Frente única para derrotar a extrema direita e os fascistas na UnB!

Faltando pouco mais de uma semana para o início do primeiro semestre de 2025 na Universidade de Brasília (UnB), um grupo de extrema direita invadiu, por duas vezes, o campus Darcy Ribeiro e promoveu uma série de ataques e depredações “com cara de melhorias” aos espaços do movimento estudantil. Pintaram de branco símbolos da foice e do martelo e escritos de “viva o socialismo”, além de desenhos e expressões artísticas criadas por estudantes nas paredes e portas, colaram cartazes em apoio a Jair Bolsonaro e pela anistia dos presos envolvidos no ato golpista de 8 de janeiro de 2023 e penduraram bandeiras de Israel e do Brasil, dizendo que isso seria o “certo”. Postaram tudo no Instagram sob ameaça de repetir os atos, convocando um ato “pela liberdade” para o dia 24 de março.

O grupo descreve o que fez no campus como “limpeza” e se apresenta como restaurador da universidade, alegando que ela “esteve dominada pela esquerda por tempo demais”. Na prática, porém, esse tipo de ação não passa de uma tentativa de desestimular a organização política dos estudantes, gerando medo, insegurança e um clima de intimidação no ambiente acadêmico. É preciso deixar claro que a decisão de fazer modificações no espaço físico de representação da entidade estudantil não cabe a esse ou àquele grupo; é uma decisão dos estudantes que elegeram a direção da entidade e que foram mandatários pelo conjunto dos estudantes para isso.

Diante do ocorrido, a reitoria e as entidades estudantis emitiram notas de repúdio e condenaram, nas redes sociais, a tentativa de intimidação. As declarações são importantes, mas não são suficientes para impedir que aconteça novamente. É necessário responder politicamente a essas ações para garantir a segurança e a liberdade democrática no exercício da atividade política. Atos como esses não são novidade na UnB. Em outubro de 2018, 13 manifestantes pró-Bolsonaro ocuparam o Instituto Central de Ciências (ICC), ergueram cartazes e entoaram gritos de apoio ao então presidente eleito. Na ocasião, esse pequeno grupo de extrema direita foi repelido por uma multidão de estudantes, que responderam com palavras de ordem anti-Bolsonaro. Os manifestantes acabaram deixando o local escoltados pela Polícia Militar e pela segurança da universidade. Isso deve servir de experiência para nossas ações atuais.

Apesar desse ato vândalo ter ganhado mais destaque, há uma ameaça de caráter fascista rondando a UnB. Um outro grupelho que se identifica abertamente como fascista está fazendo rondas noturnas na universidade para ameaçar, intimidar e agredir militantes comunistas e de esquerda, e prometeram fazer uma espécie de “vigilância contra o comunismo” na universidade.

É preciso responder a esse ataque de maneira contundente, utilizando o método da Frente Única Proletária, ensinado pelos revolucionários comunistas que sintetizaram essa necessidade da classe trabalhadora nas resoluções da Internacional Comunista. É necessária a unidade de todos os partidos e organizações, bem como de todos os Centros Acadêmicos e entidades estudantis, que se reivindicam da classe trabalhadora e da esquerda, para colocar um ponto final nas ameaças e atos de vandalismo contra nossas organizações e entidades. Nesse sentido, a Juventude Comunista Internacionalista se soma ao chamado para a manifestação que foi convocada pelo movimento estudantil no dia 24 de março, às 17h30, no Campus Darcy Ribeiro, Instituto Central de Ciências. Estamos informados de que esses grupelhos estão convocando uma contramanifestação no mesmo dia e horário, o que deve ser enfrentado, inclusive fisicamente se necessário, para colocar esse excremento da luta de classes na lata do lixo da história, de onde nunca deveriam ter saído.

A experiência histórica do movimento operário e estudantil mostra que a unidade e a organização são as melhores armas contra a intimidação e a violência praticada por grupelhos como esses. Um bom exemplo foi a Frente Única Antifascista, que, nos anos 30, acabou com qualquer tentativa de se organizar um partido de tipo fascista, o Integralismo, no Brasil. Foi sobre a base dos ensinamentos da Frente Única Proletária que, por iniciativa dos trotskistas, formou-se a Frente Única Antifascista (FUA). As ações da FUA esmagaram os Integralistas da história. O dia decisivo foi a Batalha da Praça da Sé, que ficou conhecida como “a revoada das galinhas verdes”, por causa dos uniformes verdes que os Integralistas abandonaram pelas ruas de São Paulo. O movimento estudantil da UnB precisa se organizar através de uma frente única antifascista que reúna todas as organizações, partidos e entidades do movimento estudantil, anarquistas e independentes, para enfrentar não só no ato convocado, mas de maneira permanente qualquer expressão fascista contra os estudantes e suas entidades, os militantes e suas organizações.

Chamamos todos os estudantes que se consideram comunistas, ainda que não estejam organizados, e todos os estudantes que compreendem a gravidade desses ataques para as liberdades democráticas a cerrarem fileiras na manifestação do dia 24 de março, às 17:30!