O jornal Folha de São Paulo publicou em 31 de Agosto um estudo alarmante sobre a situação da população do Haiti. Trata-se de estudo assinado por pesquisadores da Universidade Estadual Wayne (Detroit, EUA) que, baseado em entrevistas realizadas em 1.260 domicílios, estima que 8 mil pessoas foram assassinadas em Porto Príncipe nos 22 meses entre a queda de Jean-Bertrand Aristide, em fevereiro de 2004, e dezembro do ano passado. Uma média de 12 por dia, sendo que desses crimes, metade teria motivação política.
O estudo também aponta uma alta incidência de violência sexual, sugerindo cerca de 35 mil casos em 22 meses. Desses, 19 mil envolveriam menores de 18 anos. 1.200 homens das tropas brasileiras são responsáveis pela maior parte da capital. Embora não haja relatos de sua participação nos atos mais graves, são apontados como os autores de 31,3% das ameaças de morte e 23,1% das ameaças de violência sexual.
Os números apontados pelo estudo são muito maiores que aqueles admitidos pela Minustah (Missão de Estabilização da ONU no Haiti). Baseada em informes de ONGs locais, já que não existe um levantamento próprio, a missão estima em 2 mil os assassinatos nesse período. Vale lembrar que, depois da intervenção da ONU com a liderança das tropas brasileiras, grande parte da administração pública foi entregue às ONGs que tentam esconder a situação de calamidade.
Athena Kolbe, co-autora do estudo, aponta falta de treinamento adequado e problemas de comunicação como os principais motivos.
Mas o problema é que não há saída para o povo haitiano sem seu direito a auto-determinação, sem soberania. O governo Lula nega tudo isso ao povo haitiano e é complacente com estupros e assassinatos ao seguir à risca as ordens do imperialismo que patrocina a destruição da nação haitiana e lucra com a reconstrução, feita por multinacionais norte-americanas a través do CARICOM – Tratado de Livre Comércio que envolve diversas nações caribenhas e os Estados Unidos.