Esquerda Marxista apoia a comunidade Nova Esperança em sua luta por moradia

Participamos do ato, na última sexta-feira (4/9), em frente à Prefeitura Municipal de Joinville, nos somando aos moradores da comunidade Nova Esperança. Após ameaça de corte de luz, desmanche das casas e despejo de dezenas de famílias, em meio a uma pandemia e sob forte repressão policial, os moradores se organizam com sua classe para lutar! Hoje, em reunião na Secretaria da Habilitação, o governo se comprometeu a atender as reivindicações dos moradores, graças a mobilização de sexta feira. A luta é de classe!

Saiba mais em: @novaesperancajlle no Instagram e facebook.com/novaesperancajlle

– Despejo zero!
– Regularização de todas as moradias!
– Fim da Polícia Militar!
– Fora Udo, Fora Moisés, Fora Bolsonaro!
– Por um governo dos trabalhadores, sem patrões, nem generais!

Carta entregue ao prefeito no ato:

“Ao Sr. Prefeito Udo Döhler

Os moradores da Comunidade Nova Esperança, localizada no bairro Adhemar Garcia, se apresentam ao senhor atraves desta carta com o objetivo de denunciar a violência a que fomos submetidos recentemente e para solicitar do poder publico municipal, sua ação efetiva na resolução das questões que motivaram tal agressão.

No dia 18 de agosto de 2020, nós moradores, fomos surpreendidos com uma ação truculenta da Polícia Militar. O motivo: cortar nosso fornecimento de energia elétrica. Tivemos nossas casas invadidas, sem qualquer tipo de mandado ou ordem judicial. Portas e móveis foram quebrados, pessoas agredidas, desrespeitadas. Tudo sob o pretexto da condição irregular de nossas moradias. Ainda, em nome da Prefeitura, através da Secretaria de Meio Ambiente, recebemos uma notificação para deixarmos nossas casas no prazo de trinta dias, sob ameaça de demolição de nossos lares.

Nossa comunidade é formada de pais e mães, trabalhadores, idosos, crianças e jovens. Mas nada disso foi levado em consideração. Estamos em um período de crise, de desemprego, de renda insuficiente dos trabalhadores, de quase calamidade mundial por conta da pandemia. Mas nada disso foi levado em conta. Esse tipo de ação é muito desumana.

Somos cinquenta famílias residindo nesta localidade há décadas. São condições difíceis e precárias, mas é o pouco que temos. Durante todos esses anos, esperamos do poder público uma solução para a regularização de nossas residências. Temos problemas com o fornecimento de energia, de água, com saneamento básico, mas jamais recebemos algum compromisso, de qualquer setor da administração municipal, que nos trouxesse alguma solução, alternativa ou possibilidade de mudança dessas condições. Nunca nos ouviram, nunca dialogaram. E não podemos admitir que compareçam somente da forma desumano como da última vez.

Nossa principal solicitação é a regularização de nossas casas. O compromisso de que nosso direito fundamental e constitucional de moradia digna seja garantido. Que nos seja dada, ao menos, a possibilidade de ter o registro e a propriedade de nossos lares e a instalação correta dos serviços de água, luz e saneamento. O direito que reivindicamos não se distancia de suas obrigações correspondentes, não esquecemos e nem nos esquivamos disso. Mas não admitiremos que nessa tentativa sejamos tratados como criminosos, violentados e presos como ocorreu recentemente. Acreditamos no diálogo, algo que nos foi negado e em troca recebemos agressões verbais e físicas, humilhações, violência, ameaça e descaso.

Entendemos que o prefeito da cidade tem o dever de ouvir nossas reivindicações. É sua obrigação como gestor municipal buscar soluções que garantam a dignidade dos morados de nossa cidade. Queremos o compromisso do Governo Municipal em nos ouvir, dialogar com o objetivo de encontrar uma solução para nossas reivindicações e a revogação imediata das notificações de despejo. Queremos o tratamento digno de cidadãos joinvilenses.

Esperamos respeitosa e ansiosamente o compromisso político dos gestores municipais, lembrando que a luta por nossos direitos não serão jamais abandonadas.

É nosso dever lutar pelos direitos que nos estão sendo negados”.

Fotos e vídeo: