Foto: Vinícius Schmidt, Metrópoles

Goiânia e a pandemia: somente a classe trabalhadora pode mudar sua realidade

O estado de Goiás segue a tendência nacional de aumento de casos de Covid-19, com indicativo de novas variantes do vírus e agravamento do quadro geral nas cidades.

No interior, após o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, sugerir que pacientes do entorno estariam impactando sobre o quadro pandêmico caótico na capital da República, gerou-se um mal-estar entre ele e o governador de Goiás. Há que se ressaltar que, embora se trate de um bolsonarista ferrenho, o governador do estado, o ruralista Ronaldo Caiado, é médico, fato que lhe confere certa independência do conhecido negacionismo do governo federal. Contudo, no âmbito e nas limitações do sistema capitalista, ele cede às pressões dos seus pares do chamado setor produtivo.

Particularmente em Goiânia, com a morte do prefeito Maguito Vilela (MDB) devido a complicações da Covid-19, Rogério Cruz (Republicanos), que era vice na chapa, assumiu de maneira definitiva o cargo de prefeito.

Também pastor da Universal, o atual prefeito decretou inicialmente lockdown por sete dias, prorrogados por mais sete, onde só se permite o funcionamento de serviços essenciais, mas abrangendo como “essencial” templos religiosos para realização de missas, cultos e reuniões similares em atividades coletivas.

Além disso, no transporte público, ônibus e terminais permanecem lotados e a maioria dos usuários não são trabalhadores de serviços essenciais.  Assim, decidiu-se que em horários de picos somente poderia utilizar do serviço de transporte público os usuários comprovadamente trabalhadores em serviços essenciais.

Muito embora exista sempre uma lacuna hipócrita entre as decisões governamentais e seu cumprimento na esfera do sistema capitalista, ainda em 25 de março foi amplamente divulgado pela mídia local que, após reunião do prefeito com representantes do famigerado “setor produtivo”, decidiu-se que seria apresentado ainda na tarde de 26 de março um novo decreto já batizado de rodízio modular. O retorno às aulas presenciais se vinculou ao rodízio com 50% da capacidade alunos, colocando em riscos profissionais da educação.

Na rede municipal já tivemos a informação de que o retorno em regime de escala de servidores se dará a partir de 5 de abril. Há uma total incoerência e desencontros de informações as quais refletem total desespero das entidades públicas burguesas em administrar uma situação da crise do sistema. Os trabalhadores autônomos e terceirizados, esses totalmente e declaradamente desamparados pela política econômica de Paulo Guedes, acabam pedindo a reabertura para poderem sobreviver no meio a toda esta crise. Os grandes capitalistas se escondem na frieza e na lógica de mercado.

Os dados atuais da pandemia em Goiânia são de mais de 4.672 internações com o número de mais de 3,2 mil óbitos oficiais divulgados pela secretaria de saúde. Vemos que a única coisa que esse atual sistema pode nos trazer é dor e sofrimento. Somente a classe trabalhadora organizada pode mudar sua realidade.

  • Junte-se a nós na luta pela volta as aulas só com vacina para todos!
  • Lockdown já!
  • Abaixo o governo Bolsonaro, por um governo dos trabalhadores sem patrões nem generais!