Rafael Prata
Diversas atividades estão marcando os cinco anos de controle operário na Flaskô e a luta pela estatização e o socialismo travada pelo Movimento das Fábricas Ocupadas.
No dia 13 de Junho, em uma assembléia emocionante, os trabalhadores da Flaskô discutiram a difícil situação financeira da empresa que mal está conseguindo girar a produção para pagar os salários, devido à falta de crédito para comprar matéria-prima e ao enorme endividamento deixado pelos patrões como herança maldita.
Mesmo assim, todos ressaltaram que a ocupação e a luta política são, e continuam sendo, a única saída para manter os empregos e que, apesar dos problemas, conquistas foram obtidas. A democracia e a gestão operária, a jornada de 30 horas semanais, sem redução dos salários, a construção da Vila Operária e Popular e a recente parceria com a Associação de Moradores do Parque Bandeirantes (AMPB) são exemplos dessas conquistas.
Excelente encontro na Flaskô
Vitórias que merecem ser defendidas por mais cinco, dez, mil anos, não só pelos trabalhadores da fábrica, mas por todos os movimentos sociais e de esquerda, se quisermos alcançar novas vitórias no futuro.
Com esse intuito, foi celebrado um Encontro no dia 21 de Junho, na Flaskô, que também definiu os próximos passos da luta. Cerca de 150 pessoas participaram, entre elas, representantes do MST (sem terra), MTST (sem teto), MTD (desempregados), do Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e região, Juventude Revolução, Movimento Negro Socialista, grupo de Rap “A Família”, Sindicato dos Vidreiros de SP, Sindicato dos Pesquisadores de Campinas e região (SindPq), Centro Acadêmico de Ciências Humanas (CACH – UNICAMP), ex-trabalhadores da Cipla e Flakepet, além da Vereadora Marcela Moreira (PSOL – Campinas) e Ari Fernandes, que falou em nome do Senador Eduardo Suplicy (PT).
Também estava presente a companheira Julieta, da Argentina, que acompanha a luta da IMPA (metalúrgica de Buenos Aires ocupada desde 1998), além dos sindicalistas africanos Joe Machira, do Quênia e John, da Tanzânia.
Em sua intervenção, Serge Goulart, da coordenação do Movimento das Fábricas Ocupadas, mostrou o exemplar de um livro escrito em turco, que relata a experiência das fábricas ocupadas do Brasil, trazido pelo companheiro Pedro Santinho da Flaskô, que recentemente viajou para lá, a convite de sindicatos operários da Turquia. Isso é mais um sinal da audiência que nossa luta adquire entre os trabalhadores de todas as nacionalidades!
Também foi realizado o sorteio de um jogo de talheres doado pelos trabalhadores da argentina IMPA ao Encontro e o felizardo foi o Sr. Ivan, responsável do setor de limpeza da Flaskô! Vale destacar que o Encontro começou com um farto café da manhã e se encerrou com um delicioso almoço, preparados pela AMPB.
Próximos passos
Dois encaminhamentos principais saíram do Encontro. O primeiro é a realização de um ato público em frente ao Fórum de Sumaré, no dia 24 de junho, pois mais um leilão de máquina está marcado para acontecer nesse dia. As faixas: “Queremos trabalhar em paz, parem os leilões!” e “Se leiloar vai desempregar, se arrematar não vai levar” já estão prontas para serem erguidas novamente!
Outro encaminhamento se refere à preparação do Tribunal Popular para Julgar a Intervenção na Cipla e Interfibra. Nas próximas semanas, encerraremos as inscrições de quem deseja participar do evento, que ocorre nos dias 04 e 05 de Julho em Joinville/SC, e teremos também que garantir as contribuições financeiras necessárias para cobrir as despesas de viagem, alimentação e alojamento de nossa delegação.
* Para saber mais sobre o Tribunal Popular e a luta pela Estatização sob controle operário, visite o Blog “Tirem as Mãos da Cipla”.