A greve da PM, dos bombeiros e da polícia civil do Rio tem um estopim: a decretação da prisão do cabo Benevenuto Daciolo (bombeiro). Foi uma provocação contra o movimento dos bombeiros que acabou levando à união entre a PM, polícia civil e bombeiros em uma greve que começou hoje (10/02).
A Assembléia legislativa do Rio aprovou um projeto com novos valores de salário que devem ser aplicados a partir de fevereiro de 2013, mas muito distantes dos valores reivindicados:
Ressalte-se que hoje o valor de uma passagem de ônibus no rio é no mínimo R$ 2,75, e uma passagem de metrô custa R$ 3,80 (ou seja, para alguém que pega 2 ônibus por dia, o custo é R$ 5,50, o que implica em um gasto mensal de R$ 121,00 mensais, se for apenas de ônibus. O valor aprovado não paga nem a passagem mais barata!
Apesar das diferenças, o que levou a decretação da greve foi a provocação feita pelo governador. Independente das posições do cabo, a Constituição Federal permite o livre direito de imprensa, o direito de manifestar suas propostas. Assim, o cabo tem todo o direito de defender a greve e a sua prisão antes da greve é uma afronta a este direito.
Sua prisão significa que qualquer um que defender uma idéia com a qual o governo não concorde ou julgue ser perigosa, pode ser preso! Isso vai muito além da discussão se polícia pode ou não fazer greve, toca nos direitos fundamentais da constituição, o direito de livre expressão.
A escuta colocada no telefone de dois deputados (Janira do PSOL e Garotinho) é outra afronta aos direitos. Quer dizer que deputados agora têm escuta em seus telefones? Voltamos para a ditadura? Os deputados não têm direito a palavra e a defender suas opiniões? Quais deputados estão com escuta em seus telefones? Tem juiz aprovando escuta para deputado por ter apoiado a greve? Vão prender os deputados também?
Esta situação precisa ser repudiada fortemente e exigida a liberação do cabo preso, o atendimento das reivindicações, a apuração de quem foi responsável pela escuta ilegal e a punição dos responsáveis por isto.
Escutei no rádio agora. A greve dos policiais e bombeiros no Rio já contam com mais de 50 presos políticos só no seu primeiro dia.
Flávio, do RJ