEC de Franco da Rocha-SP, tomou conhecimento que um grupo de estudantes da escola onde leciona, com orientação neonazista, planeja desde 2018, através de um grupo em rede social, atentar contra sua vida. O grupo demonstra claro apoio às ideias do movimento Escola Sem Partido, aclamado pelo governo Bolsonaro, apesar de o projeto proposto pelo movimento ter sido derrotado, as ideias de amordaçar professores e alunos em sala de aula; de proibir a livre organização; de estimular o ódio e a perseguição política pedagógica continua sendo estimulada pelo governo.
A prof.ª Mara solicitou à direção da escola que tomasse providência em relação à transferência compulsória dos estudantes envolvidos e a apuração dos demais envolvidos.
A solicitação foi negada, portanto, na prática, a direção da escola compactua com as ameaças de atentado contra a vida da professora.
Exigimos providências imediatas para proteger a integridade física, moral e pedagógica da prof.ª Mara. É inadmissível que a vida de um educador seja ameaçada!
- Transferência compulsória imediata dos envolvidos!
- Apuração do envolvimento dos outros!
- Em defesa da vida da Prof.ª Mara!
Pedimos sua solidariedade de classe para exigir as garantias demandadas pela professora para proteção de sua vida e de condições de trabalho. Envie esse texto para os e-mails abaixo para pressionarmos ações imediatas em defesa da vida da professora Mara.
Sugerimos que o assunto do e-mail seja “Em defesa da vida da prof.ª Mara.” No corpo do meio, anexe o texto que acabou de ler e envie para os e-mails: souliberdadeeluta@gmail.com; e142dir@cps.sp.gov.br; gds@cps.sp.gov.br; uniproc@cps.sp.gov.br